quarta-feira, agosto 31, 2011

Calças Molhadas


Como um pai se compadece de seus filhos, assim o Senhor Se compadece dos que O temem. Pois Ele conhece a nossa estrutura e sabe que somos pó. Salmo 103:13, 14


Certa tarde, eu estava brincando com os filhos das minhas amigas. Tínhamos decidido assar biscoitos de Natal e fazer biscoitos de gengibre em forma de casinhas. Quando pegamos o saco de farinha branca, percebi que minhas calças pretas provavelmente não seriam o melhor traje para a ocasião. Assim, fui para o piso de cima e vesti um moletom. Gabriela, com 3 anos de idade, foi encontrar-me na metade da escada, olhou para mim de alto a baixo e exclamou: “Titia Lala, você trocou as calças.” Olhou para mim de novo e então sussurrou num tom compreensivo, de quem sabe tudo: “Ah, você molha as calças.”


Na mente de uma criança de 3 anos, só podia haver uma conclusão: se você troca a calça no meio do dia, deve ter sujado a anterior. Minha amiguinha só podia relacionar minha experiência àquilo pelo qual ela já havia passado. Eu quis explicar-lhe por que havia trocado de roupa, mas então me lembrei de que ela era a mesma garotinha que não entendeu quando eu lhe disse que ela não devia ir para a cama com as botinhas novas.


Pergunto-me se não é assim que, uma vez ou outra, parecemos diante de Deus. Às vezes, conseguimos enxergar apenas uma possibilidade – para nossa mente finita, só pode haver uma explicação lógica. Temos dificuldade para lidar com a aparente recusa de Deus de explicar por que as coisas tiveram aquele desdobramento. Mas talvez Deus não explique tudo agora porque simplesmente não teríamos a capacidade de compreender. Sabemos que Deus não nos sonegará nenhuma coisa boa (Salmo 84:11). Assim, devemos aprender a confiar em Seu amor por nós e crer que “todas as coisas cooperam para o bem” (Romanos 8:28).


Não censuraríamos minha amiguinha por sua falta de conhecimento, porque entendemos a diferença entre o conhecimento de uma criança e o de um adulto. Deus compreende que ainda estamos crescendo nEle. Nós até podemos ter o conhecimento intelectual das promessas de Deus, mas o desafio é fazer com que nosso coração confie. Com a nossa imaturidade, é fácil desanimar. Como é confortador saber que temos um Pai celeste que toma conta daquilo que ainda não entendemos, pois Ele sabe que somos simplesmente pó.



Por Laura Henry-Stump

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