Fidelidade nunca foi o seu forte. Se pintasse uma oportunidade, você ia lá e pimba: traía sem pensar duas vezes. Muitas puladas de cerca, mágoas e brigas depois, você mudou. No passado, você traiu, sim, mas hoje não trai mais, ou seja, você se tornou nada mais nada menos que fiel. Arrependimento? Maturidade? Ou será que você achou a tampa da sua panela?
Nunca mais
Para muita gente, fidelidade tem a ver com respeito como é o caso da usuária da rede social do Bolsa de Mulher Jade. Ela confessa que já traiu. "E muito", diz. Mas, depois de casar, tudo mudou. "Hoje vejo que não vale a pena. Quem trai está traindo a si mesmo", teoriza ela que não é infiel ao marido nem em sonho. "Se chegar o dia em que não me sentir mais feliz com ele, me separo. Não traio mais ninguém nessa vida", diz
O usuário da rede social do Bolsa de Mulher Breno confessa que já foi infiel, sim. Mas depois se arrependeu. "Me arrependo, pois creio que perdi pessoas maravilhosas em minha vida por causa do comportamento que tive. Mesmo namorando, atendia aos olhares carentes e acabava ficando com outras meninas", revela ele, que parou de trair devido ao amadurecimento emocional. "As pessoas precisam crescer moral e intelectualmente. Eu cresci", diz o usuário do Bolsa, que não sente mais necessidade de pular a cerca.
Se aparece uma garota dando abertura, Breno corta. "Quando a conversa está indo para outros caminhos, é hora de dar um tempo, colocar as coisas no lugar e, se for preciso, falar rasgado: ‘Sou gente boa, mas não estou te dando bola'", diz ele, que aprendeu a dar valor à fidelidade. "Hoje sou fiel e pretendo ficar assim", garante.
Estava faltando alguma coisa
Muita gente diz que já traiu porque sentia que estava faltando alguma coisa na relação. É como pensava o usuário do Bolsa Tuga, que é estrangeiro. "Já traí, sim, mas tudo porque em casa não tinha o que eu precisava", diz ele, referindo ao seu ex-casamento. Depois de se separar, Tuga conheceu uma brasileira que despertou nele o desejo de ser fiel - mesmo ela morando aqui e ele lá. "Encontrei uma linda mulher por quem me apaixonei à primeira vista. Quatro anos depois, somos felizes mesmo que eu viva na Europa e ela em Cuiabá", diz ele, que vai morar no Brasil em breve.
Segundo a psicóloga Sabrina Billo, não existem pessoas que "são" fiéis ou infiéis, mas pessoas que "estão" fiéis ou infiéis. "Todos podem mudar o comportamento, a qualquer momento. A motivação é interna, ou seja, deve partir da pessoa a vontade de mudar", afirma ela, explicando também que de nada adianta querermos mudar o outro se ele não quiser.
Sabrina Billo afirma que há os que traem por alguma circunstância e os que são "viciados em traição". "No primeiro caso, mudar pode ser simples. É questão de escolha. E a escolha pode acontecer por diversos motivos: pelo amadurecimento pessoal ou do casal, após uma perda ou um ganho importante", explica, enumerando outras razões como a censura de amigos e/ou familiares, o medo da descoberta/perda do parceiro, prejuízos no trabalho, gravidez indesejada e contração de doenças sexualmente transmissíveis.
No caso dos viciados em traição, a coisa muda. "Vício é todo comportamento que não
conseguimos mudar. O mecanismo é o mesmo em todos os tipos de vícios: há
uma dependência, o sujeito sente que 'precisa' daquilo", explica a psicóloga, salientando que pode haver necessidade de ajuda profissional como tratamento psicológico e uso de medicamentos. "Contudo, um comportamento de fidelidade pode ser possível. O que acontece é que geralmente até aceitar que não consegue mudar sozinho, o "viciado em traição" já sofreu muitas perdas importantes", finaliza.
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