Nem sempre eu sei pedir desculpas. É que tenho um lado orgulhoso que me
enreda e me deixa meio atrapalhada. Nem sempre sei dizer as coisas
certas. É que às vezes fico paralisada e com medo de colocar tudo a
perder. Logo eu, que gosto tanto de ganhar. Nem sempre sei ser adulta. É
que, como eu já disse, não sei perder. Quero tudo para agora, pois
daqui a cinco minutos não sei para onde a vida vai nos levar. E isso me
assusta.
Sei que nem tudo pode ser do meu jeito, mas insisto em não aceitar as
coisas. É claro que existem muitas formas certas, mas sempre acho que a
minha é melhor e isso me desgasta. Deveria aceitar as pessoas como elas
são, mas sempre espero demais, tenho expectativas, tenho aquela
esperança boba de que algo mude com meu toque mágico. Mas não tiro
coelho da cartola, pois nem cartola tenho.
Preciso parar de querer que tudo seja como eu quero. Frase estranha, eu
sei. Mas vivo querendo que tudo seja como eu imaginei e as situações
muitas vezes me dão rasteira, me estatelo no chão e fico sem saber o que
fazer com meus pedaços feridos.
Esperar não é pra mim. Se eu preciso de uma coisa é para agora, não
adianta ser depois. E se você não entende isso, tudo bem, deixa que eu
faço e depois jogo na sua cara que fiz. É que tenho essa mania feia de
jogar na cara do outro.
Ninguém é massinha de modelar. Não posso te amassar, te moldar, te
arrumar da forma que quero. Você é como é, eu sou como sou e podemos nos
aceitar assim ou não. A escolha é só nossa. O problema é que sempre
achamos que podemos tudo, mas não podemos nada. As coisas são dessa
forma, você aceita se quer. Uma pessoa só muda se quer, se tem vontade,
se faz esforço. Eu não tenho poderes para mudar ninguém, mal consigo
ajustar o que anda desajustado em mim. O dia que todo mundo entender
isso vai ser mais fácil viver a dois, a três, a quatro, a mil.
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