sexta-feira, junho 28, 2013

Você leva jeito para psicologia?

Você leva jeito para ser um psicólogo?

Você é um bom ouvinte? Da bons conselhos para os seus amigos? Seus pitacos sobre porque alguém fez algo normalmente acabam se mostrando certos? Se sim, então você provavelmente já ouviu alguém lhe dizer que "você seria um bom psicólogo" ou "você leva jeito para a psicologia." Entretanto, muitas vezes, a visão que as pessoas tem sobre o que é a psicologia e o que é preciso para ser um bom psicólogo não será um bom guia para você descobrir se leva jeito para a coisa. Um estudante que quiser se graduar em psicologia e se tornar um profissional vai precisar de muito mais do que bons pitacos e um bom ouvido, embora essa parte do corpo seja essencial.

Seguem abaixo cinco características que eu considero importantes para alguém que planeja se aventurar nos mares agitados da psicologia brasileira.

Coragem

Para começo de conversa, você precisa ser uma pessoa corajosa e honesta consigo mesma para reconhecer que gostaria de fazer psicologia, e mais corajosa ainda para contar aos seus pais! Eu já passei por isso, não foi fácil. Afinal de contas, o sonho deles é, em geral, ter um(a) filho(a) médico(a) ou advogado(a). Eles querem que os filhos agarrem os empregos que oferecem a maior estabilidade financeira e status social disponíveis na nossa sociedade, e quando ouvem o(a) filho(a) dizendo que quer ser um(a) psicólogo(a) já pensam que ele(a) passará fome e talvez até fique doido(a).

Mas não adianta, algumas pessoas simplesmente não conseguiriam ser felizes sendo médicos ou advogados e a maioria dos pais se sentem convencidos quando percebem que os seus filhos estão sendo sinceros. Alguns de nós querem entender porque as pessoas fazem o que elas fazem, porque elas pensam o que pensam ou querem ajudar os outros a lidarem com seus problemas psicológicos – e talvez se entender um pouco melhor no meio do caminho. Existem milhões de pessoas como estas ao redor do mundo trabalhando em universidades, consultórios e empresas, fazendo um trabalho que as tornam felizes e de estômago cheio (por mais que você dificilmente se torne um bilionário ganhando apenas o que um psicólogo ganha).

Curiosidade

Todos gostaríamos de poder entender melhor os outros e a nós mesmos. A vida poderia ser muito mais fácil se conseguíssemos entender porque as pessoas com as quais convivemos fazem coisas ruins às vezes ou porque nós nos sentimos exageradamente angustiados em uma determinada situação. A diferença da maioria das pessoas para as que se tornarão ou se tornaram psicólogas é que entender o ser humano não é só um desejo, é algo que nos move, às vezes profundamente.

A curiosidade pelo ser humano é poderosa dentro de nós e faremos questão de estar atualizados sobre o que se entende deste assunto atualmente. Se possível, tentaremos contribuir para a construção deste conhecimento com pesquisas nossas ou usaremos estes conhecimento para ajudar as pessoas a aliviarem os seus sofrimentos. O que importa é o barato de olhar para trás daqui há um tempo e saber que você está lidando no seu trabalho com um dos objetos mais complexos que a ciência já se dispôs a entender e que é um grande privilégio fazer parte deste grupo de pessoas curiosas.

Amar Gostar de ler

Gostar é pouco, você precisar amar ler (ou pelo menos estar disposto a começar a amar)! Esteja disposto a perder muitas e muitas horas da sua vida… lendo. Sim, você lerá muito, vai cansar de ler às vezes, vai querer rasgar o seu livro… mas, no fim do dia, talvez você perceba o quanto valeu a pena ler. Nem todas as leituras serão ótimas, fáceis, bem escritas e realmente informativas, mas algumas delas podem mudar a sua visão de mundo. Algumas delas podem te trazer conhecimentos que você nunca imaginaria por si só e que poderão ser úteis a você no seu dia-a-dia. Algumas delas farão você querer nunca ter tido um olho para ser obrigado a ler aquilo, mas outras farão você se sentir privilegiado de estar vivendo em uma época em que nós, seres humanos, fomos capazes de entender um aspecto tão particular e interessante de nós mesmos. Alguns textos te tornarão uma pessoa mais humilde e compreensiva com os outros, pois te farão perceber o quanto o ser humano é falível e imperfeito, embora também seja tão flexível e admirável. Se você está com preguiça de continuar lendo esse texto, mas deseja fazer psicologia, aqui fica a dica: leia este e todos os outros textos deste blog, assim como de muitos outros, pois você precisará ser um leitor afiado e não terá descanso!

"Senso crítico"

Do primeiro ao último dia de aula, um aluno de graduação em psicologia no Brasil é bombardeado com professores, ideias e teorias que, quando juntas, podem não fazer muito sentido. As abordagens adotadas na psicologia são notoriamente hostis umas com as outras se comparado com o que ocorre em outras ciências, como a biologia e a física. Não será difícil para um graduando aprender algo em uma aula e, em uma outra aula, aprender algo contraditório com o que foi ensinado antes. Trava-se uma batalha política silenciosa dentro de muitos institutos de psicologia em universidades brasileiras, onde os alunos são a munição da batalha.

Cada grupo luta pela sua expansão e os alunos são persuadidos todos os semestre, por diferentes professores, a pensarem coisas quase opostas sobre o que é a psicologia, como ela deveria ser feita e até mesmo sobre o que é "ser crítico." Não há regra de ouro sobre como lidar com estas ambiguidades, mas o que vale aqui é nunca se acomodar com uma única visão das coisas e sempre rever as suas opiniões. Conhecer as diferentes perspectivas, as suas vantagens e limitações é o único antídoto disponível (não totalmente eficaz). E quando alguém lhe disser o que você deve pensar para estar sendo "realmente crítico," desconfie disso também. Se você quer ser um psicólogo, é melhor começar a saber conviver com a incerteza constante e a suspender seus julgamentos indefinidamente sobre várias coisas.

 Cabeça aberta

A psicologia não é um curso para qualquer um. Você será exposto ao que entendemos atualmente sobre o ser humano, e isso nem sempre será agradável ou coerente com as suas crenças. O importante é você entrar no curso desde o começo com a cabeça aberta, disposto a rever as suas ideias e talvez mudá-las se achar necessário. O machismo, o preconceito racial e a homofobia são alguns exemplos de influências sociais que, sem notarmos, moldam a maneira como percebemos o mundo e agimos com os outros. Na psicologia, você aprenderá que muitas destas visões são questionáveis e prejudicam a vida de milhares de pessoas. Em suma, não importa o quão tradicional ou moderno você seja, provavelmente você precisará rever noções básicas e, novamente, suspender seus julgamentos indefinidamente sobre diversas coisas ou mudar seus julgamentos.

O que há de bom então?

Talvez até aqui tenha parecido que eu só falei de coisas que dão trabalho na psicologia, que são difíceis de lidar e de entender. Se você quer dedicar pelo menos 5 anos da sua vida a algo, eu acho que seria bom saber onde você está entrando e das dificuldades que você poderia enfrentar (que são muitas). Nem sempre as coisas serão fáceis, nem sempre serão tão difíceis, mas há algo na psicologia de especial. Nós somos as pessoas privilegiadas que tem o maior acesso ao conhecimento disponível atualmente sobre o ser humano. Isso pode ser muito útil e divertido se você vive em um planeta habitado por seres humanos – afinal de contas, nós somos os especialistas do ser humano em um planeta cheio de humanos.

Nós podemos usar nossos conhecimentos no dia-a-dia para ajudar as outras pessoas e a nós mesmos. Nós podemos participar ativamente e diretamente da construção deste conhecimento ou ajudar várias pessoas a viverem vidas mais dignas e felizes. Um psicólogo sempre tem o potencial de fazer a diferença na vida de muitas pessoas, às quais ele nunca irá conhecer pessoalmente. Isso não significa que as outras áreas da ciência não possam contribuir para a qualidade de vida das pessoas, mas nós temos uma contribuição especial e particular para oferecer que as outras não serão capazes de oferecer. Eu espero que, daqui há um tempo, querer ser um psicólogo seja visto por pais como algo "bonito" e digno. Eu acho que escolhi uma profissão muito bonita, inspiradora e intrigante. Desde que eu comecei o meu curso, não houve uma semana na qual eu tenha acordado sem pensar em como eu gosto de fazer o que eu faço, sem pensar em como seria insuportável estar fazendo o que as pessoas gostariam que eu fizesse na época em que eu precisei escolher este curso. Ser um psicólogo pode não ser sinônimo de ser rico, simpático ou famoso, mas pode ser a profissão sem a qual você passaria o resto da vida se perguntando "e se…?"

quinta-feira, junho 27, 2013

Decepção amorosa causa medo de se apaixonar; saiba como superar

Por Marina Oliveira e Rita Trevisan


Medo de sofrer outra decepção e de sofrer novamente faz com que a pessoa evite novas paixões

  • Medo de sofrer outra decepção e de sofrer novamente faz com que a pessoa evite novas paixões

Você construiu um relacionamento baseado em cumplicidade e troca de carinhos. Fez mil planos com o par. Ao lado do seu amor, o bem-estar era tão grande que foi inevitável tornar-se dependente daquele afeto.

Porém, de um ponto em diante, o relacionamento começou a desandar. De repente, a relação começa a ficar conturbada, você descobre que muito do que tinha imaginado a respeito do outro não era de fato verdadeiro e, então, vem a decepção --e, muitas vezes, o medo de se apaixonar novamente.

"As decepções são sempre muito dolorosas, porque nos relacionamentos amorosos há um investimento afetivo", diz a psicóloga Elisa Villela, doutora em desenvolvimento humano pela USP (Universidade de São Paulo).

"Para algumas pessoas, a dor é tão grande que é similar a uma morte. Mas é uma morte de sonhos, expectativas, o fim da esperança de estar com alguém e ter um final feliz", diz a psicóloga Heloisa Fleury, mestre em Ciências pela FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo) e professora do Instituto Sedes Sapientiae, espaço de ensino e especialização para profissionais da área de saúde mental. 

De acordo com os especialistas, sofre mais quem tende a idealizar o parceiro e a ignorar todos os aspectos negativos da pessoa amada. "Quem se apoia muito nas próprias expectativas de como o outro deveria ser acaba deixando de lado evidências de que algo insatisfatório está ocorrendo. Isso evidentemente favorece uma enorme decepção", diz Heloisa.
 

Medo de amar

 
Diante de uma traumática decepção amorosa, é comum que se cultive a dor por um tempo e que se continue a evitar paixões mesmo depois de se restabelecer emocionalmente. Essa precaução quase sempre está fundamentada em um temor de passar por tudo novamente e voltar a sofrer.
 
"Algumas pessoas têm grande dificuldade de lidar com as decepções e frustrações e passam a acreditar que, se algo deu errado num relacionamento, o mais provável é que o episódio se repita dali em diante, só que com outro parceiro", afirma o psiquiatra Eduardo Ferreira Santos, doutor em ciências médicas pela USP (Universidade de São Paulo). A notícia boa é que não há nenhuma evidência que justifique esse temor.

O lado positivo

Sentir-se mal ao fim de um relacionamento é completamente normal --e até esperado. Afinal, só quem se envolve se desaponta. Além disso, quem se entrega, em geral, tem mais oportunidades de aprender com os relacionamentos.

"É preciso ter em mente que não é porque o relacionamento acabou que nada deu certo", diz Reginaldo do Carmo Aguiar, psicólogo clínico comportamental pela UFU (Universidade Federal de Uberlândia).

Até a raiva que vem depois do fim, misturada à sensação de abandono ou rejeição, não é tão negativa quanto parece. "A raiva pode ser necessária para que a pessoa reencontre seu equilíbrio, para que retome o que investiu no outro durante o relacionamento", diz Elisa.

O sentimento só é perigoso quando se transforma em ressentimento. "Nessas condições, a raiva aprisiona a pessoa ao outro e impede que ela volte a se relacionar normalmente", diz ela.

Da fossa  à volta por cima

Para transformar o sofrimento em algo mais produtivo, o melhor a fazer é tentar entender o que aconteceu com o relacionamento, do início ao fim. Nesse processo, é essencial reconhecer os próprios erros e analisar quais foram as falhas do outro. "É fundamental pensar no que gerou essa mudança de comportamentos, levando ao término da relação e à desilusão amorosa. Sem buscar compreender esses fatos, fica difícil superar o ocorrido", diz Aguiar.

Vale se perguntar se você poderia ter escolhido uma pessoa que combinasse mais com você ou se, hoje em dia, teria condições de agir diferente diante de alguns conflitos, quando as coisas começaram a piorar. "A questão crucial é tentar lidar da melhor maneira possível com as experiências de vida dolorosas, tirando delas um aprendizado. É necessário reconhecer as pedras que nos fizeram tropeçar no caminho percorrido para, numa próxima oportunidade, poder desviar delas ou mesmo retirá-las da frente e ser mais feliz no amor", diz Ferreira Santos.

Contar amigos nesse momento também ajuda, já que boas conversas permitem reavaliar o acontecido, geralmente de um ponto de vista mais crítico e realista. "Procure, principalmente, pessoas mais velhas, que já passaram por diversas situações desse tipo e que podem ser boas referências para orientações e conselhos", diz Aguiar. 

"Tente olhar para a sua nova situação como uma oportunidade para conhecer outras pessoas, outros lugares e outras situações. E vá superando o medo de recomeçar. Estar só significa estar aberto para o novo", diz Heloisa. 



Se você não for melhor amanhã do que você foi hoje,

então qual a sua serventia para amanhã?.

Rabbi Nahman of Breslov

 

Você sabia que as pessoas que estão mais fortes são geralmente as mais sensíveis? Você sabia que as pessoas que apresentam maior bondade foram as primeiras a ser maltratadas? Você sabia que a pessoa que cuida dos outros o tempo todo é geralmente aquela que mais precisa de cuidado? Você sabia que as três coisas mais difíceis de dizer é que eu te amo, eu sinto muito e me ajuda. Às vezes, só porque uma pessoa parece feliz, você precisa olhar além do seu sorriso e ver quanta dor ela pode ter por dentro.

quarta-feira, junho 26, 2013

A rima fácil




Um livro aberto
Com as páginas amareladas
Lembram que o tempo
Escorre entre os dedos
Numa velocidade apressada

O pensamento viaja
Procuro encontrar uma lógica
Ou algum resto seu
Mas lembro que o que era meu
Se desfez num passe de mágica.

Sobre a ansiedade de cada dia



Não sei ficar parada, com a cabeça em algum lugar, pensando em como seria a minha vida. É claro que sonhar é bom, mas não tenho paciência para ficar vendo a coisa acontecer, prefiro tomar uma atitude e ver se dá certo. E se não dá vou tentando, porque o que é nosso uma hora chega. Mesmo que perca a hora ou passe do ponto.

Sou daquelas que paga para ver. E o que vejo nem sempre é bom, mas dou um jeito de embelezar as coisas. Acho que nós fazemos o nosso mundo. Na verdade, fazemos tudo: nosso trabalho, nossos amigos, nosso amor, nossa paixão por pessoas e coisas. Nós é que decidimos como queremos viver nossos relacionamentos. Nós é que estabelecemos, secretamente ou não, o que aceitamos. Você vive uma vida conturbada porque de uma forma ou de outra atrai isso. Por isso, é sempre bom decidir e colocar dentro da cabeça o que não queremos de forma alguma. É, eu sei que nem tudo sai como o esperado, tem coisa que foge das nossas mãos. Mas acho que o que nos pertence chega. Uma hora é claro que chega. 

Tenho a mania de querer tudo para ontem, de ficar gastando energia e pensamento em coisas que nem sempre posso modificar. Estou trabalhando essas pequenas questões, tentando não ser tão apressadinha com resultados, retornos, decisões. Nem tudo acontece na hora em que achamos que deveria acontecer. E é isso que eu tento me dizer: calma, calma, a vida tem o seu tempo. 

Talvez eu seja muito otimista, sei lá. Mas prefiro viver achando que tudo vai ser sempre melhor do que ficar com a cara amarrada perdendo o melhor da festa. E o melhor é o que acontece justamente hoje. É que nem uma dieta: tem gente que só quer ver os quilos diminuírem ao subir na balança. Essas pessoas esquecem de apreciar o passo a passo, a trajetória, cada pequena conquista. O resultado não é o mais importante, o que vale é mudar a postura em relação ao alimento, é modificar esse relacionamento.  Não adianta nada chegar no peso ideal e voltar a comer desesperadamente, pois você vai engordar tudo de novo (e talvez até um pouco mais). Comer é bom, sim, mas é apenas uma coisa que fazemos na vida. Não é a nossa vida. Essa é a grande diferença. Não dá para focar apenas no destino, a gente precisa apreciar a paisagem que vai passando pouco a pouco pela nossa janela. Essas são as coisas simples da vida.



(Por isso, ao invés de correr contra o relógio eu vivo agora de uma forma mais leve. Acredite, isso é libertador.)



Cada um de nós compõe a sua história,

e cada ser em si, carrega o dom de ser capaz, e ser feliz.

Renato Teixeira

 

 

terça-feira, junho 25, 2013

Sentido da Vida


Autor:  Desconhecido

O velho Mestre pediu a um jovem triste que colocasse uma mão cheia de sal em um copo d'água e bebesse.

Qual é o gosto? - perguntou o Mestre.

Ruim - disse o aprendiz.

 

O Mestre sorriu e pediu ao jovem que pegasse outra mão cheia de sal e levasse a um lago.

Os dois caminharam em silêncio e o jovem jogou o sal no lago.

Então o velho disse:

- Beba um pouco dessa água.

Enquanto a água escorria do queixo do jovem o Mestre perguntou:

- Qual é o gosto?'

- Bom! disse o rapaz.

- Você sente o gosto do sal?

perguntou o Mestre.

- Não... - disse o jovem.

 

O Mestre então, sentou ao lado do jovem, pegou em suas mãos e disse:

- A dor na vida de uma pessoa não muda.

Mas o sabor da dor depende de onde a colocamos.

Quando você sentir dor, a única coisa que você deve fazer é aumentar o sentido de tudo o que está a sua volta.

É dar mais valor ao que você tem, do que ao que você perdeu.

Em outras palavras:

É deixar de Ser copo para tornar-se um Lago.

 

Somos o que fazemos, mas somos principalmente, o que fazemos para mudar o que somos.

segunda-feira, junho 24, 2013

"É como se tudo aquilo que me pesasse tivesse evaporado. Como se todos os meus pensamentos estivessem tão leves como eu, e talvez por isso, nenhuma preocupação me atinge mais. Não tenho mais peso na consciência, não tenho mais do que me culpar. E já estava mesmo na hora de eu flutuar, já estava na hora de eu me sentir livre."
 

Sábios Conselhos


Autor:  Professor Antonio Claudio Sales Pinheiro

(Parte do Discurso - Turma Contábeis FAROL - 2012)

 

Antes de tudo, agradeço a vocês formandos pela deferência, e por considerarem que possuo as qualidades necessárias para ser patrono da vossa turma.

Não creio que este momento seja adequado para falarmos de contabilidade, afinal, falamos disso por quatro anos, portanto, falemos de coisas mais leves.

 

Também não esperem de mim conselhos, primeiro porque não me acho habilitado para isso (a pouca idade não me permite), segundo, porque conselhos são fórmulas prontas e as pessoas e suas vidas não são fórmulas prontas, ou seja, o que serve para mim hoje, pode não servir para vocês ou até mesmo pode não servir para mim amanhã.

 

Então, serei tão somente egoísta, e apenas direi o que penso sobre algumas coisas que já vi e vivi e como eu as vejo da minha janela. Portanto, não tomem como conselho o que vou dizer, mas apenas como uma conversa que nunca tivemos:

 

OS SONHOS

Tenham sempre sonhos. Sonhar é bom, mantém a esperança ativa e lhe dá objetivos. Mas sonhar é diferente de delirar. Sonhar implica reconhecer que o sonho é possível de ser realizado, mas consciente que é necessário mover-se em direção a ele. Trabalhar pelo sonho. Enfrentar as adversidades que certamente existirão até que o sonho se realize. Sonhar é estar preparado para a Vitória, mas disposto a vencer os desafios de sua conquista. Sonhar que tudo dará certo e que não existirão problemas é tão somente delirar e não sonhar.

 

O AMOR

Amem muito, mas muito mesmo. Amem seus pais, seu filhos, maridos/esposas, namorados/namoradas, seus amigos, enfim, amem bastante. Mas não esqueçam que as pessoas têm defeitos, que todos nós temos dias ruins e que as contas vencem, portanto, o amor é alimento da alma, mas o corpo precisa ser alimentado do fruto do seu trabalho.

 

O TRABALHO

Este também é importante. Precisa ser feito com dedicação, comprometimento, alegria.

Não sejamos hipócritas, trabalhamos por dinheiro, não só por dinheiro, mas muito mais por ele. E qual o problema nisso? Nenhum. Não precisamos nos justificar ou nos culpar por isso, afinal, precisamos sonhar, amar e pagar nossas contas!

 

O DINHEIRO

Este é um perigo.

Nós somos contadores e precisamos saber lidar bem com o nosso próprio dinheiro. Portanto, saibam que no final das contas o dinheiro precisa ter alguma utilidade para você, além de apenas possuí-lo.

Ter muito dinheiro não é garantia de que você não terá uma vida miserável, principalmente se você considerá-lo a coisa mais importante.

O sucesso ou o fracasso não é medido pela quantidade de dinheiro que conseguimos ganhar ou guardar, porque ser rico não lhe garante nada na vida.

Mas precisamos sonhar com ele, amá-lo e trabalhar para ganhá-lo, pois afinal, precisamos pagar nossas contas!

 

O FRACASSO

O fracasso é reservado para quem não sabe sonhar, não consegue amar e tem preguiça de trabalhar!

Para os que olham para a vida com amargura e que só conseguem enxergar defeito nas pessoas e são incapazes de reconhecer as potencialidades que elas certamente têm.

Para os que só reclamam de tudo e de todos, mas que nada fazer para melhorar até a si mesmo.

 

O SUCESSO

O sucesso depende somente do ponto de vista de quem olha, portanto, quando olho pra vocês formandos eu vejo sucesso em cada um.

Em torno de 12% dos que começam o ensino fundamental chegam ao ensino superior e apenas 17% das pessoas entre 18 a 24 anos estão matriculadas no ensino superior e destes apenas 75% concluem seus cursos, portanto, vocês já são "a cara do sucesso". Agora é fazer desse sucesso o óbvio: mais sucesso!

 

A FELICIDADE

Mais importante do que pagar nossas contas é saber fazer bem estas contas, saber usar bem o dinheiro, porque ele precisa servir para lhe dar qualidade de vida e apenas guardá-lo não vai lhe trazer isso.

 

Consulte não os seus medos mas as suas esperanças e seus sonhos.

Pense não sobre suas frustrações, mas sobre seu potencial não usado.

Preocupe-se não com o que você tentou e falhou,

mas com aquilo que ainda é possível a você fazer.

Papa João XXIII