sábado, fevereiro 19, 2011
Sobrevida Amorosa do Gabriel - Capitulo 2 - 05/08/05
O telefone toca e do outro lado Julia começa a desabafar suas emoções e suas histórias para Gabriel, ele que sempre foi seu amigo de todas as horas, sempre foi seu companheiro em todos os momentos, simplesmente seu anjo! Duas buzinadinhas e pelo portão daquela casa amarela Julia sai com uma bolsa e alguns pertences, era de praxe juntarem-se sexta à noite para uma sessão de pipocas, filmes e longas conversas. Tinham esse costume de se unirem quando estavam fragilizados, dividiam suas cargas e em cada desabafo sentiam-se mais leves por terem um ao outro para compartilhar. Julia sempre se envolvia em relacionamentos destrutivos, parecia um ima para homens complicados, um dom. Gabriel sempre tinha palavras duras, mas verdadeiras, ele só conseguia ser assim, sincero, e por mais que isso pudesse machucar por um instante sempre havia seu ombro como consolo. O filme não era lá grandes coisas, a pipoca estava murcha e o refrigerante sem gás, assim, só restavam as suas teorias absurdas sobre relacionamento para serem discutidas, a sim, restava também um vinho, ou melhor, dois. Conversa longa, vinho aqui, vinho ali, as palavras já saiam meio arrastadas e os olhos já começavam a se fechar, a meia luz do abajur foi ficando mais fraca a cada minuto e no meio da madrugada dois corpos adormeciam jogados no sofá da sala de estar. O sol estava subindo no céu e por entre a cortina um pequeno feixe de luz invadia a sala, e ali se revelava dois corpos não mais jogados, mas sim abraçados. A noite fria se encarregou de aconchegar ambos que agora sentiam cada um o calor entre eles. Aos poucos a mão de Gabriel encontrou a barriguinha dela, não tinha como não sentir que algo estava rolando, talvez a situação emocional de ambos contribuísse, talvez queiram, ou talvez o formato conchinha em que estavam no sofá despertasse algo. A cintura dele estava próxima da dela, as pernas estavam encaixadas uma nas outras e ele sentia seu peito junto às costas dela. Aos poucos Julia começou a se mexer e com isso faziam movimentos que deixavam Gabriel excitado. Eles estavam totalmente fora de si, se deixaram levar pelo tesão e esqueceram nessa hora que eram somente amigos. Gabriel ainda hesitou, talvez não fosse realmente o que ele estava pensando, então como um teste começou a deslizar sua mão subindo suavemente pela barriga dela, de uma forma muito carinhosa mas ao mesmo tempo muito sexy. Parecia que era aquilo que faltava para Julia se entregar totalmente ao momento e num ímpeto de coragem pegou a mão dele e a colocou sobre seu peito. O clima estava formado. Seus corpos começaram a se acariciar suavemente, eles nunca haviam se conhecido dessa forma, pelo toque. Aos poucos as peças de roupa iam caindo pelo chão e a cada minuto as mãos se beijavam mas seus lábios não se tocavam, seus olhos se concentravam apenas no toque, em nenhum instante seus olhos se encaravam, era um amor as cegas. Os seus corpos aos poucos foram se unindo, vagarosamente ele foi penetrando no corpo de Julia e uns pequenos gemidos iam quebrando o silencio entre aquelas 4 paredes. O prazer foi algo incomparável, algo não previsto como estar na rua e tomar um banho de chuva por ter esquecido o guarda chuva em casa. É como experimentar algo novo pela primeira vez, diferente, mas muito bom. Ficaram ali juntos, nus embaixo da manta que os cobria e adormeceram. No inicio da tarde Julia se levantou, colocou calmamente cada peça de roupa enquanto olhava Gabriel deitado em sono profundo. Ele acordou, colocou um short, caminhou até a cozinha. Ela havia preparado um macarrão bem simples. Ele encostou o carro de frente ao portão da casa amarela, ela desceu, deu um beijo em seu rosto e entrou. Ele então voltou em direção a sua casa. Não pensava em nada, sua mente estava apenas ali, sem pensamentos. Ligou a Tv e sentou no mesmo sofá que antes havia dormido. No dia seguinte ligou pra Júlia e combinaram de ir ao barzinho, lá eles conversaram, falaram de seus relacionamentos e foi só, tudo que havia acontecido naquele sofá não passara de um sonho, algo que você acorda e pensa que nunca aconteceu. Eles nunca tocaram no assunto, nunca falaram a respeito, nunca trocaram um beijo, foi apenas uma noite, algo pra guardar somente pra si como se nunca tivesse existido e fizesse parte apenas de um sonho.
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