Por André Lenz
Pego-me sempre
pensando no amor e em todas as coisas boas que ele faz por mim. Ou então, fico
sonhando com as coisas que ele fará por mim. A cada dia que passa, busco o
amor. Busco em pequenas e grandes coisas, em pessoas, em atos, em olhares, em tudo. Só que nessa busca,
eu parei. Sim, encostei a cabeça na poltrona, fiz um afago no cachorrinho,
peguei minha caneca de chocolate quente e olhei para o mar.
Ali, daquela
varanda, comecei a me perguntar se realmente estava apegando-me à coisa certa.
Perguntei-me se minha busca pelo amor não estava esbarrando em algum ponto que
não me fazia progredir. O tempo foi passando e comecei a trilhar os caminhos da
minha busca, passo a passo e então, olhando para a imensidão daquele mar, eu me
encontrei.
Como poderia
ter esquecido tal coisa? Que coisa? Esperança.
Meu caminho
devia começar pela esperança. Sim, ela seria o combustível não para eu
encontrar o amor, e sim para o amor me encontrar. Eu deveria ter, em primeiro
lugar, a esperança de ser amado por alguém. Deveria ter a esperança de
encontrar a pessoa certa para passar o resto da minha vida.
Deveria ter a esperança de que ela fosse cheirosa, arrumada, vaidosa, linda. Sim, deveria chamar-me a atenção a todo instante fazendo-me querer cada vez mais e mais aquele ser.
Deveria ter a esperança de que ela fosse cheirosa, arrumada, vaidosa, linda. Sim, deveria chamar-me a atenção a todo instante fazendo-me querer cada vez mais e mais aquele ser.
Não posso
esquecer de ter esperança de que ela goste de crianças e que queira ter uma
filha linda e maravilhosa comigo e para juntos criá-la com muito amor e
carinho.
Tenho que ter esperança de que ela goste de lasanha, de carro antigo, da minha mãe, de arroz com batata frita e bife acebolado, de passear no parque, de tomar banho de cachoeira à noite. Enfim, de mim.
Tenho que ter esperança de que ela goste de lasanha, de carro antigo, da minha mãe, de arroz com batata frita e bife acebolado, de passear no parque, de tomar banho de cachoeira à noite. Enfim, de mim.
Isso. Tenho
que me agarrar a esperança de que para ela, eu serei tudo e que ela daria a
vida por mim, assim como eu não hesitaria em dar a minha vida por ela.
Caro amigo, eu
procurei a coisa errada. Não posso mais agarrar-me somente ao amor. Tenho que
me agarrar na esperança, pois é ela que mantém a chama do meu coração acessa. É
ela que cultiva as coisas boas que tenho guardado aqui dentro, esperando por
alguém que irá fazer todo uso delas e com isso, irá fazer-me muito feliz. Uma
pessoa mais feliz e completa.
O mar não se
cansa de despejar suas ondas na areia. Minha esperança não pode se cansar de
despejar o amor na areia do meu coração. A noite vem vindo, o sol vai se
deitando e sumindo no horizonte e eu aqui.
Eu? Sim, agora
tenho um sorriso de um lado ao outro da cara, enorme, feliz. Um sorriso com
muito mais esperança.
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