sexta-feira, maio 08, 2009

Noite Solitária

Por André Lenz 12/04/99

 

São 3 horas da manhã. Por mais que eu tente nada me deixa dormir. Há 5 minutos atrás eu estava me virando na cama lembrando todos os momentos que um dia me fizeram felizes e que hoje apenas me trazem lembranças. Algo especial dentro de mim que se foi.

Tudo acabado? Talvez.

A dúvida me fez pensar e colocou minha cabeça no lugar neste momento. Não dá.

Levanto e vou à direção da sacada, a brisa bate no meu corpo e me faz cruzar os braços. Então me lembro como te abraçava e como você sentia-se segura. Olho para o infinito e vejo a lua beijar o mar num toque suave.

Sinto sua presença, mais onde você está? Talvez dentro de mim, no meu coração, perdida pelo mundo.

Fecho os olhos e parado ali em pé pergunto ao mar:

-Vale a pena sacrificar-se? Existe amor?

Apesar de tudo eu sinto calafrios, pois me apaixonei pelo seu sorriso, lembro do jeito que você me olhava e me decifrava, pelo teu sensual posicionamento de mulher que me provocava desejos. Será que você existe?

Adoro teus braços em volta dos meus, acordar de manhã e sentir o cheiro do seu cabelo e ver que realmente você está ali do meu lado.

Lembranças foi só o que restou, talvez esperanças, nada mais, acho que te perdi, não te encontrei. Nessa vida passei por você e você me escapou. Eu senti.

Sonho?

Então caminho lentamente para dentro de casa, olho ao redor e nada ali dentro, só lembranças suas, aqui dentro.

Entro no quarto e deito na cama, fecho os olhos.

A janela e a porta da sacada estão abertas, a cortina é levada pela brisa que chega ao meu corpo, mas acho melhor assim porque agora o frio no meu corpo esconde o aperto no meu coração.

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