sexta-feira, outubro 05, 2012

Sempre solteira

Estar sozinha o tempo todo pode ser um problema
Sempre solteira

Não tem nada a ver com preconceito. Foi-se o tempo em que mulher que não casava era taxada de solteirona. Hoje temos liberdade para decidir se queremos ou não um relacionamento. Mas, evitá-los totalmente pode ser um sinal de alguma coisa não está bem.

Segundo o escritor e psicanalista Marlos Gonçalves Terêncio, é natural existirem momentos em nossa vida em que não queremos um relacionamento sério, mas é um sinal de saúde a capacidade de amar, a vontade de compartilharmos nossas vidas. “Estar sempre solteira ou evitar relacionamentos mais duradouros geralmente indica inibições inconscientes”, afirma o terapeuta.

Às vezes, nem mesmo nos damos conta. Apenas achamos que não temos sorte ou que não chegou a nossa vez de ser feliz. Mas o profissional alerta que é comum a pessoa nem mesmo perceber o que acontece. “Ela simplesmente repete situações que não dão certo e ainda culpa os outros pelo ocorrido”, explica.

Alguns distúrbios estão associados à dificuldade de manter relacionamentos mais sérios. “Os distúrbios neuróticos inibem a capacidade de amar e afetam a capacidade de se relacionar de uma maneira sadia com os outros, seja para constituir amizades ou relacionamentos amorosos” afirma o especialista.

Nestes casos, é preciso buscar ajuda profissional. As terapias são, sem dúvida, boas alternativas para quem pretende reverter a situação. “O sofrimento prolongado é forte sinal da necessidade de ajuda. Além disso, a frigidez, que se caracteriza pela falta de desejo sexual, assim como o medo da rejeição e a idealização do parceiro, são sintomas associados que não põem ser ignorados”, salienta Terêncio.

Se o natural é o desejo de compartilhar, de se entregar amorosamente a uma relação, então, estar sozinha por muito tempo ou não conseguir manter um relacionamento mais profundo pode ser um convite a olhar para dentro. “Não há soluções fáceis ou milagrosas. A psicanálise demonstra que sempre temos uma grande parcela de responsabilidade em tudo o que acontece em nossas vidas e nos oferece ferramentas para ajudar a dissolver as amarras que impedem a entrega afetiva e a construção de relacionamentos sadios”, conclui o especialista.

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