Não pretendo te contar sobre minhas lutas mentais. Você terá nas mãos minha
simplicidade e minha leveza, que podem não ser totalmente verdadeiras, mas foram
criadas com muito carinho pra não assustar pessoas como você. Não vou ficar
falando sobre a complexidade dos meus pensamentos, minha dualidade ou minhas
dúvidas sobre qualquer sentimento do mundo. Vou te deixar com... a melhor parte,
porque eu sei que você merece. Guardo pra mim as crises de identidade e a
vontade de sumir. Não vou dissertar sobre minhas fragilidades e minhas
inseguranças. Talvez eu te diga algumas vezes sobre minha tristeza, mas só pra
ganhar um pouquinho mais de carinho. Ofereço meu bom humor e minha paciência e
você deve saber que esta não é uma oferta muito comum.
Se você tivesse
chegado antes, eu não teria notado. Se demorasse um pouco mais, eu não teria
esperado. Você anda acertando muita coisa, mesmo sem perceber. Você tem me
ganhado nos detalhes e aposto que nem desconfia. Mas já que você chegou no
momento certo, vou te pedir que fique. Mesmo que o futuro seja de incertezas,
mesmo que não haja nada duradouro prescrito pra gente. Esse é um pedido egoísta,
porque na verdade eu sei que se nada der realmente certo, vou ficar sem chão.
Mas por outro lado, posso te fazer feliz também. É um risco. Eu pulo, se você me
der a mão.
Você não precisa saber que eu choro porque me sinto pequena
num mundo gigante. Nem que eu faço coisas estúpidas quando estou carente. Você
nunca vai saber da minha mania de me expor em palavras, que eu escrevo o tempo
todo, em qualquer lugar. Muito menos que eu estou escrevendo sobre você neste
exato momento. E não pense que é falta de consideração eu dividir tanto de mim
com tanta gente e excluir você dessa minha segunda vida, porque há duas maneiras
de saber o que eu não digo sobre mim: lendo nas entrelinhas dos meus textos e
olhando nos meus olhos. E a segunda opção ninguém mais tem.
Verônica
Heiss
terça-feira, maio 22, 2012
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