sexta-feira, dezembro 14, 2012

Amor Materno

Fonte: Inspiração Juvenil
Aconteceu há várias décadas, durante a Segunda Guerra Mundial. Todas as noites, os aviões inimigos voavam sobre Liege, na Bélgica, despejando bombas que incendiavam a cidade. Naquela noite, as pessoas se amontoaram nos porões e abrigos subterrâneos, perguntando-se se alguém sobreviveria ao pior ataque aéreo que já haviam presenciado.

A luz do dia revelou centenas de edifícios em ruínas, com muitas pessoas mortas ou gravemente feridas, presas entre os escombros. Os gritos das pessoas presas enchiam as ruas, e em breve dezenas de sobreviventes afastavam as pedras, tentando ajudar alguém cujos gemidos podiam localizar.

Os lamentos de pessoas apavoradas, à procura de seus queridos, misturavam-se com os clamores por socorro daqueles que não conseguiam desvencilhar-se dos escombros.

A população de Liege trabalhou muitos dias, tentando resgatar quem ainda estivesse vivo. No quarto dia, as equipes de resgate começaram a trabalhar em mais um prédio. Quando principiaram a escavação, ouviram os gritos de uma criança:

– Por favor, me ajudem! Estou com sede! Quero água!

O dia estava muito frio, e só depois de muitas horas chegaram ao local onde estava a criança. Não sabiam se ainda estaria viva. Começaram a falar com ela, na esperança de que se apegasse à vida até que pudessem retirá-la.

– Água – dizia ela. – Quero água.

– Como é possível estar alguém vivo sob um monte tão grande de escombros? – perguntou alguém, enquanto continuava a escavação.

Quando os membros da equipe de resgate removeram a última laje, encontraram um menino ainda consciente, com apenas alguns arranhões.

– Água – choramingava. – Quero água.

– Impressionante! – exclamou alguém. – Como pode ser? – Examinando mais de perto, entenderam. O garotinho se encontrava sob o corpo curvado de sua mãe, que o protegera como um arco do peso dos escombros e do frio do inverno.

Nos últimos segundos antes do desmoronamento do prédio, aquela mãe havia deliberadamente acolhido o filho nos braços, sabendo que seria sua única possibilidade de sobrevivência. Ela morreu para que ele pudesse viver. Ele foi salvo pelo poderoso milagre do amor materno.

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