sexta-feira, junho 26, 2009

Libido desaparece em mulheres da classe média que se sentem feias

Por Flávia Salme - Jornal o Dia


Shorts, decotes e roupas colantes combinam com quilos a mais? Depende. Uma pesquisa do Núcleo de Doenças da Beleza da PUC-RJ revela que mulheres de classes populares não deixam de se sentir sedutoras e, em consequência, de fazer sexo, mesmo estando acima do peso. Já nas classes média e alta, a libido desaparece quando a mulher se sente feia.


Vanuza, diarista, está sempre bem arrumada, o que lhe rende elogios do marido, 14 anos mais novo. Após ouvir moradoras das favelas da Rocinha, Rio das Pedras e Parque da Gávea, a psicóloga Joana de Vilhena Novaes, coordenadora do núcleo, percebeu que a insatisfação com a aparência afeta muito menos as mulheres humildes do que as abastadas ¿ que confirmaram nas entrevistas que deixam de fazer sexo ao se sentir fora dos padrões de beleza."O corpo nas camadas populares é visto como instrumento para o trabalho, ou seja, estas mulheres contam com ele para desempenhar suas profissões, cuidar dos filhos e da casa. É uma relação diferente da que existe nas camadas mais altas. As de baixa renda, mesmo acima do peso ou fora dos padrões de beleza, usam roupas provocantes, num nítido contraste com as de classe alta", afirma Joana.Embora entre as mais pobres a preocupação com a imagem também exista, elas estão mais dispostas a serem felizes. "Elas procuram dietas e encontram formas divertidas de fazer exercícios em casa. A diferença é que não temem se expor quando estão fora do padrão", diz a psicóloga, que publicará o estudo no livro Com que corpo eu vou?."Meu marido é 14 anos mais novo. Às vezes pinta paranoia de que estou 'caída'. Mas aí ele diz que sou linda. Claro que isso ajuda a me soltar", conta a diarista Vanuza Bezerra Lima, de 37 anos.Joana ¿ cujo estudo tomou a gordura como fator para determinar a feiúra ¿ também concluiu que a relação com a comida é muito distinta. "Para quem é pobre, ter o que comer é um valor", diz. Para a ginecologista Flávia Menezes, o homem faz sexo para ficar bem, aliviar a tensão. Com a mulher é diferente. "Ela só consegue entrar na relação sexual quando se sente bem", afirma.De mal com o espelhoUma das doenças da beleza mais conhecidas é o Transtorno Dismórfico Corporal (TDC). "O paciente revela uma percepção do próprio corpo que não corresponde à realidade. Muitas vezes essas distorções são imaginárias ou fruto de alterações leves na aparência", explica o psiquiatra Leonardo Gama Filho, autor do livro De Mal com o Espelho. Segundo o médico, muitos se excluem do convívio social, com medo de serem ridicularizados. Estudos mostram que a incidência do transtorno em pacientes que procuram cirurgias estéticas vai de 7% a 15%. O problema é maior entre adolescentes e adultos jovens, geralmente solteiros.Dicas para se soltar

Aceite-se
Para o sexólogo Amaury Mendes Júnior, a mulher tem que aceitar o próprio corpo e não ser cruel. Comece se olhando de frente a um espelho.

Tenha atitude
Mesmo estando solteira, é preciso se estimular constantemente. Acaricie-se, toque-se. Sempre há o que descobrir ¿ o que não é necessariamente a masturbação. Mas se estiver pronta, aproveite.

Hora do banho
É um bom momento para entender melhor o seu corpo. Acenda velas, coloque música, use óleos. Pense numa situação que gostaria de viver e toque-se com atenção ao que lhe dá prazer.

Divida o medo
Falar com amigas ajuda. Pegue com elas dicas de sedução. E paquere.

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