quarta-feira, julho 12, 2006

Seja o Cisne

Talvez o maior desafio da vida moderna seja sermos nós mesmos em um mundo que insiste em modelar nosso jeito de ser.

Querem que deixemos de ser como somos e passemos a ser o que os outros esperam que sejamos.

Aliás, a própria palavra "pessoa" já é um convite para que você deixe de ser você.

"Pessoa" vem de "Persona", que significa "máscara".

É isso mesmo: coloque a máscara e vá para o trabalho.

Ou vá para a vida com a sua máscara.

Talvez o sentido do elogio
"Fulano é uma boa pessoa", signifique na verdade "Ele sabe usar muito bem a sua máscara social".

Mas qual o preço de ser bem adaptado?

O número de depressivos, alcoólatras e suicida aumenta assustadoramente.

Doenças de fundo psicológico como síndrome do pânico e síndrome do lazer não param de surgir.

Dizer-se estressado virou lugar comum nas conversas entre amigos e familiares.

Esse é o preço.

Mas pior que isso é a terrível sensação de inadequação que parece perseguir a maioria das pessoas.

Aquele sentimento cristalino de que não estamos vivendo de acordo com a nossa vocação.

E qual o grande modelo da sociedade moderna?

Querer ser o que a maioria finge que é.

Querer viver fazendo o que a maioria faz.

É essa a cruel angústia do nosso tempo: O medo de ser ultrapassado em uma corrida que define quem é melhor, baseada em parâmetros que, no final da pista, não levam as pessoas a serem felizes.

Quanta gente nós não conhecemos, que vive correndo atrás de metas sem conseguir olhar para dentro da sua alma e se perguntar onde exatamente deseja chegar ao final da corrida?

Basta voltar os olhos para o passado para ver as represálias sofridas por quem ousou sair dos trilhos, e, mais que isso, despertou nas pessoas o desejo de serem elas mesmas.

Veja o que aconteceu a John Lennon, Abraham Lincoln, Martin Luther King, Isaac Rabin?

É muito perigoso não ser adaptado!

Os Beatles foram recusados pela gravadora Deca!

O livro "Fernão Capelo Gaivota" foi recusado por 13 editoras!

O projeto da Disney Word foi recusado por 67 bancos!

Os gerentes diziam que a idéia de cobrar um único ingresso na entrada do parque não daria lucros.

A lista de pessoas que precisaram passar por cima da rejeição porque não se adaptavam ao esquema pré-existente é infinita.

A sociedade nos catequiza para que sejamos mais uma peça na engrenagem e quem não se moldar para ocupar o espaço que lhe cabe será impiedosamente criticado.

Os próprios departamentos de treinamento da maioria das empresas fazem isso.

Não percebem que treinamento é coisa para cachorros, macacos, elefantes.

Seres humanos não deveriam ser treinados, e sim estimulados a dar o melhor de si em tudo o que fazem.

Resultado: A maioria das pessoas se sente o patinho feio e imagina que todo o mundo se sente o cisne.

Triste ilusão: Quase todo mundo se sente um patinho feio também.

Ainda há tempo!

Nunca é tarde para se descobrir único.

Nunca é tarde para descobrir que não existe nem nunca existirá ninguém igual a você.

E ao invés de se tornar mais um patinho, escolha assumir sua condição inalienável de Cisne!


Autor

(Roberto Shinyashiki)





Foto

Eu e Carol na Mansão

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