domingo, março 31, 2013

Casa Arrumada

Casa arrumada é assim:
Um lugar organizado, limpo, com espaço livre pra circulação e uma boa entrada de luz.
Mas casa, pra mim, tem que ser casa e não um centro cirúrgico, um cenário de novela.
Tem gente que gasta muito tempo limpando, esterilizando, ajeitando os móveis, afofando as almofadas...
Não, eu prefiro viver numa casa onde eu bato o olho e percebo logo: Aqui tem vida...
Casa com vida, pra mim, é aquela em que os livros saem das prateleiras e os enfeites brincam de trocar de lugar.
Casa com vida tem fogão gasto pelo uso, pelo abuso das refeições fartas, que chamam todo mundo pra mesa da cozinha.
Sofá sem mancha?
Tapete sem fio puxado?
Mesa sem marca de copo?
Tá na cara que é casa sem festa.
E se o piso não tem arranhão, é porque ali ninguém dança.
Casa com vida, pra mim, tem banheiro com vapor perfumado no meio da tarde.
Tem gaveta de entulho, daquelas que a gente guarda barbante,
passaporte e vela de aniversário, tudo junto...
Casa com vida é aquela em que a gente entra e se sente bem-vinda.
A que está sempre pronta pros amigos, filhos...
Netos, pros vizinhos...
E nos quartos, se possível, tem lençóis revirados por gente que brinca ou namora a qualquer hora do dia. Casa com vida é aquela que a gente arruma pra ficar com a cara da gente.

Arrume a sua casa todos os dias...
Mas arrume de um jeito que lhe sobre tempo pra viver nela...
E reconhecer nela o seu lugar.

"A VIDA é uma pedra de amolar; desgasta-nos ou afia-nos, conforme o metal de que somos feitos."
(George Bernard Shaw) 1856-1950
 
Carlos Drumond de Andrade

Turno à Janela do Apartamento

Silencioso cubo de treva:
um salto, e seria a morte.
Mas é apenas, sob o vento,
a integração da noite.
Nenhum pensamento de infância,
nem saudade nem vão propósito.
Somente a contemplação
de um mundo enorme e parado.
A soma da vida é nula.
Mas a vida tem tal poder:
na escuridão absoluta,
como líquido, circula.
Suicídio, riqueza ciência...
A alma severa se interroga
e logo se cala. E não sabe
se é noite, mar ou distância.
Triste farol da ilha rosa.
 
Carlos Drumond de Andrade

Se um dia olhar para o céu e não te ver, é que sou a onda do mar e não consigo te esqueçer, sou feliz do teu lado sem do seu lado estar, pois vc é isolado no meu modo de pensar, quando estou triste e não tem solução, lembro que vc existe e mora no meu corção!
 
Carlos Drummond de Andrade

Homens têm mais dificuldade de ler expressões faciais do que mulheres

Pesquisa mostra que o cérebro masculino precisa trabalhar mais para dar respostas subjetivas a questões sociais

O CÉREBRO DO HOMEM INTERPRETA REAÇÕES FACIAIS DE FORMA MAIS LENTA DO QUE O DAS MULHERES (Foto: Shutterstock)
Até as pesquisas comprovam: com os homens, tudo tem que ser conversado às claras. Não adianta fazer "bico" ou tentar demonstrar que não gostou de algum comportamento dele. O que vale, mesmo, é conversar escancaradamente, já que, segundo uma pesquisa da Universidade de Edinburgh, os homens têm mais dificuldades em ler expressões faciais do que as mulheres.

O estudo consistiu em apresentar aos pesquisados de ambos os sexos uma série de fotografias com imagens de rostos e perguntar a eles como interpretavam as imagens e se acreditavam que as pessoas eram acessíveis e inteligentes. Enquanto eles respondiam, seus cérebros eram escaneados. Os resultados mostraram que os homens levam mais tempo para interpretar as reações das pessoas. No entanto, apesar de demorarem mais do que as mulheres, as respostas masculinas chegaram às mesmas conclusões.
A pesquisa demonstra ainda que, para entender esse tipo de questão social, o organismo masculino envia mais fluxo de sangue para a região do cérebro envolvida diretamente na tomada de decisões emocionais. Ou seja, o cérebro precisa trabalhar mais para fazer julgamentos subjetivos. “Nossas descobertas sugerem que os homens desenvolveram estratégias para lidar com a sua empatia natural ativando de forma mais acentuada as partes do cérebro que entendem os sinais sociais”, afirmou Stephen Lawrie, que liderou o estudo, ao jornal britânico “Daily Mail”. Por isso, da próxima vez em que se irritar com seu companheiro, é mais fácil falar do que mostrar alguma reação de descontentamento. Ele certamente não vai entender rapidamente o que você está querendo dizer.
 
Fonte: Marie Claire UK

sexta-feira, março 29, 2013


Tempo


Por André Lenz





São em momentos precisos de tempo que penso em você. Naquele único instante que olho para o além e me perco em meus próprios sentimentos numa profusão de idéias e pensar.
Por um minuto, deixo de fingir que meu sorriso sincero e espontâneo esconde somente a vontade de tê-la, nem que fosse por um curto período onde somente pudesse sentir no fundo do coração o amor de verdade.
Deixei meu coração te criar, te construir, e o melhor das minhas 24 horas é quando enfim, posso dormir e encontrar-te em meus sonhos, linda, perfeita, como sempre achei possível existir e como sempre fui capaz de pensar amar.
Amor não daqueles de olhos, tão facilmente impressionáveis com uma aparência exterior regada, às vezes de uma beleza fútil e inexpressiva. Quando digo amor, digo amor de alma, do profundo sentimento escondido além do olhar e do sentir. Amor verdadeiro, sabe? Amor de respeito que sempre mergulha no mais puro desejo de querer bem, não no desejo egoísta de ser feliz e sim, contentado-se somente em fazer alguém feliz. Quer saber? Acho que essa é a verdadeira felicidade.
Te procuro nas pernas sedosas e levemente morenas beijadas um pouco pelo sol que parecem veludo ao sentir meus carinhos. Perco-me nos cabelos negros, lisos que voam com a brisa e caem quase sobre meus olhos ao receber seus beijos, ou no arrepiar que sinto em somente sentir teu toque, tua aproximação, que me faz ouvir um turbilhão de palavras em apenas um profundo olhar, daqueles que não mentem.
Por pensar em você, me alegro, sinto que vale a pena esperar todo esse tempo por ti e que meus momentos só me fortificam a cada instante para construir meu castelo indestrutível. Construir meu sonho.
Ao mesmo tempo, perco-me no real e no imaginário tentando dar vida a algo que talvez nunca encontre, mas que se torna real pelo simples acreditar, pela fé!
Quase posso ouvir tua suave voz a me chamar ao acordar, quase posso sentir teu cheiro de cabelo recém-lavado ou aquela colônia tão gostosa que te vejo espalhar pelo corpo antes de dormir.
Meu amor, minha vida, meu sonho.
Difícil me encontrar no meio desta ficção que me encontro. Difícil é achar no meio deste labirinto imenso, a porta da realidade e por isso, estou aqui, sentado.
Quero ouvir tua voz, saber que tu existes, saber que procura também por mim, mas por enquanto ficarei aqui, observando a beleza da vida que corre ao meu redor e vivendo com extrema intensidade o hoje, porque a cada dia que vivo e não te encontro é somente um dia a menos na contagem regressiva para a total felicidade, amor de alma... e tornando não meu inimigo, mas meu melhor amigo aquele a quem chamamos de tempo!

Que o sentimento de renovação do domingo de Páscoa aconteça constantemente

em nossas vidas e nos torne pessoas melhores!

Lembremos que Jesus deu sua vida para nos ensinar o mandamento maior

"Amar a Deus sobre todas as coisas, de todo o seu coração e de todo seu entendimento

e ao próximo como a nós mesmos"

Feliz Páscoa!

Luimar

 

quinta-feira, março 28, 2013

No dos outros é refresco

Tudo começou quando uma modelo engravidou e declarou que não revelaria a paternidade de seu filho. Especulação aqui, ali e acolá. Um ator e uma atriz se separaram e surgiu uma lista de possíveis pais do filho da modelo. No meio de tudo isso, comentários de como ela é vadia, sem vergonha, descarada. Como diria Jack, o Estripador, vamos por partes.
Uma mulher adulta e vacinada tem o direito de transar com quem quiser, quantas vezes quiser, da forma que quiser. Não jogo pedras em mulheres que se envolvem com homens casados porque eu mesma já me envolvi com um. Na época, eu não sabia que ele era comprometido. Quando soube já estava apatetadamente apaixonada. Tempos depois ele casou e nós continuamos nos encontrando. Sim, eu fui a piranha, safada, cretina e filha da mãe. Ou será que não? 
Eu era adulta e vacinada. Era enlouquecida pelo cara. Se ele tinha namorada, depois ficou noivo e casou é problema dele e dela, não meu. Eu apenas gostava dele. E você sabe: quando a gente gosta fica cega e louca e acredita nas palavras mais fajutas do mundo todo. Ele dizia que ela não entendia ele, que ele só se sentia completo comigo, que eu era demais, que blábláblá. Mas ele casou foi com ela, não comigo. Ele disse até que queria ficar comigo pra sempre. E eu, veja só que tola, acreditei. Mas nada disso importa, não é mesmo? O fato é que eu tinha um caso com um homem casado. Isso faz de mim uma sirigaita de marca maior? Não. Desculpa, mas no meu ponto de vista não faz. Isso fez de mim uma mulher que era apaixonada por um cara, não tinha um pingo de amor próprio e se submetia a tudo, inclusive dividi-lo com outra. Inclua na lista coisas adoráveis como ligar para um telefone desligado, passar finais de semana e festas sozinha, estar conversando animadamente ao celular e de repente a ligação ser cortada, ligar novamente e dar com os burros na água. É, vida de amante é dureza. Não pensa que é fácil. Mas, é claro, é muito fácil jogar pedra na Geni. Em mim. E em todas as mulheres que ficaram com homens casados.
Vamos voltar para a modelo? Na lista de supostos candidatos a paternidade, parece que não tinha nenhum soltinho na vida. É isso mesmo, minha amiga: todos eram comprometidos. Então é bem mais fácil culpar a tal destruidora de lares do que os caras que, comprometidos, pularam lindamente a cerca, não é mesmo? Se o meu marido me trair a culpa vai ser dele, não da bisca que ajudou a me colocar um par de chifres reluzentes. Se eu tiver que brigar com alguém vai ser com ele, não com mulher, afinal, eu casei foi com ele, não com ela. A equação é simples, de fácil entendimento e aplicação.
A modelo, adulta e vacinada, transa com quem quiser. Inclusive com homens comprometidos. O sexo deve ser feito com responsabilidade, sim, mas se a pessoa não se preveniu sabe exatamente no que pode se meter. Todo mundo é bem grandinho e sabe que lá no posto de saúde a camisinha e a pílula são distribuídas gratuitamente. Se não sabe, minha amiga, agora você está sabendo. Corre lá e pega uma cartelinha. 
Agora está o bafafá de que o fulano de tal, marido de uma blogueira famosa e rica, é o pai da filha da modelo. E a blogueira famosa e rica está acusando a modelo de mil coisas. Vale salientar que da boca da modelo não saiu nada: ela não quer revelar quem é o pai da criança. É um direito dela, não deve nada pra ninguém, muito menos para a mídia. A fonte que divulgou a história do suposto novo pai da criança não tem nenhuma ligação com a modelo. Mas mesmo assim a blogueira famosa e rica disse que a modelo queria aparecer, que ela era destruidora de lares, etc. e tal. Ora, ora, se ela quisesse aparecer desde o começo teria revelado a identidade do pai da sua filha. Ora, ora, destruidora de lares? A não transa com B amarrado, exceto em casos de estupro. Se A não foi forçado a transar com B, A transou com B porque quis, por livre e gostosa vontade. Se A e B não usaram nenhum método anticoncepcional, ambos estão sujeitos a doenças sexualmente transmissíveis, bem como uma gravidez. A e B têm consciência disso. 
As más línguas nas redes sociais estão adorando a notícia. Uns atacam a modelo e a chamam de prostituta. Outros tiram sarro da cara da blogueira famosa e rica. Ora, ora, prostituta por quê? Por que transou, engravidou e não quis colocar num outdoor a foto e o nome completo do pai da criança? Ora, ora, tiram sarro por quê? Podia ser na sua casa, podia ser o seu marido o "suspeito". No dos outros é refresco, né? Antes de sair por aí dizendo o que não sabe, espalhando a corrupção, julgando, cometendo injustiças, tirando onda ou cagando regra, é sempre bom lembrar que o mundo é redondo. E nunca para.
 

A praia

Nunca fui muito boa em aceitar as coisas. Sempre busquei uma explicação para tudo, meu lado Sherlock Holmes tem fascínio em descobrir tim tim por tim tim a parte oculta das coisas, o lado B das pessoas. Nem sempre isso é fácil e rápido, mas quando mergulho de cabeça em um assunto não há quem me faça sair dele. 
Foi difícil acreditar e compreender que você me doía. Um sentimento não deve doer tanto assim, pensei diversas vezes. Mas, você sabe, sei me passar muito bem a perna, o braço, o apêndice e tudo mais. Perdi as contas de quantas noites deitei a cabeça no travesseiro e comecei a repassar mentalmente tudo que vivemos. Não me faltaram questionamentos. Onde errei? O que poderia ter feito diferente? O que poderia ter evitado?
Não era para você me doer tanto. Me apeguei, por instinto e carência, a pequenos detalhes, fagulhas, faíscas que jamais existiram. Ou existiram e eram pequenas demais. Voltei a repassar mentalmente tudo que podíamos ter vivido. O que você poderia ter feito? Onde você poderia ter aparecido, com um sorriso apaixonado e um olhar bobo, e ter me dito fica. Fica esta noite. Fica esta semana. Fica este mês. Fica este ano. Fica comigo esta vida. E na próxima também, porque eu sinto a sua falta a cada segundo que meu olhar se perde do seu. 
Tentei voltar no que ficou para trás, mas não consegui. O passado andava rápido demais. Os passos eram largos, intensos, firmes. E eu tentava desesperadamente correr atrás do que restou aqui dentro. Tudo foi em vão. O meu mundo ficou pequeno, apertado, sombrio e triste. Existia ainda algo sem cor e sem som chamado esperança. Uma esperança que renascia a cada dia. Esperança de que você se arrependesse e me pedisse com a voz trêmula e os olhos úmidos: fica. Fica até a gente se perder um no outro. Fica para sempre, ainda que a gente não saiba se ele existe realmente. Fica até depois que tudo terminar. 
Então eu tentei tirar tudo da cabeça em um happy hour com amigos, um novo corte de cabelo, um filme novo no cinema, uma bolsa nova, um novo papel de parede, aquela viagem tão sonhada. Por breves momentos até consegui, mas depois me dei conta que o novo nem sempre apaga o velho. E que não adianta tentar pisar em cima de todos aqueles castelos de areia, tem que deixar a onda chegar e levar. 
Quis voltar para onde tudo parou e tentar fazer de lá um novo começo. Um recomeço qualquer, mais bonito, diferente, sem os erros do passado. Mas percebi que inevitavelmente o tempo passa e as pessoas mudam e as lágrimas secam e você começa a se reerguer devagar. Então, sem tentar fazer força, você olha o que restou dos castelos que a onda levou. E percebe que está na hora de mudar de praia, de areia, de estrutura de castelo. E começar uma nova história. Do zero.

quarta-feira, março 27, 2013


Morte


Por André Lenz



Hoje cheguei à conclusão de que morri, não digo morte de corpo, pois senão não estaria escrevendo a vocês agora, mas sim morte de alma.
Meu coração já não bate mais forte, fica apenas pulsando o suficiente para me manter vivo, respirando. Aquele pulsar descontrolado e de ritmo frenético ao ver alguém, já não acontece mais, não sinto mais, como se ele fosse escapar pela boca ou explodir dentro do meu peito. Meu coração de tanto apanhar já desistiu de bater, não briga mais, ele apenas apanha.
Minha respiração é calma e serena, bem fraquinha. Já não perco mais o fôlego ao cruzar o corredor e dar de cara com alguém. Não me sinto mais ofegante só de olhar ao longe, muito menos tenho aquela respiração mais forte, típica de se estar apaixonado. Eu apenas respiro.
As mãos estão sempre secas. Nunca mais suaram e deslizaram ou foram apertadas uma contra a outra tentando disfarçar. Não é necessário, porque nada mais me desperta esse sentimento louco que mexe com os sentidos. Elas apenas estão paradas.
Os olhos conseguem ver somente a multidão. Não conseguem mais ficar atentos a uma só pessoa, esquecendo que no meio muitas outras estão ao redor. Os olhos não se fixam somente na mesma imagem delicada e magnífica, pois no momento, ela não passa de ilusão e sonho. Os meus olhos apenas enxergam.
A boca apenas acostumou-se a ter um sorriso comum, desses de contar piada e não mais um sorriso tolo de não ter o que sorrir só pelo fato de se estar feliz em pensar. Já não falo mais palavras bestas que a gente só fala quando não tem nada pra falar só por se estar feliz por amar. Agora falo por dizer qualquer coisa tola pra esquecer. Minha boca apenas sorri, apenas fala.
Meu corpo move-se no ritmo normal de viver, no ritmo normal do existir sem muitos propósitos. Viver por mim mesmo, porque não tenho ninguém por quem viver, por quem fazer, por quem sentir, apenas sonhos e pensamentos que se perdem ao mover do tempo cruel em cada dia mantendo minha angústia e desolando meus planos.
Meu coração, minha respiração, meus olhos, meu corpo, minha boca, meu tudo só me mostra que morri de sentir, de amar. Morri não de amor, mas morri por não amar e com isso, sigo minha vida desolado sem ao menos ter alguém que ressuscite em mim algo que agora está completamente perdido.

terça-feira, março 26, 2013


A Dois


Eu tenho uma teoria sobre relacionamentos. Na verdade, não é bem uma teoria, mas uma visão. Uma relação, para mim, é feita de duas pessoas. Sei que hoje existem várias correntes que defendem a liberdade, o direito de exercer a sexualidade com um outro parceiro, ou seja, uma terceira pessoa. Eu não acredito nessa relação livre, leve e solta.
O amor é livre, sim. Mas ele é feito de dois, assim como o sexo. Como eu disse, é essa a minha visão. Não consigo compartilhar a pessoa que amo com outra pessoa. Assim como não consigo me envolver sexualmente com um terceiro elemento estando envolvida emocionalmente com um segundo, se é que você me entende.
Não condeno quem goste de apimentar a relação colocando dois ou três na jogada, assim como não julgo quem deita e dorme com o marido, mas faz sexo com um amigo. Existem casais que transam com outras pessoas e é assim que funciona para eles. Se está bom para os dois, ok, ótimo, beleza pura, mas não é essa música que toca aqui em casa. 
Aqui a coisa é a dois. Sem três, quatro ou cinco. No meu conceito de casamento, isso é impensável. Eu não sou tão evoluída a ponto de dividir o objeto do meu amor com outra pessoa. Não tenho castelos de areia nem vivo em um mundo encantado, apenas acho que o amor de verdade pode conviver com altos e baixos sexuais, com rotina, com toda a parte boa e podre que uma relação a dois traz. O tempo, ao mesmo tempo em que aproxima e traz cumplicidade, também pode distanciar sexualmente duas pessoas. Mas não creio que a saída seja colocar uma terceira para dar uma agitadinha no clima entre quatro paredes. Acho que sempre existe uma solução, basta ter criatividade e vontade de fazer acontecer. 
Algumas mulheres, para esquentar a vida embaixo dos lençóis, compram livros como o sucesso "50 tons de cinza". Outras preferem lingerie. Velas. Uma viagem. Um filme pornô. Algemas. Fantasias. Na verdade, nada disso importa. O que vale é o casal se divertir, relaxar, aproveitar. E é sempre bom lembrar que a responsabilidade de não deixar o tesão acabar ou o sexo cair na rotina é dos dois. Por isso, os homens também precisam comprar uma cuequinha nova, cuidar da higiene, encher a casa de velas e flores ou alugar um filme diferente. 
 

segunda-feira, março 25, 2013

Por que nos distanciamos dos amigos?

Autor: Desconhecido

 

Houve uma vez dois amigos:

Eles eram inseparáveis, eram uma só Alma. Mas por alguma razão seus caminhos tomaram dois rumos distintos e se separaram.

 

E ISTO INICIOU ASSIM:

Eu nunca voltei a saber do meu amigo até o dia de ontem, depois de 10 anos, caminhando pela rua me encontrei com a mãe dele. 

A cumprimentei e perguntei por meu amigo. Nesse momento seus olhos se encheram de lágrimas e me olhou nos olhos dizendo:

-Morreu ontem...

Não soube o que dizer a ela, ela seguia me olhando e então perguntei como ele tinha morrido.

Ela me convidou a ir a sua casa, ao chegar ali me chamou para sentar na velha sala onde passei grande parte de minha vida, sempre brincávamos ali, meu amigo e eu.

Me sentei e ela começou a contar-me a triste história.

Fazia 2 anos que diagnosticaram uma rara enfermidade, e sua cura dependia de receber todo mês uma transfusão de sangue durante 3 meses, mas... Recorda que seu sangue era muito raro?

Sim, eu sei, igual ao meu...

  

Ele dizia que da única pessoa que receberia sangue seria de ti, mas não quis que te procurássemos, ele dizia todas as noites:

-Não o procurem, tenho certeza que amanhã ele virá...

Assim passaram os meses, e todas as noites se sentava nessa mesma cadeira onde estás tu sentado e orava para que te lembrastes dele  e viesse na manhã seguinte.

Assim acabou sua vida e ontem na última noite de sua vida, estava muito mal, e sorrindo me disse:

-Mãe, eu sei que logo meu amigo virá, pergunta pra ele por que demorou tanto e entrega a ele esse bilhete que está na minha gaveta.

A senhora se levantou, regressou e me entregou o bilhete que dizia:

 

Meu amigo, sabia que virias, tardastes um pouco mas não importa, o importante é que viestes.

Agora estou te esperando em outro lugar, espero que demores a chegar aqui, mas enquanto isso quero dizer desde o céu tens um amigo cuidando de ti, meu querido melhor amigo.

Ah, por certo, te recordas porquê nós nos distanciamos? Sim, foi porque não quis te emprestar minha bola nova, rsrsrsrs, que tempos heim...

Éramos insuportáveis, bom pois quero dizer que te dou ela de presente e espero que gostes muito.

Amo você! Teu amigo de sempre e para sempre!

- - - - - -

Não deixes que teu orgulho possa mais que teu coração...

A amizade é como o mar, se vê o princípio mas não o fim...


Deves apreciar o afeto do amigo que corre o risco de provocar teu

ódio ao chamar tua atenção para as tuas fraquezas e faltas;

pois somos todos tão levianos que só percebemos

qualidades em nós mesmos e só gostamos de ouvir elogios.

Walter Raleigh

domingo, março 24, 2013


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“Não confundas o amor com o delírio da posse, que acarreta os piores sofrimentos. Porque, contrariamente à opinião comum, o amor não faz sofrer. O instinto de propriedade, que é o contrário do amor, esse é que faz sofrer. (…) Eu sei assim reconhecer aquele que ama verdadeiramente: é que ele não pode ser prejudicado. O amor verdadeiro começa lá onde não se espera mais nada em troca.”

(Antoine de Saint-Exupéry, in ‘Cidadela’)

Seu marido ou parceiro ajuda nas tarefas domésticas?

No livro "Homens: manual de instruções", a escritora especialista em relacionamentos Claudia Pontes explica como os homens pensam e como você pode conseguir tudo o que desejar. E ainda: como transformar o cara num "autêntico dono de casa".
Escritora explica como transformar o cara num "autêntico dono de casa" / Foto: Thinkstock
Escritora explica como transformar o cara num "autêntico dono de casa" / Foto: Thinkstock

Da REDAÇÃO MSN Mulher
Que tal um manual de instruções para entender o que acontece no universo masculino? Um livro que revele como lidar com os anseios enfrentados no relacionamento seja com o marido, o namorado, o parceiro, o amigo ou o companheiro de trabalho?
Para responder a questões que envolvem desde a recusa dos homens em envolver-se nas tarefas domésticas até o pânico de assumir uma relação, a escritora especialista em relacionamentos Claudia Pontes lançou o livro Homens: manual de instruções, recém-publicado pela Universo dos Livros.
Uma das instruções ensina justamente a lidar com um dos principais motivos de desgaste na relação: a divisão das tarefas domésticas. Como conseguir que os homens sejam mais prestativos em casa? Essa conquista pode até parecer uma missão impossível, mas não é tão simples quando parece. O que o livro pretende demonstrar é que lavar, passar e cozinhar não são tarefas exclusivamente femininas.
"Para inverter esta situação, as mulheres devem reabituar passo a passo as rotinas domésticas para criar uma relação de convivência saudável homem-mulher e estimular de maneira sutil a limpeza até conseguir com que eles larguem o machismo egocêntrico e o videogame e comecem a colocar a mão na massa", comenta a autora no livro.

Para alcançar essas mudanças, explica Claudia, as mulheres devem mudar a si mesmas. Obviamente, se ele estava acostumado a chegar em casa, se esticar no sofá, tirar os sapatos, pegar o jornal e o controle da TV e pedir para você alcançar uma cerveja não verá graça em você deixar de servi-lo e de estar à disposição", explica a especialista.
Com astúcia, continua a autora, a mulher saberá ter a mão firme que requer essa difícil mudança de mentalidade. No livro, ela classifica os homens que ajudam em casa em perfis como o 'pau-pra-toda-obra', o ‘mestre-cuca’, o ‘multitarefas’ e ‘o encarregado’, entre outros.
"Analise qual tipo é o seu companheiro ou marido e eleja seu dono de casa ideal ou um substituto. Se você gosta do papel dele atual, siga adiante, reforce-o. Se ele não satisfaz, trabalhe para lhe dar tarefas, conquiste o terreno, mantenha-o e não ceda nem um pouco", recomenda Claudia.

That's Where It Is - Carrie Underwood


sábado, março 23, 2013

Nosso amor esquizofrênico




Acordei com saudade de escrever para você. Talvez assim eu te sinta perto. Ou quem sabe apenas desafogue o peito.
Era para ter dado tão certo. Se eu olho para trás sinto vontade de estapear a minha cara por não ter levado teu sentimento a sério. Lembra aquela vez em que você, com os olhos cheios de falta do futuro e esperança, perguntou quando nos veríamos novamente? Eu sorri com a ironia costumeira no canto da boca e da alma e disse "nunca mais". Você baixou os olhos, como um menino que tem o carrinho preferido destruído por alguém que gosta de brincar de machucar.
Era para ter dado tão certo. Se eu olho para trás sinto vontade de estapear a sua cara por não ter levado meu sentimento a sério. Lembra aquela vez em que você, com os olhos cheios de sarcasmo, disse que eu devia te esquecer? Uma lágrima quente começou a caminhar lentamente por entre minhas sardas. E te ouvi dizer que deveria poupar meu choro para situações mais importantes e significativas. Senti meu corpo amolecer de tristeza e vi no seu rosto o vazio, não encontrei meu lugar preferido ali.
Ainda lembro quando você disse que me queria. Para sempre. "Eu quero você pra mim. Pra sempre". Talvez tenha sido coisa de momento, dramatização romântica, frase de filme água com açúcar ou apenas uma tática para derreter meu coração. Mas, sabe, eu acreditei. Eu acreditei na sua frase, nas suas letras, nas suas sílabas, na sua entonação, no seu olhar, nas suas promessas, no futuro que nunca chegou, no passado que tanto me fez feliz, ainda que tenha sido breve, cheio de altos e baixos.
Você fazia questão de me magoar, eu fazia força para te provocar. Nosso encontro foi desencontrado. E o que tinha tudo para ser bonito acabou ficando cinza, distante, gelado. 
Você gostava de loiras, minhas luzes estavam sempre em dia. Não gostava de decotes, passei a usar blusas mais comportadas. Não gostava de unhas vermelhas, deixei de lado minhas preferências e adotei a misturinha como esmalte oficial. Não gostava de mulher que falava palavrão e cada vez que eu batia o dedinho no pé da mesa, ao invés de caralho ou puta que pariu, eu dizia apenas um ai em dó menor. Fui me perdendo de mim para me aproximar de você. Até que chegou o grande dia. O grande dia em que eu não mais me reconheci. Olhei no espelho e vi, além da minha bunda boa, uma pessoa totalmente programada para fazer as vontades de outra. Só que essa outra não era eu.
Parei com as luzes, voltei a ter o cabelo natural. Ele veio acompanhado dos decotes, das unhas vermelhas, pretas e cinzas e tudo que eu sou. Porque eu sou assim, meio esquisita, muito romântica, um pouco atacada, nada perfeita e um tanto dramática. E se isso não foi suficiente para você, meu amigo, então você nunca vai ser suficiente para mim.


A Hora da Estrela

Clarice Linspector

... já que sou, o jeito é ser.
Enquanto eu tiver perguntas e não houver resposta, continuarei a escrever. (...) Pensar é um ato. Sentir é um fato.
Estou fruindo o que existe. Calada, aérea, no meu grande sonho. Como nada entendo - então adiro à vacilante realidade móvel. O real eu atinjo através do sonho.
Eu te invento, realidade. E te ouço como remotos sinos surdamente submersos na água badalando trémulos. Estou no âmago da morte? E para isso estou viva? O âmago sensível. E vibra-me esse it. Estou viva. Como uma ferida, flor na carne, está em mim aberto o caminho do doloroso sangue. Com o directo e por isso mesmo inocente erotismo dos índios da Lagoa Santa.
Eu, exposta às intempéries, eu inscrição aberta no dorso de uma pedra, dentro dos largos espaços cronológicos legados pelo homem da pré-história. Sopra o vento quente das grandes extensões milenares e cresta a minha superfície
Mas a pessoa de quem falarei mal tem corpo para vender, ninguém a quer, ela é virgem e inócua, não faz falta a ninguém. Aliás - descubro eu agora - também não faço a menor falta, e até o que eu escrevo um outro escreveria. Um outro escritor sim, mas teria que ser homem porque escritora mulher pode lacrimejar piegas.
Escrevo neste instante com prévio pudor por vos estar invadindo com tal narrativa tão exterior e explícita. De onde no entanto até sangue arfante de tão vivo de vida poderá quem sabe escorrer e coagular em cubos de geléia trémula. Será essa história um dia o meu coágulo? Que sei eu. Se há veracidade nela - e é claro que a história é verdadeira embora inventada - que cada um reconheça em si mesmo porque todos nós somos um e quem não tem pobreza de dinheiro tem pobreza de espírito ou saudade por lhe faltar coisa mais preciosa do que ouro - existe a quem falte o delicado essencial. (...)
Proponho-me a que não seja complexo o que escreverei, embora seja obrigado a usar as palavras que vos sustentam. A história - determino com falso livre arbítrio - vai ter uns sete personagens e eu sou um dos mais importantes deles, é claro. Eu, Rodrigo S. M. Relato antigo, este, pois não quero ser modernoso e inventar modismos à guisa de originalidade. Assim é que experimentarei contra os meus hábitos uma história com começo, meio e 'gran finale' seguido de silêncio e chuva caindo.
Verifico que escrevo de ouvido assim como aprendi inglês e francês de ouvido. Antecedentes meus do escrever? Sou um homem que tem mais dinheiro do que os que passam fome, o que faz de mim de algum modo um desonesto. (...) Que mais? Sim, não tenho classe social, marginalizado que sou. A classe alta me tem como um monstro esquisito, a média com desconfiança de que eu possa desequilibrá-la, a classe baixa nunca vem a mim.
... dormia de combinação de brim, com manchas bastante suspeitas de sangue pálido (...) Dormia de boca aberta por causa do nariz entupido.
Ela nascera com maus antecedentes e agora parecia uma filha de não-sei-o-quê com ar de se desculpar por ocupar espaço. No espelho distraidamente examinou as manchas do rosto. Em Alagoas chamavam-se 'panos', diziam que vinham do fígado. Disfarçava os panos com grossa camada de pó branco e se ficava meio caiada era melhor que o pardacento. Ela toda era um pouco encardida pois raramente se lavava. De dia usava saia e blusa, de noite dormia de combinação. Uma colega de quarto não sabia como avisar-lhe que seu cheiro era murrinhento. E como não sabia, ficou por isso mesmo, pois tinha medo de ofendê-la. Nada nela era iridescente, embora a pele do rosto entre as manchas tivesse um leve brilho de opala. Mas não importava. Ninguém olhava para ela na rua, ela era café frio.
Assoava o nariz na barra da combinação. Não tinha aquela coisa delicada que se chama encanto. Só eu a vejo encantadora. Só eu, seu autor, a amo. Sofro por ela.
Então - ali deitada - teve uma húmida felicidade suprema, pois ela nascera para o abraço da morte. (...) E havia certa sensualidade no modo como se encolhera. Ou é como a pré-morte se parece com a intensa ânsia sensual? É que o rosto dela lembrava um esgar de desejo. (...)
Se iria morrer, na morte passava de virgem a mulher. Não, não era morte pois não a quero para a moça: só um atropelamento que não significava sequer um desastre. Seu esforço de viver parecia uma coisa que se nunca experimentara, virgem que era, ao menos intuíra, pois só agora entendia que mulher nasce mulher desde o primeiro vagido. O destino de uma mulher é ser mulher. Intuíra o instante quase dolorido e esfuziante do desmaio do amor. Sim, doloroso reflorescimento tão difícil que ela empregava nele o corpo e a outra coisa que vós chamais de alma. (...)
Nesta hora exacta, Macabéa sente um fundo enjoo de estômago e quase vomitou, queria vomitar o que não é corpo, vomitar algo luminoso. Estrela de mil pontas.
O que é que eu estou vendo agora é e que me assusta? Vejo que ela vomitou um pouco de sangue, vasto espasmo, enfim o âmago tocando no âmago: vitória!
E então - então o súbito grito estertorado de uma gaivota, de repente a águia voraz erguendo para os altos ares a ovelha tenra, o macio gato estraçalhando um rato sujo e qualquer, a vida come a vida.
(...) O instante é aquele átimo de tempo em que o pneu do carro correndo em alta velocidade toca no chão e depois não toca mais e depois toca de novo. Etc. , etc., etc. No fundo ela não passara de uma caixinha de música meio desafinada. Eu vos pergunto:
- Qual é o peso da luz?
E agora - agora só me resta acender um cigarro e ir para casa. Meu Deus, só agora me lembrei que a gente morre. Mas - mas eu também?! Não esquecer que por enquanto é tempo de morangos.
Enfim, descobrimos, agora, que tudo começa e acaba com um sim. Também é preciso coragem para morrer, silêncio para ouvir o grito da vida.
Trecho extraído do livro "A Hora da Estrela"

sexta-feira, março 22, 2013




A mulher mais feliz do mundo é a mulher do Saci, por que se ela leva um pé na bunda quem cai é ele.

Por que as Mulheres Preferem os Cafajestes?

A Universidade do Texas revelou um dos maiores mistérios da alma feminina: a respeito do porquê as mulheres preferem os cafajestes.
O cafajeste é conhecido como uma pessoa que apresenta um mau comportamento, que não é confiável, mas mesmo assim as mulheres tendem a procurar por este tipo. Muita gente conhece um cara do tipo que não quer compromisso com ninguém, fica com uma atrás da outra, não se apega a sentimentos e, mesmo assim, vive cheio de mulheres interessadas ... e babando atrás dele ... esse é o típico cafajeste!
Taí uma pesquisa que responde essa questão importante da humanidade. E sabe por que os homens do tipo bad boy fazem tanto sucesso? A ciência explica que é uma espécie de "vício natural inerente às mulheres"! E sabe do que mais? Parece que esse vício não tem cura. Descubra o motivo.
Você mulher, já parou para pensar a respeito do quanto você já atraiu para sua vida homens que só trouxeram problemas para ela? Aliás, você já analisou se você atraiu tais homens, sem querer, ou se "algo dentro de você" quis, desejou, propositada e ardorosamente, atrair tais homens assim?
Além do mais, mesmo que ainda existam homens que queiram relacionamentos sérios, sem dúvidas, a maioria, por motivos de sobrevivência da espécie, está em processo gradual de mutação. Eu digo isso por causa de mim mesmo que, por causado desse comportamento delas, perdi completamente a motivação de querer ser "o leal e o legal" com mulher.

Também é notória a elevação do número de mulheres que se apresentam como encalhadas e desesperadas (e talvez eu seja odiado por muitas ao revelar isso) e, que sabem o quanto está difícil conseguir um relacionamento sério, daqueles para valer o empenho e para resultar em casamento?

Afinal, por que as mulheres insistem em se envolver com os bad boys, ou qualquer que seja o termo que se use para se definir esse tipo de homem, as vezes até bonitão, todavia, cafajeste, sempre. E não estamos falando só em atração física: daquelas que nos faz geralmente acha alguém muito sexy. Por experiência própria, posso dizer que ninguém consegue ficar em comprometimento com alguém sem, ao menos, gostar. 
É o caso das três mulheres do personagem Cadinho da novela "Avenida Brasil". Apesar de saberem que ele alimenta outras relações, Noêmia, Alexia e Verônica não conseguem se livrar da paixão pelo marido.
Antes de falar das descobertas da Universidade do Texas, segundo a mulher, brasileira, psicóloga, pesquisadora e coordenadora do curso de pós-graduação em psicossociologia da Saúde Mental Faculdade de Medicina de Petrópolis, Marília Antunes, existem vários motivos para as mulheres não conseguirem evitar (e depois sair) desse tipo de relacionamento.
"O cafajeste é tido como dominador e bom de cama e, por isso, desejado por outras mulheres. Além do mais, por algo associado ao instinto maternal, as mulheres acreditam que ele possa ser convertido em "homem bom", explicou a psicóloga.
O cafajeste usa de técnicas de sedução para atrair as mulheres, que se prendem a ele por uma espécie de disputa. Para a psicóloga, a mulher acredita que se esse tipo de homem está com ela, é porque ela é mais especial que as outras mulheres, e usa o cafajeste como uma espécie de troféu, enquanto que o cafajeste explora essa característica feminina.
Segundo Marília, ao saber que é traída, a mulher, facilmente, releva o julgamento da atitude do cafa e, a  primeira atitude, no caso da maioria das mulheres que esta presa a esse tipo de relacionamento destrutivo, é procurar saber informações sobre a amante, tornando o triângulo amoroso uma disputa, inevitavelmente acirrada.
Após entrar em um relacionamento destrutivo, muitas mulheres ficam presas, pois acreditam que ficariam ainda pior sem ele.
"A pessoa acha que ama, por isso se prende, se torna escrava desse amor e só leva o sofrimento. Essas mulheres costumam pensar: 'estou sofrendo por ele ser um cafajeste, mas a solidão será pior do que este sofrimento que já é conhecido por mim'", esclareceu a psicóloga.

Já, por outro lado, o que os pesquisadores da Universidade do Texas quiseram entender foi por que um grande número de mulheres insistem, de modo recorrente, em transformar essa atração fatal em um relacionamento de longa duração, mesmo sabendo que a chance de isso vir ser uma barca furada ser enorme.
De acordo com o estudo realizado por pesquisadores da Universidade do Texas, nos Estados Unidos e publicado no Journal of Personality and Social Psychology, a ala feminina se sente atraída por homens sensuais, rebeldes e bonitos na semana que antecede da ovulação. Ou seja: é uma pura questão hormonal, animal mesmo.
As mulheres que participaram dos testes analisaram perfis de homens em sites de namoro. As voluntárias fizeram duas avaliações dos mesmos rapazes. A primeira avaliação foi feita quando as mulheres estavam no período alto de fertilidade e a segunda, quando estavam em baixa fertilidade.
Foram apresentados dois tipos de perfis às voluntárias: alguns do tipo confiável (com aparência mais certinha) e outros do tipo cafajeste (aparência mais rude). As voluntárias também tiveram que dizer como cada perfil se sairia nas tarefas domésticas, entre casais, etc.
Quando as voluntárias estavam no período fértil, acreditavam que os tipos bad boys se sairiam melhores em tarefas como cuidar dos filhos, fazer compras para a casa, cozinhas, etc.
Outro teste foi realizado com as mesmas voluntárias durante o estudo, mas desta vez de contato. As voluntárias interagiram com atores que interpretaram papéis de cafajestes e de nice guys. Como no teste dos perfis, as mulheres fizeram os mesmos testes nos dois períodos de fertilidade. Assim como a primeira etapa de testes, as mulheres se sentiram mais seguras em atribuir as tarefas domésticas para os homens cafajestes.
Assim, a resposta para esse comportamento de raciocínio, comum ao universo feminino, segundo o estudo, está nos hormônios femininos e na "bagunça" que eles provocam na capacidade de julgamento das mulheres. Durante o período de ovulação, esses hormônios acabam influenciando a sua visão do que é um bom parceiro em potencial: elas passam a preferir os homens mais bonitos e sensuais e dar menos importância a fatores como a confiabilidade.
Para chegar a essa conclusão (que está publicada no Journal of Personality and Social Psychology), os pesquisadores mostraram a mulheres perfis de sites de namoro de homens do tipo mais sexy e cafajeste e do tipo mais confiável (o que provavelmente significava que eram bonzinhos, mas não providos de tanto sex appeal). Elas tiveram que avaliá-los durante períodos de fertilidade alta e baixa e dizer, em cada uma dessas ocasiões, como achavam que eles se sairiam como pais caso tivessem um filho juntos.
Resultado: quando as voluntárias estavam sob a influência dos hormônios da ovulação, elas achavam que o homem mais sexy contribuiria mais para tarefas domésticas como cuidar do bebê, comprar alimentos e cozinhar. Segundo Kristina Durante, uma das autoras da pesquisa, nesse período “as mulheres se iludem em pensar que os bad boys se tornarão parceiros dedicados e pais melhores. Ao olhar para eles através dos ‘óculos da ovulação’, o Sr. Errado vira o Sr. Certo”.
Em um segundo teste, as coisas ficam mais interessantes (para as voluntárias): elas tiveram que interagir pessoalmente com atores do sexo masculino que fizeram os papéis, respectivamente, de cafajeste sexy e de pai confiável. Isso também aconteceu duas vezes, uma durante seu período de ovulação e outro durante baixa fertilidade. E de novo as mulheres na primeira condição acharam que o bad boy (e não o PAI confiável) contribuiria mais para o acolhimento de uma criança.
Mas olha o truque desses hormônios para empurrar as mulheres para os braços do cafa: a ilusão do bom pai só vale para a hipótese de eles terem um filho com elas, não com outra mulher. Quando tinham de responder que tipo de pai um homem assim seria, caso tivessem um filho com uma outra mulher qualquer, elas passaram a ser rápidas em ponderar e apontar os seus possíveis defeitos. No entanto, caso elas próprias fossem a mãe, a coisa mudava de figura e os bad boys viravam um ótimo pai para seus filhos.

Após o estudo e análise, os cientistas ainda não conseguiram decifrar o porquê, mesmo sabendo que esses tipos só sabem enganar os corações, ainda existem mulheres que acreditam que vão conseguir manter um relacionamento sério e duradouro com o bad boy.

Razões imediatas por que as mulheres ovulando preferem cafajestes:

Os biólogos distinguem entre dois níveis de explicação ao examinar o comportamento animal: explicações finais e explicações imediatas (Kenrick, Griskevicius, Neuberg, e Schaller, 2010; Mayr, 1988). Explicações finais dizem respeito a função evolutiva do comportamento e consideram a questão de por que um determinado comportamento evoluiu para ocorrer de modo típico. Já, explicações adjacentes dizem respeito às causas imediatas dos comportamentos e consideram a questão mais mecanicista, de como um comportamento ocorre. Estes dois níveis de análise são complementares e não concorrentes, o que significa que ambos são necessários para uma completa compreensão de um determinado comportamento (Confer et al., 2010).

Muita teoria e pesquisa convergiram para a razão última da evolução sobre o por que as mulheres que ovulam buscam por homens dominadores e sensuais: mulheres ovulando buscam tais homens, pois isso pode trazer benefícios genéticos para a prole (Gangestad & Thornhill, de 1998; Penton-Voak et al, 1999; uma. rever, ver Thornhill & Gangestad, 2008). Na atual pesquisa, eles não contestaram ou testaram este motivo, amplamente apoiado, por último, para o fato de que mulheres que ovulam, persigam homens que consideram simétricos, sexy e socialmente dominantes.

Embora possa ser arriscado para as mulheres buscar parceiros geneticamente ajustados mas, que podem, eventualmente, abandoná-las, pode ter benefícios genéticos compensar os custos potenciais em situações específicas durante a história evolutiva.

Se assim for, a mudança de ovulação induzida, perceptual identificado na pesquisa atual, poderia ser interpretado como uma "mudança adaptativa perceptual", consistente com a teoria de erro de gestão (Haselton & Buss, 2000; Haselton & Nettle, 2006).

Essa mudança de percepção teria persuadido algumas mulheres a assumir riscos de acasalamento, facilitando maior receptividade sexual para homens geneticamente interesantes. Perdendo uma oportunidade de acasalamento com esses homens teria sido mais caro para mulheres de alta fertilidade. Afinal, você nunca sabe, você pode ser o "único".
Então ficam alguns conselhos:
  1. Mulheres, fujam do boy lixo quando estiverem no período fértil, se não querem correr o risco de se apaixonar e querer ter filhos com ele;
  2. Mas não fiquem desesperadas se acharem que estão apaixonadas por um desses: vai ver é só coisa de hormônios mesmo;
  3. Boys lixo, agora vocês já sabem quando o seu poder sobre as mulheres fica maior. Mas atentem para os riscos pois, é a tua semente que poderá ter que vir a crescer como filho de mãe solteira (se é que você liga para isso).
Antes que comecem reclamações por aqui, deixemos claro que a ideia não é promover nenhum tipo de preconceito contra ninguém (até porque a própria ciência está aí para provar que a gente gosta e tal – e somos fãs do Barney Stinson, personagem de “How I Met Your Mother” que representa muito bem o tipo cafajeste). Como bem disse a pesquisadora Kristina Durante, boy lixo ou não, “nunca dá para saber quando o cara é o certo para nós“.

Além do mais, particularmente, eu não sei dizer ao certo o porquê mas, algo me diz que as mulheres, no fundo, sempre souberam disso tudo mas, simplesmente, não gostam que seja falado a respeito.
 
Por André Luiz Lenz