segunda-feira, novembro 28, 2011

Qual é a hora de casar?


Relacionamento não é matemática, portanto, é difícil saber a hora certa para casar. Mas ouvir a opinião de que passou por isso ajuda a lidar melhor com essa "pequena" dúvida. Para muitas mulheres, namoro tem prazo de validade sim, e depois de algum tempo é preciso pensar em juntar os trapos, não só isso, oficializar a união.

Alguns psicólogos também acreditam que existe um tempo certo para o namoro. Em seu artigo no jornal britânico Daily Mail, Pam Spurr soltou: "Se você não chegou ao altar entre 18 meses e 3 anos de relacionamento, alguma coisa está errada - e adiar a decisão não vai ajudar a consertar". Na verdade, o que ele quer mesmo dizer é que se depois dos três aninhos um dos dois chegar para o outro e dizer que quer assumir algum tipo de compromisso, e a resposta for negativa do outro lado, é hora de abrir o jogo e repensar melhor no futuro da relação.

Para a psicóloga Cristina Selva, não existe um tempo exato para sair do namoro e assumir um compromisso, mas sim afinidades e sentimentos. A partir do momento que se percebe não existi-los, o relacionamento acaba. "Não acredito que exista um risco num relacionamento longo, hoje em dia é muito comum as pessoas morarem juntas e depois se decidirem por um relacionamento mais sério", diz. Outro motivo dos namoros longo, segundo a psicóloga, é a extensão da adolescência. "É comum vermos nas famílias, moças e rapazes com 25 a 30 anos que não pensam em sair de casa e assumir uma responsabilidade, muitas vezes por pensarem que é cedo, por se preocuparem em investir na carreira". Dessa forma, o casamento fica em segundo plano.

Vamos aos exemplos na vida prática. A artista plástica Gabriela de Moraes Luiz Machado, 23, está com os preparativos a todo vapor para a cerimônia, evento que acontece em fevereiro de 2011, com um pequeno detalhe: por enquanto o casamento é segredo para a maioria dos convidados. "Está sendo muito engraçado organizar a festa porque ninguém sabe que vamos casar, a não ser nossos familiares. Todos só vão ficar sabendo quando receberem o convite", conta Gabriela que com uma boa reserva financeira, feita a partir do momento em que os dois marcaram a data, já está conseguindo pagar a festa e o apartamento.

O escolhido para esta nova "empreitada" da artista plástica foi o administrador de empresas Emerson Santos, 29. Mais apressadinhos bastaram dois meses de namoro para logo eles embarcarem na conversa sobre casamento. "Nos conhecemos em maio de 2008 e em menos de um ano já estávamos noivos", conta. Antes de marcar a data, o único empecilho foi decidir em qual cidade eles iriam morar. "Ele é de Socorro, eu de São Paulo. Isso me deixou um pouco preocupada, pois tive medo dessa mudança para mim ou para ele. Mas já está decidido, o Emerson vem para cá no fim do ano e vamos começar uma nova vida, juntos", confirma.

Vanessa Figueiredo Romão tem uma história um pouco diferente. Foram cinco anos de namoro antes de oficializar a união. "O primeiro olhar foi em um casamento, no dia dos namorados, e nos casamos cinco anos depois, na mesma data". Na época ela tinha 24, ele 26. Já no noivado, ela se sentia preparada, mas depois mudou logo de opinião pelo fato de dividir as responsabilidades entre casa, trabalho e marido. "Tinha medo de o casamento durar pouco. Apesar de cinco anos de convivência, a insegurança batia, e ainda bate". Por conta da ansiedade pré-casamento, Vanessa chegou a ter vários pesadelos.

"Um dia sonhei que ficava presa no carro, que perdiam as chaves e o padre vinha me casar no carro. Eu dentro e o noivo fora. Até sonhei que o buquê era de legumes". Alguns desses pesadelos foram de fato para a vida real. A administradora de empresas chegou a desmarcar a data e cancelar a confecção do vestido por brigas com a própria sogra - ela achava que os dois eram jovens demais para assumir um compromisso. "Colocava empecilho em tudo, coisa de mãe". Mas felizmente a situação durou pouco e logo o vestido votou a ser feito.

Morar junto é um bom negócio?

Em muitos casos, o test drive pode ser uma forma de o casal vivenciar novas situações como divisão de contas e, acima de tudo, aprender a respeitar o espaço alheio. "É uma forma se conhecerem melhor. Eles podem perceber um risco se a decisão for tomada por impulso, sem pensar nas conseqüências futuras que poderão vir a prejudicar ambos", aponta a psicóloga. Mas para Vanessa isso não foi algo tão benéfico. Antes do casório, ela foi morar na casa da sogra por alguns meses. "Não tínhamos uma relação de marido e mulher, foi aí que comecei a ver que os costumes eram diferentes, desde o simples ato de lavar e passar roupas. A mãe dele organizava as camisas por cor no guarda-roupa. Quando assumimos uma casa eu não tinha tempo para isso, ele reclamava. Na casa dele, as louças do jantar eram lavadas a noite, depois do jantar, na minha casa era diferente, e isso o incomodava. Eu não tinha pique para, depois de um dia de trabalho, chegar em casa, fazer o jantar e ainda deixar a cozinha brilhando", conta.

Assim como acontece com Vanessa, as diferenças sempre vão existir ao longo do casório, seja no início ou durante o relacionamento a dois. Para ela, o mais importante dessa história é manter um diálogo aberto. "Além do amor, a relação precisa ser baseada na confiança, dessa forma não tem como levar adiante". Na sua opinião é no casamento que homens e mulheres começam a perceber que não são apenas uma só pessoa, mas sim duas no relacionamento.


"Pessoas estas que precisam compartilhar e, muitas vezes ceder, lidar com as vontades e as insatisfações do parceiro. Isso muitas vezes contribui para que o mesmo não dê certo. Pensar em casamento é pensar em semelhanças e diferenças e, acima de tudo, ponderar", completa a psicóloga.

Por Juliana Lopes

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