Ao saber o tema desse mês logo me veio à cabeça uma música que ouvi no
programa Boteco Behaviorista: “você não reforça mais os meus operantes de amar”.
Acho interessante o tema dessa música, que tira o amor do patamar mítico
fortalecido pelos contos de fada, de algo mágico que acontece do nada e leva ao
“felizes para sempre” e traz para a realidade do “vamos fazer acontecer”.
Não é raro ouvir as pessoas reclamando da ausência do par perfeito, aquele
que vai fazê-las felizes para todo o sempre. Ora, aí começam os problemas!
Primeiro que perfeição não existe e segundo que você não deve delegar a ninguém
a sua felicidade.
Acho perigosas as frases como “metade da laranja” e “opostos que se
atraem”. A primeira leva as pessoas a crer que em algum lugar desse imenso
planeta existe outra pessoa igual a ela capaz de completá-las e trazer a tão
sonhada felicidade. O problema é que, ao pensarem assim, não percebem o que se
propõe: a ser somente metade... Então, elas investem tempo na procura daquilo
que falta em si, mas em outra pessoa.
A segunda frase é perigosa por induzir relações conflituosas à banalidade,
já que os opostos se atraem, fazer o quê, né? Vamos rir e fazer piadas das
dificuldades no relacionamento. Afinal, se largar dele, o que vier depois será
parecido, pois atraio o meu oposto, não é?
Com isso se perde a possibilidade de transformar conflito em amor, ou se
for o caso, em ruptura. Sim, pois conviver com outra pessoa é conflitante. O que
no início nos agradava se torna insuportável com o tempo e a paciência vai
embora.
Não são raras as vezes em que o cliente vem à terapia por outro motivo que
não a relação conjugal. Mas com o decorrer do tratamento a mesma sempre aparece,
o que é indicador de insatisfação sobre o rumo que tomou essa relação.
Quando isso acontece me pergunto: em quais circunstâncias se conheceram e
se apaixonaram e o que houve de lá para cá que coloca a relação em perigo? Ambos
acomodaram e não existe mais atividades conjuntas que promovam a intimidade?
Caiu na rotina? Perdeu a criatividade? Simplesmente dizer que o amor acabou não
responde nada, pois acabou por algum motivo, assim como existiu por algum
motivo.
Casais que investem na relação como investiam em seu início são capazes de
transformar o conflito em amor. As pessoas mudam, e você e seu parceiro mudaram
ao longo dos anos. Por isso, é importante saber o que cada um espera do outro e
da relação, por meio de um diálogo franco. E diálogo significa: um falar e outro
ouvir. Não é raro encontrar pessoas querem um monólogo...
Em um bom diálogo a pessoa expressa aquilo que sente em uma determinada
situação e não o que o outro fez. Isso porque, quando iniciamos uma conversa
apontado o comportamento do outro, ela tende ao fracasso.
A comunicação é a chave de uma boa relação! E boa no sentido de que “ok,
tropeçamos aqui, acertamos ali e vamos em frente”. Mas respeitando o outro
sempre, afinal, toda relação é uma via de mão dupla! Se você quiser se
relacionar com alguém de forma que somente seus interesses valham, relacione-se
com o espelho que você terá sucesso...
Se está difícil ter um comportamento que produza satisfação na relação por
dificuldades em expressar sentimentos, pela rotina, falta de criatividade, ou o
que quer que seja, uma alternativa é preparar uma boa pipoca de deixar que os
filmes iniciem o diálogo com o seu parceiro por você. Isso te dará ideias de
como movimentar essa relação a fim de produzir satisfação.
Filmes como: Se eu fosse você 1 e 2, Diários de uma paixão, Como se fosse a
primeira vez, Chuvas de verão, Alguém tem que ceder e Simplesmente complicado
são só alguns dos inúmeros que abordam o tema. Faça sua escolha, prepare sua
pipoca e divirtam-se!
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Escrito por Flávia Saad |
terça-feira, junho 04, 2013
A CONSTRUÇÃO DO AMOR
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