quarta-feira, dezembro 01, 2010

Amigos e amigos....


Por Gravatai Merengue

A amizade é algo muito forte. Já vi gente dizendo que seja mais forte do que o amor; pura bobagem, quem diz isso nunca amou de verdade (até porque amizade e amor não são excludentes).


Nesse sentido, por ser algo forte e dependente de uma série de fatores coincidentes entre duas pessoas, dois gênios, podemos concluir que a amizade seja uma coisa rara. Não é?


Não sei como é no resto do mundo, mas aqui no Brasil somos tão expansivos com o conceito de amizade que criamos um novo tipo de amigo: o “amigo pessoal”. Isso prova que, aqui, a amizade pode até mesmo ser impessoal.


“Amigo do trabalho”, “amigo da faculdade”, “amigo da rua”, “amigo do clube” etc etc etc. Temos sempre vários amigos, mas apenas pouquíssimos desses todos são amigos de verdade.


Não acho, sinceramente, que essa expansão de conceito seja algo ruim. Claro que não. É bem simpático tratar como “amigo” aquele um que, no máximo, é um conhecido com quem falamos vez por outra.


Considero essa simpatia tradicional brasileira (muitas vezes invadindo até mesmo a seara da semântica) uma coisa positiva. Convenhamos, é um relativismo bem bacana.


Isso está repetitivo, mas preciso evocar o Orkut para chegar onde quero. Até recentemente, nossas “listas de amigos virtuais” eram algo secreto (ICQ, MSN etc...); com o Orkut, todos vêem quem são os “friends”. Passou a ser uma coisa um tanto vaidosa exibir ali aquela caralhada de amigos.


Eu mesmo tenho uns 130, dos quais reconheço que apenas uns cinco são amigos de verdade (claro que reencontrar gente das antigas tem lá sua graça, e estimula aquela troca de emails frenética, mas isso vai diminuindo e depois acaba, como tudo).


Tudo isso pra dizer que eu sempre me considerei uma pessoa de poucos amigos, mas é curioso como a vida me mostra que eu tenho ainda menos do que eu pensava.

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