segunda-feira, fevereiro 21, 2011

Sobrevida Amorosa do Gabriel - Capitulo 4 - 29/10/05


Ele acelera um pouco e vai controlando o pé na embreagem pro carro subir a ladeirinha de entrada da casa dos seus avôs, na verdade eles moravam em uma fazenda no interior, perto da cidade grande. Sabe aqueles pedacinhos de paraíso com o rio correndo e aquele barulhinho bom da água? Pois é, lá passou boa parte da sua infância, final de ano era sagrado, nada melhor que explorar cachoeiras, andar de cavalo, tirar leite da vaca, mesmo que isso rendesse alguns coices. Enfim, era um lugar puro e lindo, mas em breve seria um lugar de descobertas. Gabriel sempre foi reservado em sua adolescência, digamos que até os 22 ele era inocente, acreditava nas coisas belas, no amor verdadeiro e em todos aqueles finais felizes e perfeitos, mas só até os 22, depois disso já é outra história, outro capítulo. Claro que sempre tinha os cantinhos escuros durante as brincadeiras de esconde-esconde que eram testemunhas de alguns beijinhos trocados entre um esconderijo e outro, mas nada que destruísse a inocência. Só que o tempo passou e os anos ficavam marcados nos traços do rosto de cada um, isso sem contar a explosão de sentimentos e hormônios típicos da puberdade que os faziam ver um mundo de outra forma mais adulta. Sentado na varanda olhando o jardim e toda aquela paisagem estava Gabriel, pensando lógico em milhões de coisas ao mesmo tempo, todas sem sentindo, mas simplesmente ali, estático. Até que sua prima passa pelo lado de fora do jardim e com aqueles cabelos loiros direciona seu sorriso tímido mais maroto na direção dele, sabe aquele sorriso mal intencionado? Sua diversão não era mais brincar de Barbie, ela havia se tornado um mulher com cabelos até o ombro loiros, seu corpo esbanjava formas esculturais e ao mesmo tempo delicadas, seus olhos azuis remetiam um brilho sacana, quase que vulgar que na verdade era o único ponto do seu corpo que desmentia toda aquela forma angelical, sim, os olhos! Ela tinha crescido, e além disso havia percebido que ele havia crescido. Foi então que sem querer e meio que acidentalmente um jogo de sedução delicioso e ao mesmo tempo inocente teve inicio. Com a desculpa de unir os primos e trazer aqueles momentos agradáveis das brincadeiras infantis decidiram naquela escuridão, cortada somente por um único poste de luz em frente a casa, brincar de esconde-esconde. Quando sua vez de procurar chegou ele dirigiu-se ao galpão totalmente escuro e meio que tateando foi entrando devagar. Enquanto entrava as vozes de seus primos se salvando viam uma a uma mas ele estava atrás de uma pessoa só e tinha certeza que ela estava ali escondida o esperando também. Então propositalmente Joane dá um suspiro mais alto e logo ele está ali, ao seu lado, sentindo sua respiração que vai aumentando a cada momento. Ele então vai tateando a parede aos poucos e vai de encontro com a pele macia quase que um veludo de sua prima. Suas mãos então acariciam os seios dela por cima daquele fina blusa branca e aos poucos ele vai aproximando sua cintura da dela encostando de leve ao mesmo tempo que sua respiração e seu coração parecem que vão explodir. As caricias então são interrompidas pelas vozes das crianças adentrando naquele galpão em busca de Gabriel. Depois daquela noite sempre que podiam eles se escondiam pra ficar mais a vontade e com isso descobrirem seus corpos e suas curvas em toques eróticos e provocantes. As vezes iam até o rio e nadavam pelados e brincavam de caldinho, mas claro que a brincadeira era só uma desculpa para encostar em mais partes possíveis um do outro. Ela era um furacão, deixava Gabriel enlouquecido com suas provocações e suas atitudes, era algo que ele nunca havia experimentado em sua vida, além disso fazia tudo com uma cara de pau que nem ele acreditava, chegava ao ponto de estarem todos no quarto e embaixo das cobertas ela ali, provocando Gabriel com sua mão nos lugares mais impróprios, á se alguém puxa aquela coberta. Até que um dia num jogo de vôlei ela chega ao ouvido dele e diz, hoje a gente vai fazer sexo! Simplesmente ele errou todas as bolas depois disso. Ele queria muito, mas morria de medo, era inexperiente e inclusive já havia perdido várias oportunidades de medo, medo de não ser bom o bastante, de fazer tudo errado. Final do jogo eles entram no carro e no caminho de casa param num lugar tranquilho a beira do rio. Não havia nenhuma luz, nada que pudesse denunciar aquele momento. Calmamente eles vão se beijando e se tocando, segundo após segundo os batimentos aceleram e aumentam ainda mais a cada peça de roupa que vai parar no banco de trás. Gabriel então projeta seu corpo sobre Joane e aos poucos vai tentando consumar o ato tão esperado. Mas então ela gentilmente diz Não. Ele volta, senta novamente no seu banco e não diz uma palavra. Ele não fica bravo, calmamente vai colocando a roupa enquanto pensa no que estavam prestes a fazer. Quando chegam em casa trocam um ultimo beijo, olham fundo nos olhos um do outro e vão dormir. Ele então se lembra daquele momento e pensa: - Porque ela demorou tanto pra dizer não? No final das contas foi melhor assim! Eles estavam muito a frente do seu tempo!!!!

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