segunda-feira, maio 30, 2011

Opostos que se atraem



Segundo leis da física, opostos se atraem e semelhantes se repelem, sempre. Mas na vida amorosa, quando isso acontece, o que gera faísca no começo pode virar uma centelha de aborrecimentos.

Como diferente da lógica da física, o amor não vive sob regras, não há manual, fórmula exata, jeito de tirar prova real. Por isso não há como afirmar que o cara que gosta do campo vai sempre se interessar pela moça apaixonada pela cidade grande. O contrário é muito mais perto da verdade.

Isso porque os relacionamentos amorosos têm mais chances de dar certo quando os parceiros são semelhantes. "Segundo estudiosos, a maioria escolhe para se relacionar pessoas da mesma classe social, financeira, educacional, mesma raça, mesma religião, que frequentem os mesmos ambientes e sejam da mesma cidade", afirma Sheila Chamecki Rigler, pedagoga e proprietária da agência de relacionamentos Par Ideal, de Curitiba. Por lá ela já constatou que a maioria das pessoas que procuram os serviços terminou seus relacionamentos por incompatibilidade e querem encontrar pessoas semelhantes, para não errar novamente.

Mas antes de passar por isso - e mesmo já tendo passado - a paixão cega os olhos e o coração. No começo você até gosta do jeitinho dele com criança, mesmo que não suporte ter uma por perto. Escuta o heavy metal que ele gosta, mesmo sendo fã de bossa-nova. Aceita ir ao restaurante japonês da esquina, mesmo sonhando com uma massa italiana deliciosa. Nada de errado em fazer concessões, agradar. Mas com o tempo, esteja alerta de que as divergências tendem a se potencializar na proporção direta a sua raiva de sushi.

"Todo o relacionamento tem a fase de encantamento, é quando se acha que encontrou o príncipe ou a princesa encantada. Nesta fase podemos dizer que as pessoas só enxergam as qualidades do outro. É a fase inicial, da admiração. Com o tempo, as divergências vêm à tona. Aqueles defeitos que antes eram engraçados passam a se tornar irritantes. Aquela imagem que você fez do outro, começa a desabar", alerta Sheila. "Um relacionamento duradouro envolve compatibilidade de ideias e objetivos parecidos na vida, mas acima de tudo, todos devem primeiramente se conhecer bem, para depois saber quem será a pessoa ideal para viver uma vida a dois".

A dica dela é então tentar descobrir sempre se é possível conviver com algumas características da pessoa amada sem sofrer. Se o homem não gosta de cigarro, deve evitar sair com uma mulher fumante, por exemplo. "Isso porque mesmo que a relação dê certo no começo, no futuro isso pode ser um problema sério para o casal". Uma pesquisa feita pela Par Ideal levantou que 90% das pessoas cadastradas que não fumam afirmam que o cigarro atrapalha nos relacionamentos. "Os ex-fumantes são unânimes em dizer que o hábito do parceiro não é bem visto".

Como ninguém é perfeito - e todo mundo tem um lado príncipe e outro sapo - é preciso estar ciente e preparado para enfrentar certas opiniões e gostos do outro. E, no meio disso, saber que é ilusão achar que um vai (ou deve) se anular em função do ser amado. "Se ela prefere a vida noturna e ele é adepto ao estilo caseiro, os dois têm que ter plena consciência de que isso não irá atrapalhar o relacionamento do casal. Tudo vai depender de como um irá aceitar os gostos e temperamentos do parceiro".

Quando o encantamento termina e a rotina chega com força total, é preciso ter paciência e cuidado para não transformar o amor em raiva. "Nem sempre é fácil superar esta fase de desencantamento. Para ficar próximo de alguém não devemos achar que temos que invadir a sua privacidade", finaliza a pedagoga. O respeito à privacidade e gostos do outro é essencial nesses momentos.

Por Sabrina Passos (MBPress)

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