quarta-feira, agosto 22, 2012

Mulheres de atitude na paquera



Mulheres de atitude
"Outro dia fui em uma balada e encontrei uma pessoa muito bonita. Fiquei morrendo de medo de chegar nela e tomar um fora, confesso.
Mas fiquei ao seu lado e puxei conversa, fiz um graça, quando quero conquistar geralmente o bom humor funciona. A pessoa geralmente não pode ficar com você, mas pelo menos repara e conversa. No final, ela gostou da piada e ficou comigo". À primeira vista, a declaração parece vir da boca de um homem, mas quem contou o episódio foi Renata Prado, 27 anos. "Me senti muito poderosa no dia, ele era um gato!", acrescenta. As mulheres na faixa etária de Renata, ou até pelo menos 40 anos, foram incentivadas a ter a sua independência financeira, buscar ascensão profissional, sem se preocupar tanto assim em arrumar um homem para o resto da vida. Sem tabus ou moralismos, predominante na época de suas avós, agora elas falam o que pensam e vão atrás dos seus objetivos, até na hora da paquera.
"Se me interessar, correspondo aos olhares. Caso o cara não chegue até um certo tempo vou até ele sem medo algum", destaca Viviane Gonçalves, de 28 anos. A auxiliar administrativa aposta na troca de olhares para conquistar o homem desejado e acredita que hoje em dia as mulheres devem ser "caçadoras" também. "Eu não tenho vergonha. Esse lance da mulher chegar pode até assustar eles, mas acredito que no fundo eles acham gostoso ser a caça em algumas situações", diz.
Na opinião de Sergio Savian (www.sergiosavian.com.br/blog), terapeuta e escritor especializado em relacionamentos, como falta atitude para muitos homens as mulheres não contém a ansiedade e acabam fazendo um ataque muitas vezes bem parecido às cantadas masculinas tradicionais. "Na sedução eficaz, o melhor é você perceber muito bem a pessoa por quem está interessado e aproximar-se dela com bastante habilidade, independentemente se você é homem ou mulher. E isso pode ser feito com charme e delicadeza", diz.
Durante a conquista, elas geralmente pensam em dois aspectos antes de sair à luta. Será que ele vai pensar que sou fácil demais? Ou ainda: será que vou levar um fora? Sobre isso, o psicólogo Bayard Galvão diz que no momento da paquera existem jogos de sedução que provocam confusão e impasse. "Sendo as maiores razões alguns pré-conceitos: pessoas fáceis de conquistar são frágeis ou "inferiores", pessoas fáceis de conquistar não têm graça, pois muitos gostam da sedução para se afirmarem como importantes através da dificuldade do processo; pessoas fáceis de conquistar podem se entregar a qualquer um, aumentando a probabilidade de infidelidade. E o fato de ser fácil de conquistar aumenta a chance da pessoa já ter tido muitos relacionamentos".
Conforme Galvão são várias as impressões que as mulheres consideradas "pró-ativas" podem transmitir na hora da conquista. "Obviamente, dependendo do homem, ele pode dar várias interpretações: sabe o que quer da vida; é fácil demais; é superior a mim, pois ela toma a iniciativa; é inferior a mim, pois ela que vem até mim. Não há regra sobre o que um homem pensará ou quanto ele estará pronto para uma ‘mulher de atitude’, contudo, será que a mulher está pronta para ser tratada de igual para igual?", questiona Galvão.

Renata confirma que, à primeira vista, o comportamento mais ousado pode dar margem a várias interpretações, mas, na verdade, elas querem mesmo é só encontrar o príncipe encantado. Depois de passar por alguns relacionamentos - agora está solteira - ela afirma que muitos homens da sua faixa etária, próxima aos 30 anos, não estão interessados em assumir um relacionamento de verdade. "A mulher só está em busca de achar uma pessoa legal, mesmo tomando as rédeas na paquera, para depois namorar e ficar junto no futuro", justifica.
Para o terapeuta, de uma forma geral, o homem está ficando mais sensível e a mulher mais objetiva. "Como passamos por uma fase de transição é preciso ter paciência para avaliar quais mudanças vieram para ficar ou não", conclui. E você, Vilamiga, concorda que a mulherada deve ir atrás do seu "alvo" na paquera?


Por Juliana Lopes

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