Pra quem sempre acompanha o blog, já viu que gosto
de representações para expressar sentimentos ou qualquer coisa do gênero
emocional. Não sei bem ao certo o porquê, mas adoro usar este tipo de linguagem
e fiquei pensando se o motivo, às vezes não seria mexer com a imaginação,
estimular a inteligência em interpretar e relacionar todos os sinais investidos
na história com o real, os motivos, as demonstrações. Acho que dessa forma, o
que queremos dizer fica mais bem assimilado pela mente, conseguimos consolidar
melhor o que estamos imaginando. Tudo isso porque quando conto uma história
para a pessoa, ela precisa usar a imaginação para construir o que está sendo
dito, e ao final da compreensão, o que teremos é algo muito mais vivo em nossa
mente do que simplesmente ter falado por falar.
Nessa minha busca por facilitar o entendimento daquilo
que estou querendo expressar, recorri a Mário Quintana para explicar a outra
pessoa os reais motivos para eu estar sozinho, triste, abandonado, jogado às
traças. Brincadeira, não vamos dramatizar, (hahaha) os motivos por estar apenas
sozinho. O engraçado dessa conversa é que, à medida que fomos trocando idéias,
eu construí algo ótimo para acrescentar a essa representação do Mário Quintana
que ficou faltando e que talvez gere muita raiva como já gerou em mim. Veremos…
Pra todos que leram o poema sabem que se trata de, no
final das contas, você cultivar seu jardim, buscar plantar flores nele, cuidar
da grama, regar todo dia e dessa forma as borboletas virão e poderão encontrar
ali um lugar pra descansar. Pra bom entendedor, não precisamos divagar muito na
questão realmente envolvida que seria a valorização de si como pessoa e seu
autoconhecimento, tornando-se assim, um motivo de atração para outros.
Mas daí, vem a situação de existirem pessoas que não cuidam
do seu jardim e sempre têm borboletas. Ou seja, sempre tem aquele vadio que não
presta e não vale um envelope de ki-suco que está lá, namorando,
aparentemente feliz. Lógico que já vem à tona o fato de eu estar cultivando um
raio de jardim por quase dois anos e não ter nenhuma borboleta voando nele. Algum
problema deve ter, não é possível! Ou mataram as borboletas, ou estão
arrancando flores, ou algum cachorro sem vergonha está fazendo coco no jardim,
não é possível. Mas, foi então que descobri que existem dois tipos de pessoas.
O primeiro tipo são os jardineiros como eu que ficam a
cuidar do seu jardim, esperando as borboletas virem e se interessarem pelo
jardim. Detalhe: nesse processo é que se por acaso as borboletas vierem, virão
porque quiseram, por livre espontânea vontade, simplesmente pelo fato de terem
achado o jardim bonito e passível de visitação. Agora vem a grande verdade:
Está difícil de achar borboletas!
Borboletas de verdade eu quero dizer as mulheres de valor,
mulheres que realmente valham a pena. Além do que, para ser borboleta precisa
saber valorizar um bom jardim, por tanto, deve ser uma borboleta inteligente,
focada naquilo que quer e observar o jardim a ponto de saber que poderá ali
repousar. Entende a figuração?
O que temos hoje é um bando de mariposas avoadas e cegas
que procuram somente a luz, o brilho e nada mais, o popular, que está em alta e
que no final das contas, quando apagar essa luz, o que vai restar? Mariposas
são tolas! Não são merecedoras de jardins e vão acabar num mundinho de uma lâmpada
com os dias contados.
Puxa vida, que coisa! Quer dizer que está difícil mesmo?
É caro leitor, está complicado sim. Isso que eu nem falei do segundo tipo. Este
tipo seriam os caçadores de borboletas, ou seja, armados com redinha de caça ao
melhor estilo desenho do Pica-pau. Eles estão aí, procurando borboletas
e mariposas, não que as mariposas não os mereçam, mas o problema são as
borboletas.
Com sua fragilidade e com o defeito genético de serem
conquistadas por aquilo que ouvem, muitas borboletas acabam em mãos erradas,
sofrendo na mão de caçadores que possuem o mais diverso estilo de caça. São
enganadores, falsos, mentirosos, entre outros tipos de defeitos, e quando a
borboleta vê, já está sentimentalmente envolvida com um caçador e daí a coisa
desanda. Caçadores com suas redes emocionais aprisionam. Deveriam ficar com as
mariposas, mas acabam sempre estragando as borboletas dessa vida.
Depois de tudo isso, já vejo leitores escrevendo carta de
ingresso para mosteiros, (risos), mas calma, nem tudo está perdido. Acredito
que continuar a cuidar do jardim seja a melhor opção. Temos que ter fé, não
podemos desistir nunca, pois prefiro esperar minha borboleta certa, a que vai
passar o resto da vida no meu jardim, do que de repente, ficar alguns poucos
anos com uma mariposa. A não ser que todo este meu pensamento seja em vão e só
existam jardins, ou eu deveria de ser borboleta, (hahaha). Alguém tem como
saber? Acho que não, e no fundo acredito
somente em fazer a coisa certa, o que seu coração mandar e assim esperar por
aquilo que você tanto sonhou.
Vou continuar cortando a grama, regando as árvores e
plantando cada vez mais flores em meu jardim, porque assim quando minha
borboleta chegar, vou poder entregar a ela todas as flores que plantei enquanto
esperava.
Um comentário:
Olá André! Gostei muito do desfecho das metáforas e contextualização do poema do Mário Quintana. Você demostrou uma inteligencia emocional muito bem trabalhada. Acredite, eu como leitora pude adquirir um crescimento a mais ao ler este seu pensamento e lhe agradeço por isso caro escritor.
Ah.. Feliz Ano Novo (Ainda está em tempo?? Rs..)
Grande Abraço! :]
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