domingo, julho 31, 2011

Pedir um Sinal de Deus


(me desculpem os céticos, mas este texto é muito bom......Deus em todas as decisões...)

Por José Maria Barbosa

Pois bem. Vou pôr um pouco de lã no lugar onde malhamos o trigo. Se de manhã o orvalho tiver molhado somente a lã, e o chão em volta dela estiver seco, então poderei ficar certo de que Tu realmente me usarás para libertar Israel. Juízes 6:37, NTLH


Há muitos que tomam este episódio do Antigo Testamento como se fosse uma norma para tomar decisões em determinadas situações. O caso de Gideão não foi mencionado na Bíblia com a finalidade de se tornar numa fórmula espiritual.


Quem sabe você também já tenha usado sua “porção de lã” diante de uma situação em que queria ter a segurança de que aquela era a vontade de Deus. Pode ter pensado que uma maneira segura e rápida de tomar uma decisão seria pedir um sinal de Deus.


Alguns são muitos criativos: “Senhor, se quando eu estiver indo para a cidade cruzar com uma caminhonete amarela, isso será sinal de que devo aceitar esse emprego e não o outro.” “Se eu encontrar um lugar para estacionar, é sinal de que Tu queres que eu curse biologia e não fisioterapia.” “Se a estrela piscar uma vez, devo dizer ‘sim’; se piscar duas, digo ‘não’; e se piscar três, é ‘ainda não’.” “Senhor, que ele telefone... que ela envie um e-mail.” Ou diante da decisão de terminar o namoro, dizemos: “Vou escrever ‘sim’ e ‘não’ em dois pedacinhos de papel. O que sair, é o que vou fazer.” Quando o papel está de acordo com o que pensamos, nos apressamos em executar o “plano”. Que bom! Era isso mesmo! Mas quando o papel desafia nossa preferência, levando-nos à decisão que temíamos, colocamos em dúvida o que fizemos. “Será que eu realmente orei com fé? Acho que deveria orar de novo.” E completamos: “Senhor, agora é pra valer.”


Outro motivo pelo qual somos inclinados a pedir um sinal de Deus é a necessidade de fugir às consequências de nossa decisão. Ao pedir um sinal, se as coisas não derem certo, e as consequências forem as que temo, poderei jogar a culpa no processo, não em mim mesmo.


Deus nos deu um cérebro dotado de capacidade de pensar, avaliar e pesar as decisões. Mas quantas vezes, com preguiça de pensar, seguimos um atalho. Queremos colocar Deus dentro de nossos limites e manipular os eventos a nosso favor, conforme nossa vontade.


Hoje, também, mudar de emprego, mudar de curso, escolher o(a) compa-nheiro(a) para toda a vida, são decisões que requerem discernimento, sabedoria e boa dose de entrega. Peçamos a Deus que nos faça submissos e humildes para aceitar Seus planos para nossa vida.

Quem Cara é Essa?


Por Ivan Saraiva

É normal ouvirmos esta pergunta por aí: “Que cara é essa?” Essa pergunta só pode ser feita quando conhecemos a pessoa e, por consequência, sabemos quais são suas expressões faciais normais. Se você faz essa pergunta a um conhecido, é óbvio que está reparando nele e se importando. Mas, para um desconhecido, pode parecer até um insulto. Já imaginou você encontrar alguém pela primeira vez e, ao ser apresentado, perguntar: “Ei, que cara é essa?” Com certeza, não pegaria nada bem.


Você percebe como tudo nesta vida precisa de contexto? Eu fui aluno de um grande homem. Seu nome: Pedro Apolinário. Você ainda ouvirá mais a respeito desse grande homem. Sem dúvida, uma das mentes mais brilhantes da Igreja Adventista no Brasil. Ele sempre dizia: “Um texto sem contexto é um pretexto para a desculpa.” Ou seja, para uma correta avaliação de qualquer frase, é necessário o contexto exato. Assim, teremos uma chance bem menor de errar.


Quando eu era professor, procurava sempre saber o contexto familiar dos meus alunos. Queria saber se os pais eram casados ou não, no que trabalhavam, onde moravam, se o aluno já tinha repetido o ano, se tinha irmãos, se ele se dava bem com eles, de qual matéria ele mais gostava e coisas assim. Dessa forma, eu tinha mais ou menos o contexto da vida do aluno. Assim, eu tinha mais condições de ajudá-lo, entendê-lo. Não foram poucas vezes em que esse “contexto” foi útil em conselhos de classe. Fica mais fácil ser justo quando conhecemos bem o caso.


Em minha infância, conheci um garoto muito estranho e não entendia por que ele era assim. Até hoje acho que poderia tê-lo tratado melhor quando éramos crianças. Mas só o compreendi bem quando conheci sua família. A mãe tinha sérios problemas mentais; a avó, idosa e debilitada, tentava criá-lo como podia. Nessas circunstâncias, o garoto foi crescendo. Meio estranho, meio torto. Mas, quando conheci sua família, percebi que ele era um sobrevivente. Quando, anos depois, eu o vi bem e feliz, ele se tornou um exemplo para mim.


Ei, amigo, que cara é essa? Todo texto tem seu contexto, todo rosto tem sua história. Antes de julgar, procure entender. Antes de se afastar, aproxime-se. Tenho certeza de que você verá as coisas e as pessoas de outro jeito!

sábado, julho 30, 2011

Medo


Por Milka Lopes

Ontem eu tive medo, hoje eu tenho medo e o amanhã me dá medo...
Todos nós temos medos.
O medo é algo capaz de nos fazer parar, nos fazer pensar e nos fazer voltar atrás.

O medo é saudável quando nos previne de algo que poderíamos nos arrepender pro resto da vida, quando nos adverte que se agirmos de tal forma poderemos pagar um preço muito alto, quando indica perigo. Esse medo, é o medo natural que todo mundo tem ou deveria ter ao longo da vida.

O medo prejudicial é aquele que nos torna incapaz, que nos deixa impotente.
Esse medo não deve ser alimentado, esse medo deve ser vencido, deve ser anulado dentro de nós.
Por causa desse medo muitas vezes, deixamos de viver momentos bons, deixamos de investir em sonhos, em pessoas e em sentimentos, só por medo de errarmos.

Isso não é legal. Devemos arriscar, tentar, se não der certo, paciência!
Esse era o risco, ser ou não ser, dar certo ou não.
O que não podemos é nos esconder, nos anular, deixando o medo tomar conta das nossas vidas, deixar que ele decida por nós.

Hoje eu posso vencer o medo, amanhã eu posso estar feliz porque tive a coragem de tentar, de me expor, de dizer o que pensava.
O medo pode até continuar a me acompanhar, mas em hipótese nenhuma, decidirá por mim aquilo que só eu posso decidir!

E você tem medo do quê?

Cachoeira


Por Milka Lopes

 

Ontem a noite eu mergulhei em uma cachoeira.
Era muita água!
A água era quente, salgada e lavava a minha alma.
Expressava a minha dor...
A cachoeira caía dos meus olhos, que não aguentavam mais segurar toda aquela água.
O calor dessas águas aqueceram o meu coração.
Como uma terapia, foi anestesiando tudo o que estava me sufocando.
Pude sentir o peso que estava sobre os meus ombros, cair junto com aquelas lágrimas.
Me senti mais leve, me senti fortalecida, me senti renovada.
Eu descobri literalmente o caminho das pedras, caminho difícil, doloroso.
A fonte continua aqui, ela não vai secar por enquanto.
Ainda há muita água para rolar.
Essa cachoeira tem muitas quedas; essa foi apenas a primeira que eu desci.
Descerei todas elas, quantas forem.
Quando finalmente não tiver mais nenhuma queda, encontrarei águas mais tranquilas, mais calmas. Nas quais, poderei nadar e me alegrar, o esforço será recompensado.
Pois terei encontrado o paraíso...



sexta-feira, julho 29, 2011

Dragão


Por Caio Fernando Abreu

Os dragões não conhecem o paraíso

Tenho um dragão que mora comigo.

Não, isso não é verdade.

Não tenho nenhum dragão. E, ainda que tivesse, ele não moraria comigo nem com ninguém. Para os dragões, nada mais inconcebível que dividir seu espaço - seja com outro dragão, seja com uma pessoa banal feito eu. Ou invulgar, como imagino que os outros devam ser. Eles são solitários, os dragões. Quase tão solitários quanto eu me encontrei, sozinho neste apartamento, depois de sua partida. Digo quase porque, durante aquele tempo em que ele esteve comigo, alimentei a ilusão de que meu isolamento para sempre tinha acabado. E digo ilusão porque, outro dia, numa dessas manhãs áridas da ausência dele, felizmente cada vez menos freqüentes (a aridez, não a ausência), pensei assim: Os homens precisam da ilusão do amor da mesma forma que precisam da ilusão de Deus. Da ilusão do amor para não afundarem no poço horrível da solidão absoluta; da ilusão de Deus, para não se perderem no caos da desordem sem nexo.

Isso me pareceu gradiloqüente e sábio como uma idéia que não fosse minha, tão estúpidos costumam ser meus pensamentos. E tomei nota rapidamente no guardanapo do bar onde estava. Escrevi também mais alguma coisa que ficou manchada pelo café. Até hoje não consigo decifrá-la. Ou tenho medo da minha - felizmente indecifrável - lucidez daquele dia.

Estou me confundindo, estou me dispersando.

O guardanapo, a frase, a mancha, o medo - isso deve vir mais tarde. Todas essas coisas de que falo agora - as particularidades dos dragões, a banalidade das pessoas como eu -, só descobri depois. Aos poucos, na ausência dele, enquanto tentava compreendê-lo. Cada vez menos para que minha compreensão fosse sedutora, e cada vez mais para que essa compreensão ajudasse a mim mesmo a. Não sei dizer. Quando penso desse jeito, enumero proposições como: a ser uma pessoa menos banal, a ser mais forte, mais seguro, mais sereno, mais feliz, a navegar com um mínimo de dor. Essas coisas todas que decidimos fazer ou nos tornar quando algo que supúnhamos grande acaba, e não há nada a ser feito a não ser continuar vivendo.

Então, que seja doce. Repito todas as manhãs, ao abrir as janelas para deixar entrar o sol ou o cinza dos dias, bem assim: que seja doce. Quando há sol, e esse sol bate na minha cara amassada do sono ou da insônia, contemplando as partículas de poeira soltas no ar, feito um pequeno universo, repito sete vezes para dar sorte: que seja doce que seja doce que seja doce e assim por diante.
Mas, se alguém me perguntasse o que deverá ser doce, talvez não saiba responder. Tudo é tão vago como se não fosse nada.

Ninguém perguntará coisa alguma, penso. Depois continuo a contar para mim mesmo, como se fosse ao mesmo tempo o velho que conta e a criança que escuta, sentado no colo de mim. Foi essa a imagem que me veio hoje pela manhã quando, ao abrir a janela, decidi que não suportaria passar mais um dia sem contar esta história de dragões. Consegui evitá-la até o meio da tarde. Dói, um pouco. Não mais uma ferida recente, apenas um pequeno espinho de rosa, coisa assim, que você tenta arrancar da palma da mão com a ponta de uma agulha. Mas, se você não consegue extirpá-lo, o pequeno espinho pode deixar de ser uma pequena dor para se transformar numa grande chaga.

Assim, agora, estou aqui. Ponta fina de agulha equilibrada entre os dedos da mão direita, pairando sobre a palma aberta da mão esquerda. Algumas anotações em volta, tomadas há muito tempo, o guardanapo de papel do bar, com aquelas palavras sábias que não parecem minhas e aquelas outras, manchadas, que não consigo ou não quero ou finjo não poder decifrar.

Ainda não comecei.

Queria tanto saber dizer Era uma vez. Ainda não consigo.

Mas preciso começar de alguma forma. E esta, enfim, sem começar propriamente, assim confuso, disperso, monocórdio, me parece um jeito tão bom ou mau quanto qualquer outro de começar uma história. Principalmente se for uma história de dragões.

Gosto de dizer tenho um dragão que mora comigo, embora não seja verdade. Como eu dizia, um dragão jamais pertence a, nem mora com alguém. Seja uma pessoa banal igual a mim, seja unicórnio, salamandra, harpia, elfo, hamadríade, sereia ou ogro. Duvido que um dragão conviva melhor com esses seres mitológicos, mais semelhantes à natureza dele, do que com um ser humano. Não que sejam insociáveis. Pelo contrário, às vezes um dragão sabe ser gentil e submisso como uma gueixa. Apenas, eles não dividem seus hábitos.

Ninguém é capaz de compreender um dragão. Eles jamais revelam o que sentem. Quem poderia compreender, por exemplo, que logo ao despertar (e isso pode acontecer em qualquer horário, às três ou às onze da noite, já que o dia e a noite deles acontecem para dentro, mas é mais previsível entre sete e nove da manhã, pois essa é a hora dos dragões) sempre batem a cauda três vezes, como se tivessem furiosos, soltando fogo pelas ventas e carbonizando qualquer coisa próxima num raio de mais de cinco metros? Hoje, pondero: talvez seja essa a sua maneira desajeitada de dizer, como costumo dizer agora, ao despertar - que seja doce.

Mas no tempo em que vivia comigo, eu tentava - digamos - adaptá-lo às circunstâncias. Dizia por favor, tente compreender, querido, os vizinho banais do andar de baixo já reclamaram da sua cauda batendo no chão ontem às quatro da madrugada. O bebê acordou, disseram, não deixou ninguém mais dormir. Além disso, quando você desperta na sala, as plantas ficam todas queimadas pelo seu fogo. E, quanto você desperta no quarto, aquela pilha de livros vira cinzas na minha cabeceira.

Ele não prometia corrigir-se. E eu sei muito bem como tudo isso parece ridículo. Um dragão nunca acha que está errado. Na verdade, jamais está. Tudo que faz, e que pode parecer perigoso, excêntrico ou no mínimo mal-educado para um humano igual a mim, é apenas parte dessa estranha natureza dos dragões. Na manhã, na tarde ou na noite seguintes, quanto ele despertasse outra vez, novamente os vizinhos reclamariam e as prímulas amarelas e as begônias roxas e verdes, e Kafka, Salinger, Pessoa, Clarice e Borges a cada dia ficariam mais esturricados. Até que, naquele apartamento, restássemos eu e ele entre as cinzas. Cinzas são como sedas para um dragão, nunca para um humano, porque a nós lembra destruição e morte, não prazer. Eles trafegam impunes, deliciados, no limiar entre essa zona oculta e a mais mundana. O que não podemos compreender, ou pelo menos aceitar.

Além de tudo: eu não o via. Os dragões são invisíveis, você sabe. Sabe? Eu não sabia. Isso é tão lento, tão delicado de contar - você ainda tem paciência? Certo, muito lógico você querer saber como, afinal, eu tinha tanta certeza da existência dele, se afirmo que não o via. Caso você dissesse isso, ele riria. Se, como os homens e as hienas, os dragões tivessem o dom ambíguo do riso. Você o acharia talvez irônico, mas ele estaria impassível quanto perguntasse assim: mas então você só acredita naquilo que vê? Se você dissesse sim, ele falaria em unicórnios, salamandras, harpias, hamadríades, sereias e ogros. Talvez em fadas também, orixás quem sabe? Ou átomos, buracos negros, anãs brancas, quasars e protozoários. E diria, com aquele ar levemente pedante: "Quem só acredita no visível tem um mundo muito pequeno. Os dragões não cabem nesses pequenos mundos de paredes invioláveis para o que não é visível".

Ele gostava tanto dessas palavras que começam com in - invisível, inviolável, incompreensível -, que querem dizer o contrário do que deveriam. Ele próprio era inteiro o oposto do que deveria ser. A tal ponto que, quando o percebia intratável, para usar uma palavra que ele gostaria, suspeitava-o ao contrário: molhado de carinho. Pensava às vezes em tratá-lo dessa forma, pelo avesso, para que fôssemos mais felizes juntos. Nunca me atrevi. E, agora que se foi, é tarde demais para tentar requintadas harmonias.

Ele cheirava a hortelã e alecrim. Eu acreditava na sua existência por esse cheiro verde de ervas esmagadas dentro das duas palmas das mãos. Havia outros sinais, outros augúrios. Mas quero me deter um pouco nestes, nos cheiros, antes de continuar. Não acredite se alguém, mesmo alguém que não tenha um mundo pequeno, disser que os dragões cheiram a cavalos depois de uma corrida, ou a cachorros das ruas depois da chuva. A quartos fechados, mofo, frutas podres, peixe morto e maresia - nunca foi esse o cheiro dos dragões.

A hortelã e alecrim, eles cheiram. Quando chegava, o apartamento inteiro ficava impregnado desse perfume. Até os vizinhos, aqueles do andar de baixo, perguntavam se eu andava usando incenso ou defumação. Bem, a mulher perguntava. Ela tinha uns olhos azuis inocentes. O marido não dizia nada, sequer me cumprimentava. Acho que pensava que era uma dessas ervas de índio que as pessoas costumam fumar quando moram em apartamentos, ouvindo música muito alto. A mulher dizia que o bebê dormia melhor quando esse cheiro começava a descer pelas escadas, mais forte de tardezinha, e que o bebê sorria, parecendo sonhar. Sem dizer nada, eu sabia que o bebê sonhava com dragões, unicórnios ou salamandras, esse era um jeito do seu mundo ir-se tornando aos poucos mais largo. Mas os bebês costumam esquecer dessas coisas quanto deixam de ser bebês, embora possuam a estranha facilidade de ver dragões - coisa que só os mundos muito largos conseguem.

Eu aprendi o jeito de perceber quando o dragão estava a meu lado. Certa vez, descemos juntos pelo elevador com aquela mulher de olhos-azuis-inocentes e seu bebê, que também tinha olhos-azuis-inocentes. O bebê olhou o tempo todo para onde estava o dragão. Os dragões param sempre do lado esquerdo das pessoas, para conversar direto com o coração. O ar a meu lado ficou leve, de uma coloração vagamente púrpura. Sinal que ele estava feliz. Ele, o dragão, e também o bebê, e eu, e a mulher, e a japonesa que subiu no sexto andar, e um rapaz de barba no terceiro. Sorríamos suaves, meio tolos, descendo juntos pelo elevador numa tarde que lembro de abril - esse é o mês dos dragões - dentro daquele clima de eternidade fluida que apenas os dragões, mas só às vezes, sabem transmitir.

Por situações como essa, eu o amava. E o amo ainda, quem sabe mesmo agora, quem sabe mesmo sem saber direito o significado exato dessa palavra seca - amor. Se não o tempo todo, pelo menos quanto lembro de momentos assim. Infelizmente, raros. A aspereza e avesso parecem ser mais constantes na natureza dos dragões do que a leveza e o direito. Mas queria falar de antes do cheiro. Havia outros sinais, já disse. Vagos, todos eles.

Nos dias que antecediam a sua chegada, eu acordava no meio da noite, o coração disparado. As palmas das mãos suavam frio. Sem saber porque, nas manhãs seguintes, compulsivamente eu começava a comprar flores, limpar a casa, ir ao supermercado e à feira para encher o apartamento de rosas e palmas e morangos daqueles bem gordos e cachos de uvas reluzentes e berinjelas luzidias (os dragões, descobri depois, adoram contemplar berinjelas) que eu mesmo não conseguia comer. Arrumava em pratos, pelos cantos, com flores e velas e fitas, para que os espaços ficassem mais bonito.

Como uma fome, me dava. Mas uma fome de ver, não de comer. Sentava na sala toda arrumada, tapete escovado, cortinas lavadas, cestas de frutas, vasos de flores - acendia um cigarro e ficava mastigando com os olhos a beleza das coisas limpas, ordenadas, sem conseguir comer nada com a boca, faminto de ver. À medida que a casa ficava mais bonita, eu me tornava cada vez mais feio, mais magro, olheiras fundas, faces encovadas. Porque não conseguia dormir nem comer, à espera dele. Agora, agora vou ser feliz, pensava o tempo todo numa certeza histérica. Até que aquele cheiro de alecrim, de hortelã, começasse a ficar mais forte, para então, um dia, escorregar que nem brisa por baixo da porta e se instalar devagarzinho no corredor de entrada, no sofá da sala, no banheiro, na minha cama. Ele tinha chegado.

Esses ritmos, só descobri aos poucos. Mesmo o cheiro de hortelã e alecrim, descobri que era exatamente esse quando encontrei certas ervas numa barraca de feira. Meu coração disparou, imaginei que ele estivesse por perto. Fui seguindo o cheiro, até me curvar sobre o tabuleiro para perceber: eram dois maços verdes, a hortelã de folhinhas miúdas, o alecrim de hastes compridas com folhas que pareciam espinhos, mas não feriam. Pergunte o nome, o homem disse, eu não esqueci. Por pura vertigem, nos dias seguintes repetia quanto sentia saudade: alecrim hortelã alecrim hortelã alecrim hortelã alecrim.

Antes, antes ainda, o pressentimento de sua visita trazia unicamente ansiedade, taquicardias, aflição, unhas roídas. Não era bom. Eu não conseguia trabalhar, ira ao cinema, ler ou afundar em qualquer outra dessas ocupações banais que as pessoas como eu têm quando vivem. Só conseguia pensar em coisas bonitas para a casa, e em ficar bonito eu mesmo para encontrá-lo. A ansiedade era tanta que eu enfeiava, à medida que os dias passavam. E, quando ele enfim chegava, eu nunca tinha estado tão feio. Os dragões não perdoam a feiúra. Menos ainda a daqueles que honram com sua rara visita.

Depois que ele vinha, o bonito da casa contrastando com o feio do meu corpo, tudo aos poucos começava a desabar. Feito dor, não alegria. Agora agora agora vou ser feliz, eu repetia: agora agora agora. E forçava os olhos pelos cantos de prata esverdeadas, luz fugidia, a ponta em seta de sua cauda pela fresta de alguma porta ou fumaça de suas narinas, sempre mau, e a fumaça, negra. Naqueles dias, enlouquecia cada vez mais, querendo agora já urgente ser feliz. Percebendo minha ânsia, ele tornava-se cada vez mais remoto. Ausentava-se, retirava-se, fingia partir. Rarefazia seu cheiro de ervas até que não passasse de uma suspeita verde no ar. Eu respirava mais fundo, perdia o fôlego no esforço de percebê-lo, dias após dia, enquanto flores e frutas apodreciam nos vasos, nos cestos, nos cantos. Aquelas mosquinhas negras miúdas esvoaçavam em volta delas, agourentas.

Tudo apodrecia mais e mais, sem que eu percebesse, doído do impossível que era tê-lo. Atento somente à minha dor, que apodrecia também, cheirava mal. Então algum dos vizinhos batia à porta para saber se eu tinha morrido e sim, eu queria dizer, estou apodrecendo lentamente, cheirando mal como as pessoas banais ou não cheiram quando morrem, à espera de uma felicidade que não chega nunca. Ele não compreenderia. Eu não compreendia, naqueles dias - você compreende?

Os dragões, já disse, não suportam a feiúra. Ele partia quando aquele cheiro de frutas e flores e, pior que tudo, de emoções apodrecidas tornava-se insuportável. Igual e confundido ao cheiro da minha felicidade que, desta e mais uma vez, ele não trouxera. Dormindo ou acordado, eu recebia sua partida como um súbito soco no peito. Então olhava para cima, para os lados, à procura de Deus ou qualquer coisa assim - hamadríades, arcanjos, nuvens radioativas, demônios que fossem. Nunca os via. Nunca via nada além das paredes de repente tão vazias sem ele.

Só quem já teve um dragão em casa pode saber como essa casa parece deserta depois que ele parte. Dunas, geleiras, estepes. Nunca mais reflexos esverdeados pelos cantos, nem perfume de ervas pelo ar, nunca mais fumaças coloridas ou formas como serpentes espreitando pelas frestas de portas entreabertas. Mais triste: nunca mais nenhuma vontade de ser feliz dentro da gente, mesmo que essa felicidade nos deixe com o coração disparado, mãos úmidas, olhos brilhantes e aquela fome incapaz de engolir qualquer coisa. A não ser o belo, que é de ver, não de mastigar, e por isso mesmo também uma forma de desconforto. No turvo seco de uma casa esvaziada da presença de um dragão, mesmo voltando a comer e a dormir normalmente, como fazem as pessoas banais, você não sabe mais se não seria preferível aquele pântano de antes, cheio de possibilidades - que não aconteciam, mas que importa? - a esta secura de agora. Quando tudo, sem ele, é nada.

Hoje, acho que sei. Um dragão vem e parte para que seu mundo cresça? Pergunto - porque não estou certo - coisas talvez um tanto primárias, como: um dragão vem e parte para que você aprenda a dor de não tê-lo, depois de ter alimentado a ilusão de possuí-lo? E para, quem sabe, que os humanos aprendam a forma de retê-lo, se ele um dia voltar?

Não, não é assim. Isso não é verdade.

Os dragões não permanecem. Os dragões são apenas a anunciação de si próprios. Eles se ensaiam eternamente, jamais estréiam. As cortinas não chegam a se abrir para que entrem em cena. Eles se esboçam e se esfumam no ar, não se definem. O aplauso seria insuportável para eles: a confirmação de que sua inadequação é compreendida e aceita e admirada, e portanto - pelo avesso igual ao direito - incompreendida, rejeitada, desprezada. Os dragões não querem ser aceitos. Eles fogem do paraíso, esse paraíso que nós, as pessoas banais, inventamos - como eu inventava uma beleza de artifícios para esperá-lo e prendê-lo para sempre junto a mim. Os dragões não conhecem o paraíso, onde tudo acontece perfeito e nada dói nem cintila ou ofega, numa eterna monotonia de pacífica falsidade. Seu paraíso é o conflito, nunca a harmonia.

Quando volto apensar nele, nestas noites em que dei para me debruçar à janela procurando luzes móveis pelo céu, gosto de imaginá-lo voando com suas grandes asas douradas, solto no espaço, em direção a todos os lugares que é lugar nenhum. Essa é sua natureza mais sutil, avessa às prisões paradisíacas que idiotamente eu preparava com armadilhas de flores e frutas e fitas, quando ele vinha. Paraísos artificiais que apodreciam aos poucos, paraíso de eu mesmo - tão banal e sedento - a tolerar todas as suas extravagâncias, o que devia lhe soar ridículo, patético e mesquinho. Agora apenas deslizo, sem excessivas aflições de ser feliz.

As manhãs são boas para acordar dentro delas, beber café, espiar o tempo. Os objetos são bons de olhar para eles, sem muitos sustos, porque são o que são e também nos olham, com olhos que nada pensam. Desde que o mandei embora, para que eu pudesse enfim aprender a grande desilusão do paraíso, é assim que sinto: quase sem sentir.

Resta esta história que conto, você ainda está me ouvindo? Anotações soltas sobre a mesa, cinzeiros cheios, copos vazios e este guardanapo de papel onde anotei frases aparentemente sábias sobre o amor e Deus, com uma frase que tenho medo de decifrar e talvez, afinal, diga apenas qualquer coisa simples feito: nada disso existe.

Nada, nada disso existe.

Então quase vomito e choro e sangro quando penso assim. Mas respiro fundo, esfrego as palmas das mãos, gero energia em mim. Para manter-me vivo, saio à procura de ilusões como o cheiro das ervas ou reflexos esverdeados de escamas pelo apartamento e, ao encontrá-los, mesmo apenas na mente, tornar-me então outra vez capaz de afirmar, como num vício inofensivo: tenho um dragão que mora comigo. E, desse jeito, começar uma nova história que, desta vez sim, seria totalmente verdadeira, mesmo sendo completamente mentira. Fico cansado do amor que sinto, e num enorme esforço que aos poucos se transforma numa espécie de modesta alegria, tarde da noite, sozinho neste apartamento no meio de uma cidade escassa de dragões, repito e repito este meu confuso aprendizado para a criança-eu-mesmo sentada aflita e com frio nos joelhos do sereno velho-eu-mesmo:

- Dorme, só existe o sonho. Dorme, meu filho. Que seja doce.

Não, isso também não é verdade.

quinta-feira, julho 28, 2011


Por José Maria Barbosa

Às vésperas de um projeto do Unasp voltado para os índios carajás, tive que fazer um voo de Goiânia a São Félix do Araguaia num monomotor Cessna. Era um avião pequeno com capacidade para cinco passageiros, mais o piloto. O avião, que já havia perdido a cor original, lembrava uma sucata de guerra. Os flaps estavam remendados com fita-crepe e o plástico dos bancos estava desgastado. As letras com as indicações de comando estavam apagadas pelo uso. Como passageiro de verdade, apenas eu; os outros dois eram a esposa e a filha do piloto. Diga-me, nessa hora, se você fosse o passageiro, confiaria no avião ou no piloto? Naquele momento, um dos objetos da minha fé (o avião) não era o mais confiável.


A vida é uma série constante de atos de fé. Torcemos a chave da ignição e o carro funciona. Mesmo sem entender a caligrafia do médico, confiamos que ele está nos receitando o remédio certo. Depois, o farmacêutico entra nos fundos da farmácia e traz o remédio que acreditamos vai nos fazer bem. Quando atravessamos uma ponte, acreditamos que ela vai nos sustentar.


Possivelmente, não haja palavra tão falada no meio religioso do que esta palavra pequenininha: “fé”. Peça a dez pessoas uma definição de fé, e conseguirá dez respostas diferentes. Isso significa que elas estão erradas? Não necessariamente. Significa apenas que a fé que cada pessoa tem é uma mistura de sua história de vida, de sua experiência religiosa, de sua personalidade, e outras mil e uma dimensões que nos fazem únicos e diferentes uns dos outros.


A fé é relacional. Há sempre outra pessoa na fé. Deus diz: “Saia dos seus limites e se aproxime de Mim.”


Pode ser que depois de termos estado na presença de Deus, saiamos sem uma resposta às nossas orações. Porém, podemos ter certeza de que Ele continua ao nosso lado, mesmo sem nos dar o que pedimos. Você mede sua fé ou sua vida religiosa pelo número de orações atendidas? Você confia nas orações ou no Deus que ouve as orações? Da mesma maneira, você concordará também que o importante não é o tamanho da fé em si, mas o Deus em quem confiamos.


O educador e orador Patrick Overton disse: “Quando você chega ao fim de toda luz que conhece, e está para dar um passo na direção das trevas do desconhecido, fé é saber que uma de duas coisas acontecerá: ou haverá onde pisar, ou você será ensinado a voar.”


“Senhor, aumenta-nos a fé.”

Ainda Dá Tempo?


Por Ivan Saraiva

Lembro-me de uma reportagem. O assunto era o vestibular daquele ano e mostrava a correria do pessoal que chegava na última hora para fazer as provas. Eles estavam ao vivo. Nos últimos minutos, era incrível ver o desespero na cara dos vestibulandos e de seus pais para saber se dava ou não tempo. Lembro vividamente que o segurança fechou a porta de vidro bem no rosto de uma garota que, em desespero, perguntou: “Ainda dá tempo?” O segurança só balançou a cabeça negativamente. Ela começou a chorar e a passar a mão sobre os cabelos. Dizia repetidamente: “Estou perdida, estou perdida, estou perdida.” Para aquela menina, agora só restava esperar mais 365 dias e arrumar o relógio para não se atrasar mais.


É incrível como as pessoas chegam atrasadas, perdem prazos, esquecem os compromissos. Distração? Desconsideração? Ou personalidade? Talvez existam ainda outros motivos. Mas uma coisa é certa: para algumas coisas, há conserto; para outras, não. No caso da menina, tenho certeza de que ela ficou muito chateada. Mas, apesar do atraso no ingresso na faculdade, ela ainda tinha vida, saúde, inteligência e tudo o mais. No entanto, há casos em que a situação não pode ser revertida.


Lembra-se da história do travesseiro de penas? Você pode até se arrepender de ter subido no último andar do edifício e ter espalhado centenas de penas do travesseiro, mas não pode juntá-las mais. Como também não há mais tempo para voltar no passado e evitar o acidente. Assim como não há mais tempo de falar para alguém que já morreu o quanto você o amava.


Quando Jesus voltar, não haverá mais tempo para arrependimento. Por isso, você percebe a importância de fazermos bem as coisas, de escolhermos bem, de avaliarmos nossas ações hoje?


Com certeza, ainda dá tempo de você rever suas atitudes, analisar as decisões. Então, mãos à obra! Coloque no papel o que você precisa mudar, quais são as coisas ruins que precisa evitar. Então, já que dá tempo, hoje é um bom dia para começar!

quarta-feira, julho 27, 2011

Ponto de Mutação



Cidade Negra
Composição: Toni Garrido / Lazão / Bino

Vai passar, cedo ou tarde, vai passar
A euforia da paixão, a febre da decepção
A febre da decepção, o amargo da contradição
Vai passar, cedo ou vai passar
Vai chegar, cedo ou tarde vai chegar
No momento em que encontraremos
O Ponto de Mutação
O amor é a razão, o amor é a certeza
De batalhar com gentileza, saber amar
É uma nobreza e vencer sem perder a humildade.
A humildade de endurecer sem perder a sensibilidade
Vou cantar, cedo ou tarde, eu vou cantar
A divina harmonia, vai brilhar felicidade
Dia e noite, noite e dia, até o fim dos nossos dias
Vou cantar

terça-feira, julho 26, 2011

Como sabemos, a vida não vem lacrada, em categorias distintas e separadas, ou em seções. Todas as coisas causam impacto em quase tudo. Na verdade, a teoria da relatividade geral de Einstein ensina que toda matéria no Universo tem uma atração gravitacional sobre todos os outros elementos. Ou seja, seu corpo exerce uma força gravitacional, não apenas sobre seu vizinho, mas igualmente sobre o Sol, e sobre tudo o mais no mundo criado.


Evidentemente, não precisamos de uma lição de física para reconhecer que as obras e ações de uma pessoa podem afetar os outros de forma radical e até trágica, mesmo em gerações futuras. O que somos, onde estamos, por que somos o que somos; tudo foi afetado em certa medida pelas ações de outros completamente fora de nosso controle. Assim, precisamos ter muito cuidado com relação às coisas que dizemos e fazemos, pois quem sabe se o impacto que os nossos atos e palavras produzirão sobre os outros será para o bem ou para o mal, a curto e a longo prazo?

Homens


O modo de vida, os novos costumes e o desrespeito à natureza tem afetado a sobrevivência de vários seres e entre os mais ameaçados está o macho da espécie humana.

Tive apenas um exemplar em casa, que mantive com muito zelo e dedicação num casamento que durou 56 anos de muito amor e companheirismo, (1952-2008), mas na verdade acredito que era ele quem também me mantinha firme no relacionamento.

Portanto, por uma questão de auto-sobrevivência, lanço a campanha 'Salvem os Homens!'

Tomem aqui os meus poucos conhecimentos em fisiologia da masculinidade a fim de que preservemos os raros e preciosos exemplares que ainda restam:

1. Habitat

Homem não pode ser mantido em cativeiro.

Se for engaiolado, fugirá ou morrerá por dentro.

Não há corrente que os prenda e os que se submetem à jaula perdem o seu DNA.

Você jamais terá a posse ou a propriedade de um homem, o que vai prendê-lo a você é uma linha frágil que precisa ser reforçada diariamente, com dedicação, atenção, carinho e amor.

2. Alimentação correta

Ninguém vive de vento. Homem vive de carinho, comida e bebida. Dê-lhe em abundância. É coisa de homem, sim, e se ele não receber de você vai pegar de outra.

Beijos matinais e um 'eu te amo’ no café da manhã os mantêm viçosos, felizes e realizados durante todo o dia. Um abraço diário é como a água para as samambaias. Não o deixe desidratar. Pelo menos uma vez por mês é necessário, senão obrigatório, servir um prato especial. Portanto não se faça de dondoca preguiçosa e fresca.. Homem não gosta disso. Ele precisa de companheira autêntica, forte e resolutiva.

3. Carinho

Também faz parte de seu cardápio – homem mal tratado fica vulnerável a rapidamente interessar-se na rua por quem o trata melhor.

Se você quer ter a dedicação de um companheiro completo, trate-o muito bem, caso contrário outra o fará e você só saberá quando não houver mais volta..

4. Respeite a natureza

Você não suporta trabalho em casa? Cerveja? Futebol? Pescaria? Amigos? Liberdade? Carros?

Case-se com uma Mulher.

Homens são folgados.. Desarrumam tudo. São durões. Não gostam de telefones. Odeiam discutir a relação. Odeiam shoppings. Enfim, se quiser viver com um homem, prepare-se para isso.

5. Não anule sua origem

O homem sempre foi o macho provedor da família, portanto é típico valorizar negócios, trabalho, dinheiro, finanças, investimentos, empreendimentos. Entenda tudo isso e apóie.

6. Cérebro masculino não é um mito

Por insegurança, a maioria dos homens prefere não acreditar na existência do cérebro feminino, mas não gostam de mulheres burras.

Por isso, procuram aquelas que fingem não possuí-lo (e algumas realmente não possuem! Também, 7 bilhões de neurônios a menos!).

Então, agüente mais essa: mulher sem cérebro não é mulher, mas um mero objeto de decoração.

Se você se cansou de colecionar amigos gays e homossexuais delicados, tente se relacionar com um homem de verdade.

Alguns vão lhe mostrar que têm mais massa cinzenta do que você.

Não fuja desses, aprenda com eles e cresça. E não se preocupe, ao contrário do que ocorre com as mulheres, a inteligência não funciona como repelente para os homens.

Não faça sombra sobre ele...

Se você quiser ser uma grande mulher tenha um grande homem ao seu lado, nunca atrás.

Assim, quando ele brilhar, você vai pegar um bronzeado. Porém, se ele estiver atrás, você vai levar um pé-na-bunda.

Aceite: homens também têm luz própria e não dependem de nós para brilhar.

A mulher sábia alimenta os potenciais do parceiro e os utiliza para motivar os próprios.

Ela sabe que, preservando e cultivando o seu homem, ela estará salvando a si mesma.

E Minha Amiga, se Você acha que Homem dá muito trabalho, case-se com uma Mulher e aí Você vai ver o que é Mau Humor!

Só tem homem bom quem sabe fazê-lo ser bom!

Eu fiz a minha parte, por isso meu casamento foi muito bom e consegui fazer o Fernando muito feliz até o último momento de um enfisema que o levou de mim. Eu fui uma grande mulher ao lado dele, sempre.

Com carinho,

Fernanda Montenegro
Preocupe-se mais com a sua consciência do que com a sua reputação, pois sua consciência é o que você é, e sua reputação é o que os outros pensam que você é. E o que os outros pensam, é problema deles.

(Desconheço a autoria)

segunda-feira, julho 25, 2011

Os Obstáculos do Caminho


Autor:  Desconhecido

 

Em tempos bem antigos, um rei colocou uma pedra enorme no meio de uma estrada. Então, escondeu-se e ficou a observar para ver se alguém se incomodava em tirá-la dali.

 

Alguns mercadores e homens muito ricos do reino passaram por ela e simplesmente a ignoraram. Até murmuraram contra o rei, dizendo que ele não mantinha as estradas limpas; mas nenhum deles tentou remover a pedra.

 

Passa, então, um camponês com um grande molho de verduras. Ao aproximar-se da imensa rocha, põe de lado a sua carga e tenta removê-la. Após muita força e suor, conseguiu finalmente colocá-la na borda da estrada. E quando se preparava para voltar a pegar as verduras, notou que havia uma bolsa no local onde estava a pedra. Abriu-a e viu, maravilhado, que a bolsa continha muitas moedas de ouro e uma nota escrita pelo rei dizendo que aquele ouro era para a pessoa que tivesse removido a pedra do caminho.

 

O camponês aprendeu o que todos deveriam saber de cor: que todo obstáculo é sempre uma oportunidade de melhorarmos a nossa atual condição.

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Reclamar e desanimar nos obstáculos que encontramos nos faz perder a direção de nosso caminho, sempre estaremos sujeitos a ter que remover algumas pedras que nos atrapalham e cabe a nós ter forças para isso...

Desanimar, reclamar ou colocar a culpa nos outros não resolverá nossos problemas...

 

domingo, julho 24, 2011

Pode Ser?


Por Bárbara Cerejo

A atual campanha publicitária da Pepsi, além de muito criativa, me chamou atenção pela mensagem transmitida. Podemos levar tal idéia para outras situações de nossas vidas. A idéia principal desta campanha é o fato de que sempre queremos outras opções de refrigerante, mas às vezes não temos alternativa, senão escolher pela Pepsi, afinal essa é a única opção possível. No comercial, são apresentadas outras situações onde as pessoas também não tem outras opções a fazer, mas, surpreendentemente, justamente esta única opção que lhes resta é “muito boa”. Eles conseguiram desmistificar a idéia de que quando aceitamos/ficamos com aquilo que sobrou ou com a única opção possível no momento, é necessariamente uma coisa ruim. Na maioria das vezes, restringimos ao máximo nossas possibilidades e ficamos convencidos que apenas uma determinada escolha nos serve, desconsiderando quaisquer outras.


A vida, mesmo que ainda não tenhamos consciência disso, nos oferece infinitas possibilidades (boas e ruins), mas por algum ou vários motivos, nos fechamos para as mesmas. Para aqueles que se abrem a outras possibilidades, poderão surpreender-se e ver que há outras opções tão boas quanto a que buscávamos. Poderá acontecer o efeito inverso também, de não nos identificarmos, mas pelo menos não teremos mais essa dúvida. Não é uma questão de contentamento e sim de termos a capacidade de nos ajustarmos, adaptarmos diante uma situação da qual não temos controle. A sugestão é estamos abertos a experimentar outras possibilidades que a vida tem a nos oferecer. Poderemos ficar satisfeitos ou não, porém, só chegaremos a essa conclusão, se arriscarmos. Não ser tão radical com relação as nossas escolhas é saudável e necessário em alguns momentos. Ficar limitado a ir em busca apenas de algo que não está disponível para nós nesse momento, geralmente nos deixará frustrados, irritados, decepcionados, enfim, em uma verdadeira crise. Se não pensarmos em outras opções possíveis, sempre ficaremos nesse movimento.
Não digo para abandonarmos as nossas prioridades e ir em busca de “qualquer coisa” que nos ofereçam para suprir nossa necessidade. Toda escolha deve ser feita com consciência, acima de tudo. Opções que possam nos fazer mal ou nos oferecer algum tipo de risco já estão descartadas de antemão. O mais importante é aceitar e ter consciência que nem sempre teremos a “Coca Cola” que tanto queremos. O que você pode fazer para lidar com essa situação da melhor forma possível?

sábado, julho 23, 2011

Uma carta de desamor



Me desculpe por ter tomado a iniciativa. Me desculpe por ter escrito. Me desculpe por ter ligado. Me desculpe por eu ter voz.
Me desculpe por ter dito sim. Me desculpe por ter gemido. Me desculpe por ter gozado. Me desculpe por eu ter voz.
Me desculpe pelos machucados que sua ex deixou em você. Me desculpe por eu ter vindo logo atrás dela. Me desculpe por querer entender seu silêncio. Me desculpe por eu ter voz.
Me desculpe por eu não ter usado máscara. Me desculpe por desejar alguma intensidade. Me desculpe por desejar. Me desculpe por eu ter voz.
Me desculpe pelo que foi ruim. Me desculpe pelo que foi bom. Me desculpe pelo atrevimento de supor que eu merecia o que de bom aconteceu. Me desculpe por eu ter voz.
Me desculpe por eu ter tirado a roupa. Me desculpe por eu ter mostrado meu corpo. Me desculpe por eu ter gostado de mostrar meu corpo. Me desculpe por eu ter voz.
Me desculpe por eu ter escrito coisas lindas para você. Me desculpe por você não ter entendido um terço do que eu escrevi. Me desculpe por você ter me achado ousada demais. Me desculpe por eu ter voz.
Me desculpe por, em algum momento, eu ter te amado. Me desculpe por, em algum momento, eu ter te achado bonito. Me desculpe por, em algum momento, eu ter me achado bonita. Me desculpe por eu ter voz.
Me desculpe pelos seus erros de português. Me desculpe pelos erros de português da sua nova namorada. Me desculpe pela sua nova namorada achar margarida uma flor pobre. Me desculpe por eu ter voz.
Me desculpe por você torcer para o Palmeiras. Me desculpe se uma barata entrar na sua cozinha algum dia. Me desculpe pelos 130 km de congestionamento em São Paulo agora. Me desculpe por eu ter voz.
Mas, sobretudo, me desculpe por pedir essas ridículas, inúteis e dolorosas desculpas. Que, naturalmente, não são para você, afinal, porcos não reconhecem pérolas.

Autora Stella Florence
 

sexta-feira, julho 22, 2011

...mas estou aqui parada, bêbada, pateta e ridícula, só porque no meio desse lixo todo procuro o verdadeiro amor. Cuidado comigo: um dia encontro.

(Dama da noite)

O que nós homens conversamos sobre nosso relacionamentos

A Cosmopolitan fez uma lista do que os homens compartilham com os amigos. Confira.


John Mayer conseguiu mais do que alguns holofotes quando declarou publicamente que estar com Jessica Simpsom foi como um "napalm sexual" (fazendo alusão de que o sexo com a cantora fosse altamente explosivo).

Um homem falar francamente sobre algo tão privado pode até despertar supresa em algumas pessoas, mas o casos são mais frequentes do que as mulheres pensam. O momento a dois pode se tornar mais público entre os amigos do parceiro do que se pode imaginar. As informações são da Cosmopolitan.

"Não lhes ocorre que pode ser pessoal", afirmou Rachel Sussman, terapeuta de casais. Então, ao contar alguns segredos e fazer coisas excêntricas com o seu par, não queira que o assunto fique guardado entre as quatro paredes.


1- - Beleza e estética - Eles contam tudo o que você faz para se manter bela. Falar sobre isso é o jeito dele de elogiar. É como se ele dissesse o quanto você se arruma para ele e outras coisas mais.

2 - Discussões de relacionamento -
É chato saber que ele divide a última briga do casal com os amigos, mas vamos ser honestos: As mulheres fazem isso também. E, provavelmente, entram ainda em mais emdetalhes. "Todo mundo merece o apoio dos amigos e é normal que o homem queira falar disso com alguém", diz Sussman. O parceiro quer descobrir se o tipo de briga que tiveram é comum e se você é uma psicopata por pedir que ele parasse de jogar videogame, durante uma visita dos pais.

3 - A transa da noite passada - Se estão juntos há três dias ou três anos, o cara provavelmente já se gabou aos seus amigos sobre a vida sexual de vocês. Mas a maioria dos homens se surpreenderia ao saber que dividir o que acontece na cama com outras pessoas ofende a mulher, já que eles estão apenas fazendo uma média com os amigos. "Os caras fazem esse tipo de coisa desde os cinco anos de idade", segundo Sussman.


4 - Momentos constrangedores - As coisas constrangedoras você certamente prefere deixar em segredo. Mas o homem não. Provavelmente, meia dúzia dos amigos dele escutaram a história embaraçosa no dia seguinte. "Os homens se sentem confortáveis em compartilhar fatos engraçados, eles gostam de dar boas risadas com os amigos - mesmo que seja às suas custas - do que falar o quanto gostam da mulher ou qualquer outro assunto sério do relacionamento", explicou o terapeuta Seth

5 - Quanto dinheiro você ganha - Se você é reservada quando o assunto é dinheiro,não vai achar legal alguém se referir ao seu salário exatamente até a segunda casa decimal. Quem passou a informação, mais uma vez, foi o seu parceiro. Ele não faz isso com má intenção. "Os homens costumam falar sobre o quanto a parceira ganha, somente quando eles ganham mais, pois acham que desta forma mostram poder e quem está no controle aos amigos", afirmou Meyers

quinta-feira, julho 21, 2011

O Segredo de Raul

Autor:  Max Gehringer

 

Durante minha vida profissional, eu topei com algumas figuras cujo sucesso surpreende muita gente.

Figuras sem um Vistoso currículo acadêmico, sem um grande diferencial técnico, sem muito networking ou marketing pessoal.

Figuras como o Raul.

Eu conheço o Raul desde os tempos da faculdade.

Na época, nós tínhamos um colega de classe, o Pena, que era um gênio.

Na hora de fazer um trabalho em grupo, todos nós queríamos cair no grupo do Pena, porque o Pena fazia tudo sozinho.

Ele escolhia o tema, pesquisava os livros, redigia muito bem e ainda desenhava a capa do trabalho - com tinta nanquim.

Já o Raul nem dava palpite. Ficava ali num canto, Dizendo que seu papel no grupo era um só, apoiar o Pena.

Qualquer coisa que o Pena precisasse o Raul já estava providenciando, antes que o Pena concluísse a frase.

Deu no que deu.

O Pena se formou em primeiro lugar na nossa turma.

E o resto de nós passou meio na carona do Pena que, além de nos dar uma colher de chá nos trabalhos, ainda permitia que a gente colasse dele nas provas.

No dia da formatura, o diretor da escola chamou o Pena de 'paradigma do estudante que enobrece esta instituição de ensino'.

E o Raul ali, na terceira fila, só aplaudindo. Dez anos depois, o Pena era a estrela da área de planejamento de uma multinacional.

Brilhante como sempre, ele fazia admiráveis projeções estratégicas de cinco e dez anos.

E quem era o chefe do Pena?

O Raul.

 

E como é que o Raul tinha conseguido chegar àquela posição?

Ninguém na empresa sabia explicar direito.

O Raul vivia repetindo que tinha subordinados melhores do que ele, e ninguém ali parecia discordar de tal afirmação.

Além disso, o Raul continuava a fazer o que fazia na escola, ele apoiava.

Alguém tinha um problema?

Era só falar com o Raul que o Raul dava um jeito.

Meu último contato com o Raul foi há um ano.

Ele havia sido transferido para Miami, onde fica a sede da empresa.

Quando conversou comigo, o Raul disse que havia ficado surpreso com o convite.

Porque, ali na matriz, o mais burrinho já tinha sido astronauta.

E eu perguntei ao Raul qual era a função dele.

Pergunta inócua, porque eu já sabia a resposta.

O Raul apoiava. Direcionava daqui, facilitava dali, essas coisas que, na teoria, ninguém precisaria mandar um brasileiro até Miami para fazer.

Foi quando, num evento em São Paulo, eu conheci o Vice - presidente de recursos humanos da empresa do Raul.

E ele m e contou que o Raul tinha uma habilidade de valor inestimável:...

Ele entendia de gente.

Entendia tanto que não se preocupava em ficar à sombra dos próprios subordinados para fazer com que eles se sentissem melhor, e fossem mais produtivos.

E, para me explicar o Raul, o vice-presidente citou Samuel Butler, que eu não sei ao certo quem foi mas, que tem uma frase ótima:

"Qualquer tolo pode pintar um quadro, mas só um gênio consegue vendê-lo".

Essa era a habilidade aparentemente simples que o Raul tinha, de facilitar as relações entre as pessoas.

Perto do Raul, todo comprador normal se sentia um expert, e todo pintor comum, um gênio.

Essa era a principal competência dele.

 

"Há grandes Homens que fazem com que todos se sintam pequenos.

Mas, o verdadeiro Grande Homem é aquele que faz com que todos se sintam Grandes."

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Para ss bonitonas encalhadas......


As solteiras de plantão abrem um coro silencioso na hora de explicar porque é que estão encalhadas.


E o silêncio tem uma razão simples: elas não sabem! Muitas ficam para ‘titia’ sem saber o motivo e acabam culpando o resto do planeta pela solteirice. O que a advogada Laura Henriques, autora do livro “A Bonitona Encalhada” (Leitura, 2009), tem a dizer sobre o assunto é que: alô meninas, não há culpado! “O problema todo é que a culpa não é sua, nem minha, nem nossa. Infelizmente, nem deles, que poderiam nos desencalhar”.

O livro dessa mineira divertida acaba de chegar às prateleiras e promete fazer rir. Sem descobrir a receita para mudar de estado civil, ela resolveu escrever tudo que sente e pensa sobre a própria situação. O livro é consequência do blog de Laura, que bombou em comentários de outras mulheres na mesma situação.

E o que ela tenta explicar é que a mulher não vai descobrir se está sozinha porque decidiu ficar em casa naquela sexta à noite. E o motivo também não é o vestido vermelho curto que usou, ao invés do verde, longo e muito menos aquele e-mail enviado ao amigo da faculdade. Estar no banho quando o celular toca e o número é desconhecido também não é razão da sua solteirice. O que a leitora descobre - assim como Laura fez - é que não há motivo óbvio (nem ela sabe porque está encalhada).

O desespero de Laura seguiu a linha cronológica da vida (e das festas). Primeiro são os aniversários, depois os bailes de debutantes. Aí vem as formaturas e plim, os convites de casamento. “Suas amigas mais velhas te mandam os primeiros. Depois uma prima precoce, as amigas da vida inteira, algumas até mais novas. Quando você se dá conta, percebe que você virou exceção num mundo em que a regra é ser feliz até que a morte os separe”.

No meio de muito choro e frustração e a partir de desabafos desconexos e desordenados, Laura passou a refletir sobre essa sensação que a agoniava. “Deu uma vontade de expor o que vivia e perguntar para o mundo: só eu estou passando por isso?” A pergunta não demorou a ser respondida e indicaram que a situação se repete com personagens diferentes. “Eu sei que meus casos, com todas as suas especificidades, são apenas meus. Mas de alguns deles e da convivência com tantas bonitonas que me cercam, extraí que há sim padrões de experiências”.

Para as bonitonas encalhadas

Divulgação

Nessa entrevista especial para o Vila Dois, você vai descobrir o que é “Teoria do Encalhamento” - mas não adianta tentar encontrar respostas definitivas. O assunto não se esgota. Para Laura, o importante mesmo é ter amor próprio para ser feliz em qualquer estado civil. E lembrar: estar solteira é diferente de estar encalhada.

Que tipo de mulher pode se considerar “A Bonitona Encalhada”?
Quando comecei a escrever, achava que a única bonitona encalhada do mundo era eu. Hoje acho que qualquer mulher, com mais de 25 anos, formada e bem informada, com um emprego promissor mas que, por razões que independem completamente de sua vontade, não tem perspectivas de casar, pode se considerar uma bonitona encalhada. Além disso, ela tem que conviver com o casamento das amigas, das primas, das colegas e lidar, com o bom humor que lhe resta, às pressões (familiares, sociais e próprias) sobre seu tão sonhado casamento.

Quando é que elas sentem que vão ficar pra titias? O que fazer?
A partir do dia em que as amigas começam a se casar, acho que as expectativas aumentam. Porém, em termos de idade, acho que a proximidade dos trinta anos também potencializa a angústia. Não sei o que fazer. A minha saída foi fazer um blog e aprender a rir de mim mesma e entender que, no fundo, não é o estado civil que importa. Não há regras, obviamente. Mas uma boa ideia é lidar com bom humor e não se desesperar.

Falta homem no ‘mercado’ ou as mulheres estão mais exigentes?
Acho que não há falta de homens. Tanto que várias amigas minhas estão casadas. O que acontece é que os homens estão mais imaturos, vivem com os pais, só querem saber de viajar com os amigos e frequentar boates e baladas em geral. Além disso, os tempos estão mais difíceis. O mercado de trabalho exige muito e a formação não acaba com o curso superior. Tudo isso demanda tempo e dinheiro. As mulheres, no entanto, têm o relógio biológico e querem que as coisas aconteçam como nos filmes e nos sonhos. Acho que as prioridades dos homens e das mulheres é que estão um pouco descompassadas.

O que é a “Teoria do Encalhamento”?
A teoria do encalhamento é a resposta que criei para as pessoas que me falavam “mas você não é encalhada, você tem namorado!" Independentemente de ter ou não namorado, acho essencial estar num relacionamento em que os planos e os sonhos sejam mais ou menos compatíveis. Está encalhada quem sonha sozinha. Como eu brinco na Teoria, de que adianta você namorar há mil anos e colecionar panos de prato se o seu respectivo só se importar com a viagem com os amigos no fim de ano?

É possível ser uma bonitona encalhada feliz?
Claro. Sou muito feliz. No meu caso, brinco que só estou realizando o maior sonho da minha vida, de ser escritora, porque estou encalhada. Então, posso dizer que o encalhamento é a melhor coisa que me aconteceu! Agora, nem quero mais desencalhar! (Até parece...)

Por Sabrina Passos (MBPress)

quarta-feira, julho 20, 2011

Você Sabe Ouvir um Não?


Por Ivan Saraiva

Você sabe ouvir um não? Não? Então, precisa saber algumas coisas sobre essa palavrinha tão pequena, mas de significado tão importante para qualquer sociedade. Já imaginou um mundo sem “nãos”? Seria o caos. Pode matar? Teríamos que dizer sim. Pode roubar? Teríamos que concordar. Nada funcionaria direito. O trânsito seria o caos. A justiça não precisaria existir, uma vez que tudo seria permitido. Agredir pessoas nas ruas, explorar crianças, desmatar, humilhar. Ninguém teria direito a nada e, ao mesmo tempo, teríamos direito a tudo, mesmo que não fosse legítimo. Realmente, não seria nada fácil; ao contrário, seria o fim de tudo que conhecemos como sociedade.


Mas, se para todos nós é tão óbvio que um mundo sem “nãos” seria muito ruim, então por que temos dificuldades em receber os “nãos” dos nossos pais? Um dia desses, li uma frase interessante. Ela dizia que falar “não” é a maior prova de amor! Acho que tem muito de verdade nisso. Tenho aprendido durante minha vida que, por trás de cada não de Deus, há uma benção reservada, guardada. Quando Deus diz “não” para mim, é sinônimo de proteção. Como não conhecemos o futuro, nossa melhor escolha é sempre confiar! Confiar em Deus como nosso grande guia e general.


Tenho que confessar que nem sempre agi assim. Muitas vezes, eu esperava ouvir os “sins” de Deus e não queria uma resposta negativa. Mas hoje minha vida está nas mãos dEle. Recebo com alegria e resignação o que Deus achar melhor para mim. Isso por uma razão simples: Deus só quer o melhor para mim, porque Ele me ama!


Quero que hoje você tenha duas certezas. A primeira é que o “não” nem sempre é ruim. Muitas vezes ele salvará sua vida e fará você mais feliz. A segunda certeza é que todas as vezes que seus pais dizem “não” é porque querem o melhor para você, mesmo que você não veja isso agora. Confie em quem o ama, em quem daria a vida por você. E, então, está aprendendo a ouvir uns bons “nãos”? Espero que sim e lembre-se: às vezes a maior prova de amor é dizer “não”, e outra prova de amor é obedecer.

Dica: A foto de hoje éum papel de parede, basta clicar em cima....

terça-feira, julho 19, 2011

Frase....

 
                                                                                                   Fácil é ouvir a música que toca.

Difícil é ouvir a sua consciência.

Acenando o tempo todo,

mostrando nossas escolhas erradas.

Fácil é ditar regras. Difícil é segui-las.

Ter a noção exata de nossas próprias vidas,

ao invés de ter noção da vida dos outros.

Carlos Drummond de Andrade

 

A DÚVIDA IDEAL


Por Janine Merkle

Sonhei esta noite que meu impulso inicial

Presenteava-nos com um prazer sem igual

Você desperta em mim um desejo singular

Impossível de explicar e quiçá falar

Quero aproveitar esta magnífica inspiração

Para brincar com a minha razão

Abrir as portas do meu coração

Convidando avidamente a emoção

Meus pensamentos devaneiam oscilando entre o sim e o não

Na vontade pujante de segurar a sua mão

Quero me expressar sem medo de reciprocidade

Manifestando agora a minha sensibilidade

E assim me encontrar com a felicidade

Quero confundir carinho com desejo

Esclarecendo tudo com um beijo

Quero duvidar e questionar meu sentimento

Para viver intensamente este momento

segunda-feira, julho 18, 2011

Inteligência emocional nos relacionamentos



Seu relacionamento não vai bem ou então você já teve alguns namoros ou até casamentos que não deram certo. O que pode estar faltando para você é inteligência emocional.

A personal e executive coach e nossa colunista Jael Coaracy explica que inteligência emocional é a capacidade de usar as emoções a seu favor e a favor de seus objetivos.

"Muitas vezes as pessoas reagem de forma descontrolada às coisas e isso traz consequências ruins. Interpretam a realidade de forma errada e não percebem que tem escolha".

No caso dos relacionamentos a falta de inteligência emocional se manifesta em comportamentos como esperar do outro o que na verdade você precisa dar para si mesmo ou colocar expectativas demais no parceiro. "Não existe uma pessoa para tapar buraco, você é responsável pelo tipo de relacionamento que você tem".

Algumas atitudes até certo ponto simples podem mudar essa situação, de acordo com Jael. Ela explica que a primeira coisa é tirar a expectativa da sua felicidade do outro. "Devemos ainda aceitar a diferença com tranqulidade e nos relacionarmos com foco no que queremos e nas escolhas que fizemos. Aquela história de que os opostos se atraem está errada, o seu companheiro deve ter valores parecidos com os seus".

Se você está sozinha buscando alguém, a primeira coisa é lembrar que não existe a pessoa perfeita, por isso deve focar no que é imprescindível para você e aceitar outras características que não te agradam, mas que podem ser relevadas. "É necessário lembrar que a pessoa não vai mudar, a gente precisa aceitar as características de cada um".

Jael ministra um workshop sobre o assunto. Quem é do Rio de Janeiro pode se inscrever e participar neste sábado dia 13. O encontro acontecerá na Rua Francisco Sá, 31. Mais informações no site www.vaidarcerto.com.br.

Durante os workshops que ministra, a colunista explica que os problemas mais comuns são pessoas que estão sozinhas, normalmente desiludidas e outras que estão passando por muitos conflitos e próximas de se separarem. Para essas pessoas, a profissional dá três conselhos para mudar essas situações, confira:

1) Você deve perceber que é responsável por onde está. Não deve se colocar como vítima, isso é abrir mão de ser agente da sua vida.

2) Deixe o passado para trás e pense no agora. O medo de passar por situações passadas em futuras relações atrai exatamente o que você não quer

3) Se você tem um padrão de relacionamento que não é legal e não dá certo deve perceber que está fazendo algo errado. Identificar, aprender e então mudar vai fazer com que o futuro seja melhor.

Por Larissa Alvarez
“Fé não é acreditar que Deus pode, mas que Deus quer.”

domingo, julho 17, 2011

Homens gostam mais de carinho do que mulheres, diz estudo

Beijar e abraçar não seria muito significativo para a felicidade feminina


Apesar do consolidado estereótipo de que as mulheres gostam mais de demonstrações de afeto do que os homens, pesquisadores da Indiana University, nos Estados Unidos, descobriram que a prática aponta para uma realidade completamente oposta.

A pesquisa, publicada no Archives of Sexual Behavior, contou com a colaboração de 200 homens entre 20 e 40 anos com suas respectivas parceiras de cinco países diferentes, incluindo o Brasil, totalizando mil casais.

Os resultados apontaram que demonstrações de carinho, como beijar e abraçar, não contribuíam de forma significante para a felicidade feminina. Por outro lado, homens que beijavam e abraçavam mais eram três vezes mais felizes em seus relacionamentos do que aqueles que não o faziam.

Outra constatação surpreendente foi a de que as mulheres atribuíam a sua felicidade à crescente qualidade das relações sexuais. Para elas, quanto mais longa a relação, melhor era a dinâmica do casal. Já os homens citaram a felicidade como responsável pela longa duração de seus relacionamentos.

Do que as mulheres gostam?
As mulheres são diferentes dos homens, tanto no aspecto físico, como nas suas respostas sexuais. Mas, principalmente, na forma de ver, sentir e praticar o sexo. Para elas é muito importante a doação, o sentimento, o ambiente e o tempo para que possam se soltar, sentir-se queridas e excitar-se, tendo um relacionamento amoroso marcante e inesquecível.

Para entender melhor o que se passa na consciência feminina, o urologista e terapeuta sexual Celso Marzano fez três perguntas ligadas a sentimentalismo, sensualidade e sexualidade a suas pacientes. Confira o que mais desejam as mulheres em cada uma dessas áreas:

Perguntando para as mulheres o que elas desejam dos homens, as respostas sempre enfocaram sentimento e parceria:
1. Alguém em quem eu possa confiar;
2. Com quem compartilhar as coisas boas e ruins;
3. Que seja gentil e tenha senso de humor;
4. Seja criativo e que aceite a minha criatividade no dia-a-dia e no amor.

Na pergunta o que é sensual no homem para você? Algumas respostas foram:
1. O jeito da pessoa, o charme, o jeito de me olhar;
2. Ter um belo sorriso que me envolva e que me faça derreter;
3. Ser vigoroso, mas não necessariamente atlético;
4. Autoconfiante e que seja apaixonado pela vida e por sexo.

E no sexo o que mais agrada a mulher?
1. Um homem quente, apaixonado;
2. Que tenha criatividade e que se preocupe com a minha excitação;
3. Que tenha paciência, que me conheça com detalhes, do que gosto, do jeito que gosto de ser tocada, da posição sexual que mais gosto, que me conheça por inteiro;
4. Que tenha muito diálogo no dia a dia e também na esfera sexual para nos conhecermos cada vez mais.

Paula Fernandes - Não Precisa



Composição: Victor Chaves

Você diz que não precisa
Viver sonhando tanto
Que vivo a fazer
Demais, por você

Diz que não precisa
A cada vez que canto
Uma canção a mais, pra você

Mas tem que ser assim
Pra ser de coração
Não diga não precisa
Ah Ah Ahh
Tem que ser assim
É seu meu coração
Não diga não precisa
Ah Ah Ahh

Eu já sonhei com a vida
Agora vivo um sonho
Mas viver ou sonhar
Com você, tanto faz

Não diga não precisa
Eu digo que é preciso
A gente se amar demais
Nada a mais

Mas tem que ser assim
Pra ser de coração
Não diga não precisa
Ah Ah Ahh
Tem que ser assim
É seu meu coração
Não diga não precisa
Ah Ah Ahh

sábado, julho 16, 2011

Amor.....


Por André Lenz

OLha...nesses anos todos de conselheiro amoroso e ajudando o povo no quesito relacionamento, rs....desenvolvi algumas teorias sobre comportamento humano, sobre interação homem mulher, me apropriei de idéias de grandes pensadores como Freud, Schopenhauer (nem sei se escrevi certo, rs...).....e por ai afora.

Muitas pessoas as vezes não concordam comigo em algumas teorias, ou em alguns pontos que eu possa colocar, etc....não tem como agradar gregos e troianos. Mas o interessante nisso tudo é que as vezes a gente consegue provar alguma coisa, outras não, mas existe uma teoria minha que além de ser fruto da observação no geral é produto de algo divino.

Pra quem já me ouviu em meus devaneios, sabem que acredito num amor verdadeiro somente, um amor de alma que é único e que nunca poderá ser extinguido. Dai eu falo que não acredito na conjugação para o passado do verbo amar, pois não existe a possibilidade de eu ter amado uma pessoa e não amá-la mais. Dai você agora leitor pode estar balançando sua cabeça bravo comigo dizendo que já amou sim e que não ama mais. Vou dizer calmamente pra vocênão se irritar....mentira...rs....você não amou.

O que acontece é que as pessoas hoje estão perdidas e não sabem o verdadeiro significado da palavra amar, não sabem o que significa esse sentimento na sua essência, pensam que paixÕes avassaladoras são amor, quando na verdade estão extremamente longe disso. Escute bem o que vou dizer, amor de amor na sua mais pura existência para um ser só pode existir uma vez, ou seja, se você um dia encontrar o amor da sua vida e for aquele amor de alma, alma não num sentido sobrenatural, mas de interior mesmo, se você um dia tiver um amor assim e não deu certo, desculpa, mas você vai amar pelo resto da vida.

Caso você ame de verdade e esteja junto com a pessoa, ótimo, sem problemas, sinta-se feliz por isso, mas caso não esteja, mesmo que encontre outra pessoa que você construa um outro sentimento lindo, tu nunca vai deixar de amar quem você já ama a tempos.

Sei que esse assunto é muito polêmico e na verdade quando explano ele faço toda uma reflexão e passo um tempão explicando teorias, casos, pesquisas, comparando etc.....e talvez você possa discordar de mim, mas agora sem mais nem menos deixo vocês com um texto diretamente de Deus que prova minha teoria, sem mais nem menos....dai digo a você que você pode discordar de mim e achar minha teoria banal, mas então digo a você e a qualquer um que queira ouvir, amor verdadeiro? Pra mim é o que segue abaixo.....aproveitem.....

1 Coríntios 13

Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.

E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.

E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.

O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.

Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;

Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;

Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

O AMOR É ETERNO
; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá;

Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos;

Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.

Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.

Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.

Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.

sexta-feira, julho 15, 2011

Perdoar....

Lewis Smedes, professor de ética e teologia, num artigo intitulado “Perdão: o poder de mudar o passado”, fez a seguinte comparação:
“Perdoar é tirar das costas uma mochila de vinte quilos depois de uma escalada de quinze quilômetros. Perdoar é se sentar numa cadeira de balanço depois de correr vinte quilômetros. Perdoar é libertar um prisioneiro, e descobrir que o prisioneiro é você. Perdoar é surfar na onda mais forte do amor.”

Nossa Amizade


Por Janine Merkle

Queria lhe falar que sinto por você um carinho especial,

Dizem que amizade entre homem e mulher é irreal

Mas como a nossa não tem igual!

 

Tenho alguns poucos e bons amigos, mas você é o principal

Sinto-me bem ao seu lado e quero que nossa amizade continue sempre leal

Pois a nossa sinergia se compara ao surreal!

 

Divertido e carinhoso, como é bom encontrar um amigo assim,

Espero que você também se sinta bem quando está perto de mim

Porque em você meu melhor amigo encontrei enfim!

 

Finalizo meu singelo poema sobre nossa amizade,

Dizendo-lhe que ela proporciona-me grande felicidade

E desejando sua existência pela eternidade!

 

 

Separação: lições do abismo


A psicoterapeuta Regina Navarro Lins comenta as reações e sentimentos que envolvem o fim de um relacionamento


Tina, 32 anos, estava casada com Luís há cinco. Desde que o primeiro filho nasceu, parou de trabalhar para se dedicar a ele e ao outro que veio logo depois. Engordou 15 quilos e passou a viver em função do marido e dos filhos. Uma noite, quando preparava os enfeites para a festa do primeiro aniversário do filho mais novo, Luís a convidou para jantar num restaurante. Com muita franqueza colocou-a a par do que estava acontecendo. Apaixonou-se por uma moça que conhecera numa viagem e a partir daquele momento iria morar com ela. Reafirmou seu carinho e amizade, mas a decisão era irreversível. “Quando ouvi o que ele me disse, pensei que fosse desmaiar. Senti uma dor profunda no peito e não consegui parar de chorar por um bom tempo. A sensação era de que o mundo estava desmoronando, e me veio um enorme desejo de morrer.”

O fim de um relacionamento é tão doloroso, que muitos consideram o sofrimento comparável em intensidade à dor provocada pela morte de uma pessoa querida. Mas a separação inicia seu processo lentamente, na maior parte das vezes de forma inconsciente. A relação vai se desgastando e a vida cotidiana do casal deixa de proporcionar prazer. Chegar a perceber que o casamento traz mais frustrações do que alegrias é uma trajetória complicada. Não são raras as tentativas de desmentir o que se está sentindo, principalmente, pelas expectativas de realização afetiva depositadas na relação.

Muitas vezes, apesar de se ter uma visão clara do que está ocorrendo, adia-se qualquer tipo de decisão. “Antes de mais nada, o indivíduo começa a se sentir corroído pela dúvida e pela esperança de ter interpretado mal as coisas, apesar de seu mal-estar reiteradamente confirmar a exatidão das conclusões a que chegou. Todavia, continua a adiar uma decisão definitiva, na esperança secreta de que um milagre o faça voltar aos felizes tempos em que eram amantes e companheiros de vida.”, diz o psicólogo italiano Edoardo Giusti.

Da mesma forma que a criança pequena se desespera com a ausência da mãe, o adulto, quando perde o objeto do amor — seja porque foi abandonado ou porque o abandonou —, é invadido por uma sensação de falta e de solidão. Surgem medos variados como o de decepcionar os parentes e os amigos, fazer os filhos sofrer, ficar sozinho, ter problemas financeiros, e o mais ameaçador: o de nunca mais ser amado.

Há separações em que a hostilidade e o ódio pelo outro chegam a níveis extremos. É um sentimento de ter sido traído na crença de que através daquela relação amorosa estaria a salvo do desamparo, encontrando a mesma satisfação que tinha no útero da mãe, quando dois eram um só. A separação surge como testemunho da impossibilidade desse retorno ao estado de fusão, a essa identidade que se busca no outro. Ao se afastar, o parceiro estaria traindo as expectativas de complementação, desde sempre alimentadas. Além disso, na maioria dos casamentos as pessoas abrem mão da liberdade e da independência — incluindo aí amigos e interesses pessoais — e por isso se tornam mais frágeis em caso de ruptura.

O desespero que se observa em algumas pessoas durante e após a separação se deve também ao fato de cada experiência de perda reeditar vivências de perdas anteriores. Assim, não se chora somente a separação daquele momento, mas também todas as situações de desamparo vividas algum dia e que ficaram inconscientes. Em alguns casos, o objeto do amor na verdade nada significa, mas sua falta pode ser sentida de forma dramática.

Embora a separação seja uma experiência difícil para a maioria dos casais, nem todos se desesperam a ponto de desejar morrer. Algumas pessoas sofrem muito, outras menos e há até quem sinta certo alívio. As mentalidades estão mudando, e hoje a autorrealização das potencialidades individuais passa a ter outra importância, colocando a vida conjugal em novos termos. Acredita-se cada vez menos que a união de duas pessoas deva exigir sacrifícios. Observa-se uma tendência a não se desejar mais pagar qualquer preço apenas para ter alguém ao lado. É necessário que o outro enriqueça a relação, acrescente algo novo, possibilite o crescimento individual.

Após uma separação o alívio é maior do que o sofrimento e pode haver uma forte sensação de se estar renascendo, caso ocorram as seguintes hipóteses: ter havido qualquer tipo de opressão no casamento; se na relação que acabou já não houvesse mais desejo; se há a perspectiva de uma vida social interessante, pelo círculo de amizades; se a atividade profissional é prazerosa; se existe liberdade sexual para novas experiências e se estar só não for sinônimo de solidão ou desamparo.