quinta-feira, novembro 17, 2011

Por que os homens estão mais tímidos nas cantadas?


Garotas, esta semana eu escutei uma reclamação feminina. A reclamação veio, aliás, com o peso de, sei lá… (Quantas mulheres existem no mundo? 4 bilhões? Digamos que 4 bilhões de mulheres).

Retomando: esta semana, portanto, ouvi uma reclamação que ecoa a voz e o peso de 4 bilhões de mulheres. A reclamação é a seguinte: “João, o homem não toma mais atitude! Tá cada vez mais difícil encontrar aquele cara seguro, cheio de si, que chega junto na boate. E assim não pode, assim não dá…”.

Eu ouvi, eu matutei, eu concordei em parte. Eu respondi:

“Mas por que é que o homem tem que tomar a atitude?”

UM TEMA INFINITO

Moças, taí uma conversa complicada. Tratei longamente, embora sem concluir jamais (é impossível), em colunas passadas. Aqui (clica), relatei a mudança de postura do macho. Ele agora chega menos junto na hora de chegar junto. Escrevi também que, diante desse novo homem – desse homem mais tímido, menos seguro, que sente a mesma dor que vocês sentem diante de uma rejeição –, caberá a vocês, mulheres, um novíssimo papel: o de também arriscar. O de aprender a receber um não.

Lendo esses textos e com a dúvida da minha amiga na cabeça, fui às ruas. Trombei um colega que me soprou: “Nossa, é verdade, João. Cansei, sabia? Já tomei tanta patada… E pô, dói, né? Eu só finjo que não. Mas dói. Daí cansei. Eu mesmo só chego junto se ela der mole. Se fizer muito charminho, muito doce, fico no bar. Namorar a cerveja é mais fácil…”

A IDA DO GALINHA

Cocei, arranhei, lixei o queixo pensando nessa resposta. E concordei com todos: meninas, vocês têm razão – o homem ataca cada vez menos. Moços, é verdade. Cansa mesmo essa coisa de todo mundo tirar que é função nossa, do homem, arriscar e tomar os foras.

Diante da indecisão matemática (se o homem não canta e a mulher também não, a conta do romance não fecha), comecei a pensar rapidamente sobre as origens desse novo sujeito e o destino reservado a todos nós.

Enquanto isso, meu amigo esfregava a cuca. De repente, ele pulou e foi como uma lâmpada: “João! João! Acho que já sei! Tenho uma teoria!”

Eu pedi a teoria. Ele me deu a teoria:

“Acho que descobri por que o homem é galinha! Ou melhor (talvez, nesse caso, ‘ou pior’): não seria o galinha necessário pra nossa sobrevivência? Você já pensou nisso, João? Fizeram tanto que fizeram pra exterminar o galinha que… Olha, ao matar o galinha, não matamos a nós mesmos?”

A VOLTA DO GALINHA?

Ele prosseguiu:

“Ó, vê como a coisa foi indo! Na adolescência, a gente aprendia que, na verdade, quando chegamos nas mulheres, chegamos para ouvir um não. O ‘não’ está implícito. O ‘não’ é quase certo. Donde galinhamos. Tentamos. É Darwin, seleção natural, essas coisas. Agora que deixamos de ir, que assumimos que nossas chances de levar um ‘não’ na cara são de 90%, preferimos deixar que o 10% que nos quer tenha a coragem de nos procurar. Agora a gente tem medo. E tudo mudou. Fico pensando, João, que em alguns anos, acho que uma década bastará, os bailinhos dos adolescentes serão um verdadeiro paraíso para as enceradeiras”.

Sim, meninas. Já vejo a festinha dos nossos filhos. A pista vazia, os dois grupinhos, meninos de um lado, meninas do outro, sentados, de longe, olhando para o chão, brilhante, sem uso, esperando quem será o Colombo disposto a atravessar esse estranho Atlântico que se chama medo de rejeição.

E pronto! Me parece que, qual os dinossauros, temos o nosso meteoro!

Acabará assim a humanidade?

Por Marie Claire On Line

Um comentário:

Bárbara Cerejo disse...

André, gostei muito de ver que você publicou um texto que eu havia escrito aqui no seu blog em julho! Acabei entrando aqui e vendo o seu blog que é muito interessante também. Esse tema de relacionamentos me atrai muito! Vou te visitar aqui mais vezes! Beijos!
Bárbara Cerejo