quarta-feira, outubro 31, 2012

Amor patológico

por Fernanda Camargo

Psicóloga dá recomendações para se livrar dessa dependência


Amor patológico

No começo do relacionamento, o ciúme e a desconfiança chegam de mansinho, como se fossem formas de mostrar interesse e desejo pela outra pessoa. Porém, com o passar do tempo, essas atitudes podem se tornar obsessivas e prejudicar o casal. O amor pode, sim, virar uma doença. É o amor patológico. Várias histórias de homens e mulheres e muitos fatos da atualidade expressam essa obsessão.

Para a psicóloga e psicoterapeuta Andreia Soares Calçada, os conflitos e a dependência um do outro excessivos, além da desconfiança, são algumas das atitudes que demonstram um relacionamento não estar em harmonia. “O medo de perder, de se sentir rejeitado, inferior e desamparado são os principais medos associados à obsessão nas relações afetivas”, comenta. É por conta disso que essas pessoas começam a tentar controlar o parceiro.

Andreia diz que o amor patológico não é amor. No amor saudável existe o sentimento de afeto pelo outro e o respeito a si mesmo. “No amor patológico o que vemos é a codependência, ou seja, a dependência do outro para suprir necessidades emocionais internas. Quando isso não acontece, a obsessão surge, assim como a depressão, entre outros problemas emocionais”, explica a profissional.

As recomendações de Andreia para que um relacionamento não chegue a esse ponto podem ajudar muitos casais. “Tentar sempre ser independente, buscar o próprio ‘eixo’, limites na relação e outros suportes como família, profissão e amigos são formas de obter a certeza de que a vida continua mesmo sem o relacionamento e que dá para ser feliz. Aprender a não se submeter à violência também é muito importante”, indica.

Se você tem um relacionamento com essas características, sendo a obsessiva ou com um parceiro assim, é preciso analisar e ter uma conversa a dois. “O casal precisa se tratar para entender o que é normal e o que é patológico e buscar suprir e avaliar as suas necessidades, sem depender de outra pessoa”, indica. Ela diz que a psicoterapia e tratamentos psiquiátricos muitas vezes são a solução. Há, ainda, grupos anônimos como o Mulheres que Amam Demais (MADA), Dependentes de Amor e Sexo Anônimos (DASA) e Codependentes Anônimos (CODA) que podem atuar como um tratamento paralelo, de acordo com Andreia.

“Tire o foco da vida do outro e coloque em si mesmo. Inicie uma jornada de autoconhecimento, se valorize e a partir daí estabeleça seus desejos e limites. Não tente controlar o outro, somente a si mesmo”, recomenda Andreia.

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