quarta-feira, maio 01, 2013

Cuidando do Jardim

Por André Lenz
 

Nesses últimos dias fui questionado quanto à minha capacidade de sentir. Perguntaram se eu havia feito algum tipo de transplante de coração ou algo estilo "Homem de Ferro", uma bateria no lugar desse tão precioso órgão. Tudo isso porque ultimamente tenho perdido muito dinheiro dando consultas psicológicas de graça, rs.... Preciso me formar logo... As pessoas acabam vendo em mim alguém frio, sem ser iludido pelas emoções, com o controle da razão sobre a emoção.

Talvez seja essa a razão de tanto me procurarem pra desabafos sem fim, conselhos, súplicas ou mesmo somente um quase tapa figurativo, na cara. Tenho orgulho de ser amparo e porto seguro dos meus amigos, principalmente amigas. Não fico triste em saber que, às vezes, uma amiga minha só vai me ligar pra contar os problemas dela sem se quer perguntar de mim. Juro, não ligo. Gosto de saber que sou considerado uma pessoa sensata e fico extremamente feliz quando alguém diz que minhas palavras o tocaram.

Minha felicidade está aí. Ao invés de projetar em uma única pessoa, projeto em várias pessoas ao mesmo tempo, divido meu amor em fragmentos espalhados com todos que precisam de um pouco de atenção e que de alguma forma eu acabo conseguindo influenciar para algo positivo.

Supro minha necessidade com os outros. Às vezes, não sobra para mim. Às vezes, a maior dor que sinto não é por alguém e sim por não ter alguém e isso estava me machucando. Não ser nada pra alguém num sentido mais carnal.

Por mais que em alguns momentos, tenhamos várias pessoas ao redor, nos dando carinho, procurando por nossos conselhos, falta um algo mais, um toque um beijo, um olhar mais profundo. O que não posso deixar, é que essa aparente solidão me torne frágil e me faça esquecer meus valores, que eu seja influenciado por emoções e deixe de lado a razão que tanto me guia e assim, jogar-me num profundo martírio amoroso e sem futuro.

Esse é o problema das pessoas. Entregam-se por motivos bobos como aparência física, palavras inventadas e decoradas ou mesmo um jantar mais caro num restaurante da modinha. A emoção deixa-nos cegos, atrapalha para ver o que realmente nos tornará felizes, a não ser que sejamos fúteis.

Minha razão prende-me a procurar por alguém que goste de mim pelo que sou. Alguém que tenha espírito lutador. Alguém que me faça carinho, que cuide de mim, que queira dividir comigo a cozinha, que seja parceira.... de caráter... que me passe segurança...

Esse é o problema hoje em dia, as emoções cegam as pessoas e as permitem entrar em relacionamentos destrutivos e com os dias contados que acabam por machucar somente um coração. Por isso, prefiro ser assim... Razão. Prefiro não me entregar a qualquer pessoa que seja bonitinha e que daqui a dois meses vai virar uma louca psicopata.

Prefiro não sofrer por ter aberto meu coração a quem não merecia. Não digo que vou encontrar uma pessoa perfeita, mas se no passado eu me divertia com as erradas, hoje prefiro crescer e evoluir sozinho esperando por alguém que irei dividir minha vida, construir algo.

Não tenho mais tempo para surtos adolescentes. Quero mais da minha vida, quero ser plenamente feliz. Estou cuidando do meu jardim. Daí você me diz que eu tenho coração frio? Na verdade, eu minimizo erros e sofro menos!

Duvida que eu seja mais feliz assim?

 

 

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