Vejo
tanta gente reclamando da vida. Meu coração chega a dar um nó cego. Eu
sei que cada um tem a sua força e o que é um problemão para mim pode não
ser para você. Sei que um indivíduo é diferente do outro, que cada um
tem a sua fé, a sua bagagem emocional. Sei mesmo. Mas eu só queria que
você soubesse que tem gente em uma situação pior que a sua. Que o ruim
mesmo é não ouvir e sentir a barriga roncar
e não ter o que comer. Que desesperador mesmo é ter uma doença grave e
não ter condições de pagar um bom médico ou fazer um exame sem ter que
esperar por meses em uma fila. Que triste mesmo é perder quem a gente
ama. Que terrível é ver o filho chorando de fome e não ter dinheiro para
comprar um pão no supermercado. Que agoniante é não ter onde morar, pra
onde ir ou voltar.
Quem
sou eu para julgar a dor do outro? Ninguém. Não estou aqui para fazer
julgamentos ou apontar um dedo no meio do seu nariz. O mundo já está
cheio dessas pessoas - e eu também. Só quero que você pare um pouco para
pensar: será que as coisas não estão sendo maximizadas? Precisa tanto?
Esse assunto realmente tem importância? Esse problema realmente é tão
cabeludo?
Temos
a triste tendência a achar que as coisas são complicadas. Na verdade
elas não são. Tudo depende do meu olhar, do seu, do nosso. Tudo depende
da forma como você está receptivo. Depende do otimismo, da vontade, da
força, da fé.
Sei
que algumas situações são realmente preocupantes. Mas será que são
tanto assim? Será que não temos a mania de supervalorizar coisas
pequenas? Será que não nos deixamos levar pelo pessimismo que toma conta
do mundo? Será que não estamos franzindo demais a testa e deixando os
problemas subirem nas nossas costas até ficarmos corcundas e cansados?
Vale
a pena pensar - hoje e sempre - no que estamos fazendo com o que somos.
Você sabe de fato o que é? E o que faz com isso? Vale a pena o
questionamento, a dúvida, a pulga atrás da orelha. Não podemos parar,
senão o mundo nos atropela sem dó.
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