O humano é realmente um ser estranho. Único dotado de capacidade de
raciocínio e discernimento entre o certo e o errado diante de um mínimo
de caos transforma situações simples em reboliço.
Vou citar um exemplo de viagem que vivência com certa freqüência.
Basta se aproximar o horário do embarque para todos se aglomerarem sem o
mínimo de ordem em frente ao portão de embarque. Alguns fingem que não
estão vendo a fila formada ainda que desorganizada e passam a frente dos
demais deliberadamente.
O momento do desembarque é outro pequeno caos. Parece que um vai atropelar o outro na tentativa de ganhar alguns minutos.
Na fila da imigração, se não há agentes para organizar a fila o
mesmo fenômeno estranho do desespero e da espertice aconteceriam
novamente.
Na última viagem que fiz à Alemanha me surpreendeu a atitude de uma
senhora em seus 50 e tantos anos que simplesmente surgiu do meu lado
furando descaradamente a fila. Ela agia normalmente como se nada
houvesse feito. Não sei qual a nacionalidade dela, mas o desrespeito não
tem bandeira, com algumas exceções européias e asiáticas.
Agora, o que mais me espanta sempre é a maneira como cuidamos do
espaço “público” falando especificamente do banheiro. E nem é um espaço
tão público assim visto que está limitado ao uso dos passageiros de um
único avião. O triste é que a grande maioria era de brasileiros.
O descuido é chocante. As pessoas urinam fora do lugar, jogam
papel no chão, escovam os dentes espirrando pasta no espelho e não
limpam. Soam o nariz e não recolhem a sujeira que fica na pia, largam a
pia com cuspe.
Tudo isso ninguém me contou. Eu vi nas 4 vezes que levantei para ir
ao banheiro em um vôo que custa alguns mil reais ao bolso o que
significa que falta de educação não tem a ver com classe social.
Ao longo da noite a situação só piorava e já se sentia o cheiro de
urina ao abrir da porta. Nas 3 ultimas idas senti nojo de usar e
vergonha de deixar o banheiro como estava. Limpei da privada ao espelho
porque quem entrasse depois não mereceria ver o que eu vi. Infelizmente,
ninguém fez o mesmo por mim.
Acho que estamos precisando reaprender a conviver. Não é surpresa
que moremos numa cidade tão suja como São Paulo. Está na hora de
enxergarmos o bem público como extensão de nós mesmos e assumirmos a
responsabilidade por mantê-lo. Estou indignada.
Precisamos reaprender a nos relacionar.
________
Nenhum comentário:
Postar um comentário