sexta-feira, janeiro 18, 2013

Silêncio

Por André Lenz São duas horas da manhã. Abro os meus olhos e não entendo, então olho para a janela e a rua está vazia. Levanto e começo a caminhar. Saio do quarto, abro uma porta e vou à cozinha. Fecho a porta, volto, vou para a sala e paro. Até quando vou abrir as portas do meu coração? As salas sempre estão vazias. Pessoas passam, conversam, dão risada mas sempre estão vazias. São três e quinze da madrugada. A noite persiste em atormentar meus sonhos, que sonhos? Por entre as portas eles se perderam, fugiram do controle e tudo caiu terra abaixo. Vida. Se a vida é sonhar, eu vivo dos sonhos. Eu os sinto, sinto você ouvindo atrás da porta mas eu nunca vou conseguir abri-la. Você tem que abrir pra mim, sou muito fraco, estou muito fraco. Silêncio total. O silêncio é o castigo do solitário. Ele faz você ouvir seu coração. Ele faz você sentir seu coração, ele tranca a porta pra você. São quatro e meia da manhã. Por mais que eu procure não acho. Olho em volta, vejo as ruas ao meu redor, vejo carros mas não vejo você. Em qual porta você está? Diga-me para que eu possa ao menos bater, mas vai depressa pois estou fraco, por isso me ajude antes que eu desista de bater. São cinco e trinta e cinco da manhã. A noite está quase chegando ao fim. Uma ponta de luz começa a surgir. Que bom, assim quando o dia chegar, eu vou esquecer um pouco de mim. Vou esquecer um pouco de você, vou sonhar, vou viver porque o dia é curto e quando eu menos esperar a lua trará a solidão. Vou caminhar por este apartamento vazio e novamente vou pensar em mim, e quando eu olhar aqui dentro não vou encontrar ninguém, e isso me machuca. Será que você existe? Apareça, por favor e devolva o amor a um simples mortal.

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