sábado, julho 22, 2006

O Som do Silêncio

Por André Lenz
18/06/04


Não ouço nada, nenhum barulho, nenhum som, ouço apenas o silêncio.
Estou com um pouco de medo mas mesmo assim eu pego uma vela e saio de casa. Passo a passo vou andando em volta da casa para ver se encontro um alguém, um nada.
Vejo uma pequena luz no bosque, alia uns 10 metros. Me assusto, paro e fico tomado por uma indecisão. Que nada, vou atrás.
Meus passos quebram pequenos galhos que estão no chão fazendo um estalo que ecoa no meio das copas das árvores. É um absoluto silêncio, um silêncio que chega até a ser doentio.
Vejo que a luz se afasta a medida que chego perto, aperto meu passo e ouço os estalos dos galhos e folhas quebrando a minha frente, corro mais ainda.
Corro, corro, corro, não paro de correr, no caminho vou desviando das árvores que vão surgindo muito rapidamente, a essa altura a vela já está completamente derretida na minha mão, minha roupa está cheia de gotas de vela. O escuro é tanto que já nem sei mais aonde estou, só sei que estou correndo, correndo atrás da luz, uma luz única, forte, linda.
Tento olhar para trás e quando viro pra frente dou de cara com uma árvore. Sinto o sangue escorrer pela minha face, sinto um calafrio e um medo domina o meu ser.
Fico ali, parado no meio do nada, olho pro alto e nem consigo ver as estrelas pois as copas das árvores cobrem toda minha visão.
Grito por alguém mas não tenho nenhuma resposta, grito noavemnte, mas grito forte, tão forte que meus pulmões parecem que vão estourar. Nada.
O sangue continua a descer pelo meu rosto e agora até minha roupa já está enxarcada de sangue, esse sangue que limpa minha alma.
não tenho saída, não tenho o que fazer, estou ali, sozinho, no escuro entregue aos mais maléficos pensamentos. Então me deito, deito e olho pra cima, num cantinho consigo ver por entre as árvores e a luz de uma estrela aparece, uma única estrela linda e brilhante.
Aquela estrela me consola, me anima, me faz querer não desistir, me redime. A noite continua a cair no mais absoluto silêncio, no mais absoluto breu.
Aos poucos a paisagem vai se modificando, o sol dá as caras em pequenos raios que vão invadindo aquela floresta, aquele refúgio.
Agora eu consigo enchergar, consigo ver o que está ao meu redor mas não sei aonde estou, estou perdido.
Então começo a procurar o caminho. Sai correndo pela floresta mas não consigo achar nada e ninguém.
Já estou muito cansado, meu corpo está dolorido e estou fraco pois já perdi muito sangue, não agüento mas.
Encontro uma clareira, já está para anoitecer. Então deito ali em cima de um tapete de folhas e me entrego. Me entrego para a lua e para as estrelas, me entrego para aquela floresta e pra tudo ao meu redor.
Agora meu corpo já cansado só espera pelo seu último suspiro, pela sua última dose de esperança para que então seja imortalizado por aquela floresta que o consumiu e toda sua alma.


Foto

Equipe vale um convite fazendo divulgação nesse sábado!!!!!!!!!!

3 comentários:

Anônimo disse...

Here are some links that I believe will be interested

Anônimo disse...

Looks nice! Awesome content. Good job guys.
»

Anônimo disse...

Nice idea with this site its better than most of the rubbish I come across.
»