Fonte: Inspiração Juvenil
Aconteceu há várias décadas, durante a Segunda Guerra Mundial.
Todas as noites, os aviões inimigos voavam sobre Liege, na Bélgica,
despejando bombas que incendiavam a cidade. Naquela noite, as pessoas se
amontoaram nos porões e abrigos subterrâneos, perguntando-se se alguém
sobreviveria ao pior ataque aéreo que já haviam presenciado.
A luz do dia revelou centenas de edifícios em ruínas, com muitas
pessoas mortas ou gravemente feridas, presas entre os escombros. Os
gritos das pessoas presas enchiam as ruas, e em breve dezenas de
sobreviventes afastavam as pedras, tentando ajudar alguém cujos gemidos
podiam localizar.
Os lamentos de pessoas apavoradas, à procura de seus queridos,
misturavam-se com os clamores por socorro daqueles que não conseguiam
desvencilhar-se dos escombros.
A população de Liege trabalhou muitos dias, tentando resgatar
quem ainda estivesse vivo. No quarto dia, as equipes de resgate
começaram a trabalhar em mais um prédio. Quando principiaram a
escavação, ouviram os gritos de uma criança:
– Por favor, me ajudem! Estou com sede! Quero água!
O dia estava muito frio, e só depois de muitas horas chegaram ao
local onde estava a criança. Não sabiam se ainda estaria viva.
Começaram a falar com ela, na esperança de que se apegasse à vida até
que pudessem retirá-la.
– Água – dizia ela. – Quero água.
– Como é possível estar alguém vivo sob um monte tão grande de
escombros? – perguntou alguém, enquanto continuava a escavação.
Quando os membros da equipe de resgate removeram a última laje,
encontraram um menino ainda consciente, com apenas alguns arranhões.
– Água – choramingava. – Quero água.
– Impressionante! – exclamou alguém. – Como pode ser? –
Examinando mais de perto, entenderam. O garotinho se encontrava sob o
corpo curvado de sua mãe, que o protegera como um arco do peso dos
escombros e do frio do inverno.
Nos últimos segundos antes do desmoronamento do prédio, aquela
mãe havia deliberadamente acolhido o filho nos braços, sabendo que seria
sua única possibilidade de sobrevivência. Ela morreu para que ele
pudesse viver. Ele foi salvo pelo poderoso milagre do amor materno.
sexta-feira, dezembro 14, 2012
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