quarta-feira, maio 22, 2013

O novo (velho) namoro

Vai começar tudo de novo: repetições de perfis e problemas nos relacionamentos amorosos

Por Julia Reis
Namoro novo, mas a história se repete...
“Eu gosto de um ‘cafajeste’. Devia gostar de mocinhos decentes, mas sou atraída pelo estilo mais cara de pau e machão”, relata Taís Guimarães, produtora de 36 anos. Por conta de sua preferência, ela acaba se relacionando, na maioria das vezes, com homens que dão trabalho: bebem demais, não assumem compromisso ou deixam a desejar no romantismo. “Fico sabendo mais da pessoa depois que já joguei o anzol. Aí me complica, não tem volta!”, diz ela, sobre seu interesse pelos parceiros causadores de problemas. Segundo o psicólogo Nicodemos Borges, todo mundo tem uma tendência à repetição de comportamentos, o que não chega a ser preocupante. A situação fica difícil quando esse quadro se aplica em relações amorosas frustradas, com pessoas incompatíveis. “O problema está no perfil sempre igual selecionado, que gera sofrimento”, diz ele, que é idealizador do atendimento psicológico para pessoas com dificuldades em relacionamentos, na Universidade São Judas (SP).
Rodrigo Baptista, de 26 anos, também é um exemplo de repetição de padrão, já apostou muito no mesmo estilo de namorada - e nunca deu certo. Segundo ele, todas eram carentes e possessivas, “criaram uma dependência”, diz o advogado, que sofreu com as dezenas de ligações diárias, inclusive noturnas, das suas parceiras.
“Minha conta no Orkut é guerreira por ter sobrevivido tanto tempo”, brinca Baptista sobre as brigas que enfrentou em função do perfil público na rede social. E não é só o ciúme que dá combustível para as discussões: ele gosta de mulheres que representam um desafio: “Quanto mais difícil, mais eu gosto”, diz. E como as diferenças atraem, sua última namorada era testemunha de Jeová e ele, espírita.
Para Borges, as escolhas de parceiros podem ser feitas baseadas em modelos de relação que a pessoa teve na vida, como pai ou mãe. A frustração também pode ser vivida quando a pessoa busca constantemente algo perfeito ou ideal, companheiros que cumpram uma lista de atributos físicos e socialmente aceitáveis.
“Se as relações não se mantiverem é preciso ver se esse perfil não está dando certo”, indica o psicólogo. Ele recomenda mudar o perfil dos parceiros ou adaptar a relação com eles, lidando com as características marcantes. O principal caminho para isso? Autoconhecimento. “Precisa entender como você funciona para tentar modificar essa forma de se relacionar’.

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