segunda-feira, maio 30, 2011
De olho nas amigas da irmã?
A relação pode não estar condenada ao fracasso, mas pode render muitas brigas se a sua irmã tiver dificuldade em dividir a amiga
Paulo Oliveira, especial para o iG Estilo
Quem nunca ficou de olho nas amigas da irmã? Mas investir nisso pode resultar em brigas em família, com direito a possessividade e ciúmes, da amiga ou do irmão...
Com o psicólogo e professor universitário, Deivis Perez, o namoro virou casamento. A relação deu certo por sete anos. No começo, a irmã não se empolgou para dar aquele empurrão na paquera, mas depois, apoiou. E embora muito presente na vida dos pombinhos, Deivis não considerava a irmã um grude. “Ciúmes não rolava”, confirma o rapaz. “Ela sempre soube deixar espaço para termos nossa vida e construirmos nosso relacionamento”. A irmã foi buscando outras amigas, outras alternativas fora daquele núcleo tão familiar.
Contudo, nem sempre elas estão dispostas a abrir mão da amiga. “Eu fazia muitas coisas com minha amiga: passeios, conversas ao telefone e idas a casa dela”, conta a revisora de textos, Letícia Gonçalves da Silva, lembrando os áureos tempos em que ficava com a amiga, hoje, atual cunhada. Mesmo sendo ciumenta assumida, a irmã percebe que o trio se harmoniza bem: “embora, eu sinta que ela está mais ligada nele agora, o que é natural (pra eles), não pra mim (que sobrei)”, desabafa.
Segundo o psicólogo clínico que trabalha com tratamento de casais, famílias e indivíduos, Maurício Piragino, essa perda de espaço acontece mesmo. “É comum o casal que se envolve e está apaixonado dar uma sumida do convívio social”, diz o especialista. Para Lucas, o irmão de Letícia, agora está tudo bem: “Eu sempre tive ciúme delas, porém nós três somos bem sensatos e sabemos o espaço e dever de cada um. Nunca tivemos problemas quanto a isso, nos damos muito bem”, garante.
Mas no começo do namoro não era bem assim, como testemunha outra amiga de Letícia, Suelen Vieira. “Era o maior bate-boca no telefone com a amiga no comecinho do namoro...”. “Sofrimento faz parte da natureza humana e todos temos, porém precisamos saber administrá-lo. Entender que a vida muda inevitavelmente. Como dizem os chineses: a única coisa que não muda na vida, é que ela muda sempre", conclui Piragino.
Cada um no seu quadrado
Uma vez ou outra, o irmão pode ter a sensação de que a irmã quer ajudá-lo, dando toques para que o namoro fique sempre bem. “O que pode complicar em alguns casos é que, dependendo do grau de proximidade dos irmãos, da ‘competitividade’ entre eles, se há muita disputa por espaços, esses aspectos podem refletir no tipo de estrutura que vai se definir na relação de cada um”, analisa Piragino. “A posição mais difícil será daquele que não souber delimitar os espaços e as relações, isto é, alguém que confunde o seu papel, que antes era só de irmão e agora passa a ser de namorado da amiga da irmã”, explica.
Mesmo assim, o especialista não interpreta que este tipo de relação esteja fadada ao fracasso: “Existem casais de todo tipo, com acordos muito variados e origens também. As peculiaridades nas relações são enormes e com particularidades únicas”, comenta.
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