Não se lembra
mais...
De como era
estar aflito esperando que ela gostasse dele.
Não se lembra
mais como era imaginar o calor dos lábios, a carícia dos toques.
Não lembra
mais, o que é pensar nela toda noite.
Não lembra
mais, o que é singelamente esperar que o amor seja recíproco...
Tudo questão de
tempo, tudo passa na memória. O que o ego tomou conta a memória esqueceu. Tudo
que ela era, toda a ingenuidade, castidade e a virgindade dos lábios, se foi...
Pureza,
lembrança.
Não passou de
miragem, não passou de ser o sentimento mais profundo e verdadeiro conhecido
por essas simples almas e organismos humanos que são hipócritas sem perceber. Que
filosofam e amaldiçoam em nome de alguém que eles dizem não existir...
Irônico.
Mãos.
Apenas vê-la
tocar. Era isso que eu precisava, era isso que eu temia. Se um dia eu pudesse
dizer uma única palavra a ela e se a mesma fosse a última eu já sei qual seria:
desculpa...
As palavras “eu
te amo” iriam apenas causar um fardo a ela e a sua consciência pelo resto
da vida, mas pedir desculpas sempre diz tudo. Assume a culpa incondicionalmente
dizendo que faria tudo de novo se fosse necessário, que voltaria do mundo dos
mortos apenas para amá-la, que a protegeria acima de qualquer custo, que a
amaria sem que o soubesse, que estaria presente em todos os singulares momentos
da vida...
Morte.
Não me
assusta, a morte não é nada, ela é o nada. Você não sente, você não existe,
você não tem consciência de que não está mais entre seus entes queridos.
Por que medo?
Apenas uma palavra: não.
E quantas
situações podem ser resumidas nessa palavra… a minha própria, por exemplo, pode
ser resumida em um não. Uma grande negação...
Não.
Deve ser a
palavra, mais difícil de ser proferida. É também a autobiografia dela que em
outra versão poderia ser escrita como medo...
Medo.
Se pudéssemos
calcular quantas pessoas baseiam sua vida nessa palavra… Vivem pelo medo. Pelo medo
estão vivas e têm medo de não acharem significado na vida, coisa que ninguém
nesse mundo descobriu ou mesmo elaborou uma teoria plausível.
* Por Diego Lenz Leite
Nenhum comentário:
Postar um comentário