domingo, maio 11, 2008

Inicio 25/05/04

A chuva cai sem parar, são gotas enormes como lágrimas vindas do céu, são lágrimas de anjos que choram copiosamente diante da cena que se forma diante dos meus olhos. Olhos já secos de tanto pranto, secos porque não conseguem mais chorar e sim apenas procurar uma explicação para o que estava acontecendo.
Ela está tão linda, tão serena. À vontade que tenho é de coloca-la em meus braços e não soltá-la por nada nesse mundo.
Acaricio seu rosto vagarosamente sentindo entre meus dedos a sua pele que em tantos outros momentos senti. Seus lábios macios e carnudos que vinham sempre a me procurar com doces beijos, beijos calmos ou beijos sufocantes, mas sempre maravilhosos. Entrego e ela meu último beijo, o pior de todos. O último.
O meu coração aperta a tal ponto que sinto que vai explodir, sinto que não vou conseguir suportar tanta dor, tanta falta. Mas é preciso.
Eu preciso ser forte.
Sinto um toque em minha mão, olho para meu lado e vejo a forma mais singela de um ser que vem partilhar minha dor. Vem me acalmar, vem me salvar, vem me amar.
A chuva me deixou molhado, o frio corre por todo meu corpo e ajuda a diminuir a dor do meu coração. Meus olhos embaçam e quase não consigo enxergar ao longe, mas mesmo assim quero ficar aqui, quero apenas ficar parado pensando em tudo que aconteceu.
A noite vai me acolhendo e com ela toda minha esperança. Ainda estou ali, parado. Não quero ir embora por nada nesse mundo, mas sei que é preciso.
Um último adeus e um último olhar fazem correr uma lágrima que escorre por meu corpo e chega ao meu coração.
Então caminho sem olhar para trás, pois preciso continuar a viver.

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