terça-feira, junho 11, 2013

Contribuição financeira feminina

créditos: Getty Images
Contribuição financeira feminina

Tudo bem que alguns homens ainda se sintam incomodados com o sucesso de suas mulheres. Mas atualmente quase todos os homens adoram a contribuição financeira das suas amadas para despesas e diversão.

Aqui em casa o meu marido usa o argumento de que a minha parte da moeda é para ser usada comigo (roupas, salão, futilidades). Mas ele adora quando eu pago as contas da casa também. E não é só ele, a maioria dos homens gosta e não tem medo de admitir. O machismo ficou um pouco (ou bastante de lado) no quesito ´gastos mensais´. Eu particularmente não acho nada de errado nisso. Depois que temos intimidade com alguém, dizer abertamente que precisamos de ajuda financeira é muito normal.

Tenho amigos que sustentam a casa sozinhos, viajam por tudo e ainda compram mil presentes para as amadas (eu só não sei qual é a parte que fica de lado, porque não dá pra ter tudo). Também tenho outros que ficam em casa, dormindo até mais tarde enquanto suas belas trabalham e suam bastante seu little black dress. Peso na consciência à parte, cada um sabe como viver melhor. Tem aqueles que trabalham um dia na semana, ganham o suficiente para serem felizes. Tem aqueles que trabalham até sábado e domingo e são infelizes porque querem mais - e mais, e mais. Se você já se encaixou em algum destes, ok. E não se sinta ofendido, pois estou apenas listando a forma que o dinheiro entra nas nossas vidas.

As mulheres, depois que conseguiram sua independência através do feminismo, abocanharam grande parte da arrecadação monetária do mundo. Muitas felizes e realizadas, sem filhos, sem família em mente, apenas business e terninhos. Talvez chegaram lá na frente e viram que só trabalhar e acumular riquezas não é a finalidade deste mundo. Algumas formaram famílias, criaram filhos, voltaram ao mundo. Outras viraram zen, adeptas de budismo, yoga, dietas sem gorduras e alternativas esotéricas para fugir do ciclo natural da vida (estudo, trabalho, namoro, casamento, filhos).

Outras talvez não tenham esse tino financeiro e são aquelas que amam a casa, os filhos, cozinham maravilhas, sabem tudo sobre tirar manchas de roupas claras, estão sempre preocupadas com o bem estar da casa, do esposo e das crianças. Ajudam nas tarefas, recebem os amigos do escritório, fazem academia por diversão e choram compulsivamente quando estão estressadas com tudo isso (que dá muito trabalho também). Aí um belo dia acordam, lembram da faculdade, do blazer preto e bem cortado que ainda não está no seu armário, e vão à luta. No começo os filhos choram, o marido não entende nada e fica contente quando os dividendos começam a chegar no início do mês.

Não interessa o tipo de mulher que somos. A verdade é que todas nós queremos contribuir, ter nossa independência financeira, abrir a carteira e ver umas notinhas sorrindo. É uma delícia passar por uma vitrine e suspirar por um vestido lindo. Melhor ainda é entrar e pagar por ele (mesmo que seja em 10 vezes no cartão). É lógico que gostamos de presentes, e ganhá-los não é nada mal. O que odiamos é escutar repetidamente que não contribuímos, ou que devemos valorizar o vestido tão caro da vitrine da boutique chique.

Algumas mulheres ficam temporariamente em casa quando seus bebês nascem. Uma fase mágica como mãe, um desastre como mulher. Enquanto vemos aquela fofura crescer, também passa o tempo, os quilos extras vão embora e a cabeça vai voltando ao normal. É um processo psicológico complexo. A angústia está em ver o mundo acontecer enquanto alimentamos nosso bebê, mesmo sabendo que precisamos deste tempo para voltar à vida normal. A segurança está no homem, que faz desse processo algo prazeroso e válido, aceitando a nova mamãe como habitante da casa.

Escrevi essa coluna para falar um pouco sobre a minha experiência, e sobre como é complicado frear a mente para as novas adaptações da vida. Eu gosto e contribuo, sim, com a casa. Assim como tive meu tempo em casa com a minha filha, que foi e está sendo muito especial. Quem sabe alguns de vocês possam entender que suas esposas e namoradas também querem fazer parte do PIB da casa, e podem estar precisando de duas coisas: tempo ou estímulo. E você pode ajudar!



Por Mariana Goulart

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