Quer
meu amor, carinho, respeito e admiração? Me deixa livre, me deixa
solta, não me pressiona, não me força, não me prende. Mas ao mesmo tempo
me mostra que tenho pra onde voltar, que tenho abrigo, que tenho colo,
que tenho conforto e, de quebra, um cafuné pra me fazer companhia nas
noites vazias.
Não
sou tão difícil assim de desvendar. Meus olhos nunca souberam mentir,
apesar da minha boca dizer certas coisas que nem sempre são sinceras. Me
desculpe, mas é que às vezes preciso fingir. Preciso dizer que não te
quero só pra ver se me convenço. É que não posso te querer tanto. Dizem
que o amor machuca, eu tenho esse lado infantil que se atira sem pensar e
esse lado adulto que se preocupa com os tombos que surgem no meio dessa
difícil estrada que é o sentir.
Tenho
um bocado de coisas pra aprender, meu coração ainda é criança. Sofro
por coisas bobas, me preocupo com o que ninguém vê. O invisível sempre
me interessou demais. Aquilo que a gente não consegue tocar, mas que
consegue sentir profundamente. E eu sinto tanto, tanto. Me confundo no
meio de tantos sentimentos bons, contraditórios, sem nome, sem nexo. Nem
sempre sentir esclarece as coisas, não. Muitas vezes o sentir só
atrapalha tudo e deixa a gente ainda mais enrolado. Mas que graça a vida
teria se não fossem esses gostinhos doces e salgados, alternando, se
misturando, lutando entre si? Nenhuma. Por isso, aceito resignada o que
me foi destinado. Nasci pra andar sempre de mãos dadas com a minha
liberdade e com o amor que me move e me faz sentir cada coisa de forma
arrebatadora. E vou viver assim até o último dia da minha vida.
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