sexta-feira, outubro 22, 2010

O que fazer quando a família começa a atrapalhar o namoro?

Achei muito interessante uma sessão de perguntas e respostas e dizia sobre familia e namoro, então segue publicada para alguém que talvez tenha a mesma dúvida, rs....



Pergunta: Influência familiar

* Doutoras, venho notado nos homens um comportamento recorrente: dependência emocional excessiva em relação à família de origem, que, muitas vezes, resulta numa convivência diária e muito desgastante com a família deles. Certa vez li que, para assumirmos a posição de esposa (o), é preciso deixarmos um pouco a cômoda posição de filha(o), até porque, se o relacionamento fluir, nós mesmos, logo, logo, estaremos na posição de mãe ou de pai, se for do desejo do casal ter filhos.

Sinceramente, não acho normal que um cônjuge obrigue o outro a tratar sogro, sogra e cunhados como autoridades parentais, nem que eu tenha que bater-ponto todos os domingos no almoço na casa da sogra. Ora, os parentes do outro merecem todo o respeito, mas não devoção incondicional.

Ora, se não sou “grudada” assim nem com minha família, por que deveria viver colada à família daquele com quem me relaciono? Não é suficiente que esse membro tão apegado aos pais vá lá sozinho (todos os dias se quiser), mas sem obrigar o cônjuge a isso? Um casal não deve vivenciar a sua própria autonomia, inclusive na condução da casa e na educação dos filhos? Penso que o convívio em demasia com a família do outro acaba por gerar stress e a perda de limites. Digo “em demasia”, pois sei que a visitações de praxe são necessárias.

Gostaria que discorressem um pouco sobre o que é obrigatório e o que é facultativo na vida do casal em relação aos contraparentes. Acho que isso não é uma questão só minha, e sim de muita gente. Obrigada e parabéns à excelente equipe!

16/09/2010

Resposta

Sua questão é muito interessante e você a colocou de maneira bastante clara e bem explicada. Entendo perfeitamente seu incômodo em relação ao convívio excessivo com a família do cônjuge. Não há, no entanto, nada que seja “obrigatório” ou “facultativo” em uma relação, nem no que diz respeito apenas ao casal nem aos parentes de cada um. Não há “certos” ou “errados” a priori e serão o marido e a mulher quem entrarão em um acordo sobre como a vida do casal será.

Quando nos unimos a alguém, trazemos como “bagagem” o modo de ser e os valores de nossa família, nossas experiências de vida e nosso modo de lidar com as coisas. O outro, é claro, traz a “bagagem”. Um casal não pode adotar a maneira de ser de um ou de outro, pois não há um certo e outro errado. Um casal precisa criar um terceiro modo de ser. Quando um tenta impor o seu como certo, geralmente a convivência é difícil. Acaba havendo uma disputa e os argumentos acabam sendo algo como “na minha família sempre foi assim” ou “mas eu sempre fiz do jeito x”. Em um casamento, não importa o jeito x ou y, há que se inventar um z. O casal não será a reprodução da família de um ou do outro, mas uma família com características próprias (que, é claro, podem ter um pouco de uma ou de outra).

No caso que você citou, do relacionamento de vocês dois com a família dele, creio que seja necessário que vocês conversem sobre o assunto. É preciso que você explicite seus incômodos, não de uma maneira a ditar o que é obrigatório ou facultativo, mas de forma que vocês possam chegar a um denominador comum sobre o assunto.

Abraços,
Mariana

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